Só quem é mãe entende as dificuldades que elas enfrentam e a solidão na maternidade. Questões como exclusão, endeusamento e desumanização de mães entram na pauta do canal Hel Mother, criado por uma mãe solteira na intenção de que vejam as mães como seres humanos, e não como anjos que estão vivas apenas para seus filhos.
“Odeio ser mãe, amo meu filho”. É com essas palavras que Helen Ramos marca seu discurso sobre maternidade: a romantização do papel das mães pela mídia é prejudicial e implica diretamente no bem estar das mães.
“Eu não sabia que as mães se sentem tão sós. E isso também é culpa do patriarcado. É culpa dessa sociedade que pega uma mãe, que antes era incluída em todos os meios, e a exclui completamente. Ninguém quer uma mãe militando por seus direitos, ninguém quer uma mãe que duvida da política ou que ocupa o mercado de trabalho”, diz ela em seu vídeo “Por que desromantizar a maternidade”, publicado em 26 de maio, que você pode conferir abaixo.
Imaculada, maravilhosa, cuidadora inata – o papel da mulher mãe é imposto a fim de que elas não sejam mais vistas como seres humanos normais, e sim como tutoras de seus filhos e apenas isso. Helen aborda o assunto de uma perspectiva que problematiza a questão, criticando todos os lados envolvidos.
No vídeo, a protagonista do canal conta sua trajetória com a gravidez e afirma só ter descoberto o que é machismo nesse período. Ressalta também a necessidade de enxergar a questão materna de uma forma responsável e empática, sem estereótipos ou idealizações.
Hel comenta também sobre questões da maternidade muito pouco discutidas, como a exclusão de seus círculos sociais, os alertas de que ela tinha de ser vaidosa para encontrar um pai para seu filho e a romantização do papel de mãe solteira: como a mãe solo é tida como heroína ou prostituta e o pai que abandona sequer é mencionado em discussões.
A luta das mães é extensa e invisibilizada, mas com a devida atenção e empatia do restante da sociedade, elas poderão ser vistas como humanas. Faça um exercício: você já incentivou sua mãe a ter amigos, a sair sozinha, a se cuidar por ela mesma? Experimente ver sua mãe fora do ideal propagado pela mídia. Garantimos que o resultado é surpreendente.
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