O que o excesso de energético faz no corpo: riscos e alertas
O aumento no consumo de bebidas energéticas levanta preocupações médicas em todo o mundo
As bebidas energéticas se tornaram populares entre estudantes, profissionais em longas jornadas, atletas e frequentadores de festas. Com promessas de mais disposição, foco e resistência, elas estão presentes em prateleiras de supermercados, academias e baladas. No entanto, o uso excessivo desses produtos pode trazer sérios danos à saúde.
Por trás do sabor adocicado e do apelo de performance, os energéticos carregam uma combinação potente de estimulantes que, quando ingeridos em grandes quantidades, afetam o coração, o cérebro, o fígado e até o comportamento emocional de quem consome.
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O que compõe uma bebida energética?
Ingredientes mais comuns
As bebidas energéticas têm como base a cafeína, mas também costumam conter taurina, glucuronolactona, guaraná, ginseng, açúcares, adoçantes artificiais e vitaminas do complexo B. Essa fórmula é pensada para fornecer estímulo físico e mental quase imediato.
Estímulo ao sistema nervoso central
A cafeína, em especial, atua bloqueando os receptores da adenosina no cérebro, o que reduz a sensação de cansaço. Ela também estimula a liberação de dopamina e adrenalina, provocando euforia e aceleração cardíaca.
Quais os efeitos imediatos após o consumo?

Picos de energia e concentração
Pouco tempo após o consumo, muitos relatam aumento da atenção, melhor desempenho cognitivo e disposição para realizar tarefas físicas ou intelectuais. No entanto, esse efeito costuma durar poucas horas.
Reações fisiológicas comuns
- Batimentos cardíacos acelerados
- Aumento da pressão arterial
- Agitação e tremores leves
- Redução da percepção de fadiga
- Insônia nas horas seguintes
O que acontece quando o consumo se torna excessivo?
Problemas no coração
Arritmias e hipertensão
O excesso de cafeína pode provocar arritmias, aumento da frequência cardíaca e picos de pressão arterial. Pessoas com doenças cardíacas pré-existentes correm risco elevado de infarto ou parada cardíaca súbita.
Casos registrados em jovens saudáveis
Vários relatos médicos documentam eventos cardíacos graves em pessoas jovens após o consumo de grandes quantidades de energético, especialmente durante treinos intensos ou festas.
Prejuízos ao fígado
O fígado é responsável por metabolizar a cafeína e outras substâncias presentes no energético. A ingestão exagerada pode gerar lesões hepáticas, especialmente quando há consumo frequente associado a medicamentos ou álcool.
Distúrbios neurológicos e emocionais
Ansiedade, pânico e irritabilidade
Em pessoas sensíveis ou com histórico de transtornos mentais, o energético pode desencadear crises de ansiedade, ataques de pânico, insônia e alterações bruscas de humor.
Impacto em adolescentes
O cérebro em desenvolvimento, típico da adolescência, é mais vulnerável aos efeitos de estimulantes. Além do risco de dependência, o uso frequente pode afetar a concentração, o sono e o controle emocional.
Problemas renais e desidratação
O energético tem efeito diurético por conta da cafeína, aumentando a produção de urina e eliminando sais minerais. Isso, somado à ausência de hidratação adequada, pode comprometer a função renal e causar desequilíbrio eletrolítico.
O risco de combinar energético com álcool
Estímulo e depressão no mesmo organismo
O energético estimula o sistema nervoso, enquanto o álcool o deprime. Essa mistura cria uma falsa sensação de sobriedade, fazendo com que a pessoa beba mais do que deveria e se exponha a riscos.
Aumento da ingestão alcoólica
Com o estado de alerta prolongado pelo energético, o usuário tende a consumir maiores quantidades de álcool sem perceber os sinais clássicos de embriaguez.
Risco de intoxicação e comportamentos perigosos
A mistura aumenta a chance de overdose alcoólica, acidentes, comportamentos violentos e decisões impulsivas — como dirigir sob efeito das substâncias.
Dependência e abstinência
Como a dependência acontece?
O consumo frequente de energético pode levar à tolerância: a pessoa precisa de doses cada vez maiores para sentir o mesmo efeito. Isso abre caminho para a dependência física e psicológica.
Sintomas de abstinência
- Dor de cabeça persistente
- Irritabilidade
- Fadiga extrema
- Dificuldade de concentração
- Vontade incontrolável de consumir novamente
Qual é o limite seguro?
Recomendação internacional
A maioria das autoridades de saúde estabelece o limite de 400 mg de cafeína por dia para adultos saudáveis — o que equivale a duas a três latas de energético (dependendo da marca e fórmula).
Para adolescentes
Menores de 18 anos devem limitar o consumo a no máximo 100 mg por dia, e a ingestão não é recomendada para crianças.
Grupos de risco devem evitar totalmente
- Gestantes
- Pessoas com hipertensão
- Indivíduos com problemas cardíacos ou hepáticos
- Pacientes com transtornos de ansiedade
- Usuários de antidepressivos ou estimulantes
Como saber se você está exagerando?
Sinais de alerta
- Dorme mal com frequência
- Depende do energético para trabalhar ou estudar
- Sente dores no peito após consumir
- Fica nervoso, agitado ou irritado depois da bebida
- Usa energético para “aguentar” festas ou ressacas
Quando procurar ajuda médica
Se esses sintomas se tornarem frequentes ou interferirem na sua vida diária, é fundamental procurar orientação médica. Clínicos gerais, cardiologistas e psiquiatras podem identificar se há dependência ou risco elevado à saúde.
Alternativas saudáveis para manter a energia
Estilo de vida mais equilibrado
- Dormir entre 7 e 9 horas por noite
- Praticar exercícios regularmente
- Manter uma alimentação rica em frutas, vegetais e proteínas
- Evitar jejum prolongado durante o dia
- Reduzir o consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados
Substitutos naturais
Alongamentos e respiração profunda durante o dia
Chá-verde (com moderação)
Água com limão
Sucos naturais com gengibre ou hortelã


