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O rapper Emicida fala de racismo em suas músicas. E a indignação com o preconceito começou na infância

Em meio a tantos relatos desoladores de situações racistas, é um absurdo que muitas pessoas ainda assumam que o racismo não existe no Brasil. Dizer que por esse ser um “país miscigenado” as pessoas não são tratadas mal pela cor de sua pele é falta de noção de realidade ou apenas cinismo.

Emicida sabe muito bem disso. Além de militar contra a injúria racial em inúmeras de suas músicas, o rapper contou em entrevista ao apresentador João Gordo sobre os desconfortos que sofreu em sua infância sendo o único negro da sala na escola particular em que estudou por um tempo.

O musicista diz que gostava muito de estudar, mas que odiava ir à escola. Sua mãe trabalhava como doméstica em bairros ricos, e matriculou-o em uma escola em um deles. “Eu chegava e era o único pretinho da sala. Os caras: ‘macaco’, ‘cabelo de bombril’… Saía no soco todo dia”, relata.

Ele compartilhou também que percebeu que a vida não seria fácil ao ver um amigo que morava no Tremembé, bairro nobre de São Paulo, ir para a faculdade, enquanto outro que morava do lado de sua casa, na periferia, ir para o caixão.

Apesar disso, ressalta que não teria virado bandido caso não tivesse encontrado seu rumo na música. “Se não fosse o rap eu estaria sonhando em virar office boy até os 90 anos. Acho que não tenderia para o crime, eu era um moleque nerd, gostava de ler”, revela, dizendo ainda que o primeiro livro em que se viu representado foi “Capitães de Areia, de Jorge Amado.

É muito triste que ainda haja esse tipo de hostilidade no Brasil. Mas, com exemplos como o de Emicida, a esperança de que o Brasil ainda pode ser um país melhor para todos é restaurada.

Fotos: Reprodução/Canal Brasil/Internet

O rapper Emicida fala de racismo em suas músicas. E a indignação com o preconceito começou na infância
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