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Omã se torna novo destino estratégico para investimentos brasileiros

Omã entra no radar de empresários brasileiros

Nos últimos anos, o Sultanato de Omã, localizado na Península Arábica, tem se destacado como uma das economias emergentes mais atrativas para o capital estrangeiro. O Brasil, atento ao potencial logístico e comercial do país, passou a intensificar sua presença na região com delegações empresariais, acordos bilaterais e investimentos diretos em áreas estratégicas. A aproximação reflete não apenas o crescimento das exportações brasileiras ao país árabe, mas também a busca por novos mercados diante de uma economia global cada vez mais conectada.

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O que faz de Omã um parceiro comercial promissor?

Uma localização geográfica estratégica

Omã possui uma posição privilegiada no Oriente Médio, com acesso direto ao Oceano Índico e proximidade dos principais mercados da Ásia e da África. Seus portos modernos, como os de Sohar, Salalah e Duqm, são rotas comerciais importantes que permitem a circulação de mercadorias sem necessidade de transitar pelo estreito de Ormuz, rota frequentemente sujeita a tensões geopolíticas.

Estabilidade política e incentivos econômicos

Diferente de alguns vizinhos, Omã apresenta um cenário político estável, o que favorece relações comerciais de longo prazo. O país também oferece zonas econômicas especiais com benefícios como isenção de impostos por períodos prolongados, regime tributário simplificado, incentivos à instalação de indústrias e infraestrutura logística de alto padrão.

Plano de diversificação econômica

Com a queda da dependência do petróleo como principal fonte de receita, Omã tem avançado em políticas de diversificação econômica. Os setores de logística, mineração, energias renováveis, turismo e agronegócio têm recebido investimentos significativos. Essa mudança abre espaço para empresas brasileiras interessadas em se inserir em cadeias produtivas regionais.

Setores que mais atraem o Brasil

Exportações do agronegócio em alta

A relação comercial entre Brasil e Omã é impulsionada principalmente pelas exportações agroindustriais. Produtos como carne bovina, frango, ovos processados, açúcar, leite em pó e milho têm se destacado. Em anos recentes, o volume de exportações brasileiras para Omã cresceu expressivamente, indicando forte demanda por alimentos seguros e com boa relação custo-benefício.

Mineração e siderurgia

Um dos maiores exemplos da presença brasileira em Omã é a atuação da mineradora Vale. A empresa opera uma unidade de pelotização em Sohar, que transforma minério de ferro em pelotas de aço, insumo fundamental para indústrias da Ásia. O projeto é considerado estratégico, tanto pela proximidade com os mercados consumidores quanto pela adoção de processos com menor emissão de carbono.

Sustentabilidade e inovação

Omã tem metas ambiciosas em sustentabilidade, incluindo o plano de se tornar neutro em carbono até 2050. Esse cenário favorece a parceria com empresas brasileiras que já investem em soluções ambientais e energia verde. O país também vem atraindo projetos focados em hidrogênio verde, usinas solares e eficiência energética, o que pode abrir oportunidades para o setor de tecnologia limpa do Brasil.

Parcerias diplomáticas fortalecem a relação

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Missões comerciais e apoio governamental

A ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), junto ao Itamaraty, vem coordenando missões empresariais ao Oriente Médio com foco especial em Omã. Essas missões envolvem rodadas de negócios, visitas a zonas industriais e reuniões com autoridades locais para facilitar acordos comerciais e abertura de mercado.

Celebração de 50 anos de relações diplomáticas

Em 2024, Brasil e Omã celebraram meio século de relações diplomáticas. A ocasião foi marcada por eventos culturais, fóruns empresariais e assinatura de memorandos de entendimento para ampliar a cooperação nas áreas de educação, ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável. A expectativa é de que, a partir dessas ações, surjam acordos que facilitem vistos, incentivos à pesquisa e dupla tributação.

Participação em feiras e exposições

Feiras como a Made in Brazil Expo, realizada na capital Mascate, têm sido importantes para divulgar produtos e serviços brasileiros. O evento reúne empresas de vários setores — de alimentos a máquinas industriais — e serve como vitrine para novas parcerias em território omanense.

Desafios que investidores brasileiros devem considerar

Diferenças culturais e jurídicas

Investir em Omã requer adaptação a costumes locais e normas específicas. A monarquia absolutista impõe um ambiente regulatório distinto do modelo ocidental. Questões como contratos de trabalho sob o regime de patrocínio (kafala), práticas comerciais e etiqueta nos negócios exigem preparo e sensibilidade cultural por parte dos empresários brasileiros.

Concorrência com gigantes regionais

Omã disputa investimentos com países como Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, que também oferecem zonas francas, infraestrutura de ponta e incentivos fiscais. No entanto, Omã possui algumas vantagens competitivas, como menor custo de operação e menos saturação de mercado, o que pode representar oportunidade para empresas de médio porte do Brasil.

Infraestrutura em expansão

Embora o país tenha investido fortemente em portos e rodovias, ainda há desafios em termos de conectividade interna, transporte ferroviário e digitalização de serviços públicos. Empresas que operam em regiões fora dos grandes centros devem se planejar para enfrentar possíveis limitações logísticas.

Projeções para o futuro da parceria

Cadeias produtivas integradas

A tendência é de que Brasil e Omã desenvolvam cadeias produtivas mais robustas, conectando o agronegócio, a indústria de transformação e a exportação. Omã pode servir como base de distribuição para produtos brasileiros em mercados vizinhos, como Irã, Paquistão, Índia e o continente africano.

Logística e megahubs industriais

Com os novos investimentos previstos pela Vale e outras companhias, Omã deve se consolidar como um polo logístico regional. A ampliação de megahubs industriais próximos aos portos deve beneficiar empresas brasileiras que atuam com commodities e produtos de alto volume.

Avanço em projetos verdes

A sinergia entre a meta de descarbonização de Omã e as estratégias ambientais do Brasil pode impulsionar projetos bilaterais em energia limpa, reflorestamento, uso sustentável da água e inovação tecnológica. Parcerias em hidrogênio verde e siderurgia com emissão zero estão entre os focos futuros.

Considerações finais

Omã surge como uma alternativa estratégica para empresas brasileiras que buscam diversificação de mercado, acesso a regiões-chave e condições favoráveis de investimento. Com portos modernos, incentivos econômicos, estabilidade política e abertura para o comércio internacional, o país se posiciona como uma nova fronteira de negócios no Oriente Médio.

O caminho é promissor, mas exige planejamento, compreensão das diferenças culturais e foco em longo prazo. Com as bases diplomáticas fortalecidas, o apoio de instituições como a ApexBrasil e o protagonismo de setores como agronegócio, mineração e energia limpa, o Brasil tem todas as condições de se tornar um parceiro relevante no processo de transformação econômica de Omã.

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