O país com mais pessoas com nível superior no mundo: entenda os motivos
O país que mais forma adultos com diploma superior
A educação superior é, hoje, um dos pilares mais relevantes para o progresso social, o crescimento econômico e a inovação em escala global. Em uma era cada vez mais competitiva e digital, países que investem na formação universitária da sua população tendem a colher os frutos da produtividade, da tecnologia e do bem-estar social. Mas afinal, qual é o país com maior proporção de adultos com ensino superior completo?
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Comparação: quantidade total x porcentagem populacional
Número absoluto não significa liderança percentual
Países como China, Índia e Estados Unidos possuem o maior número de diplomados em termos absolutos, devido ao tamanho da população. No entanto, isso não significa que tenham o maior percentual da população adulta com formação universitária. O que realmente define o líder global neste quesito é a proporção de pessoas com mais de 25 anos que concluíram o ensino superior.
A liderança está entre países desenvolvidos
Os campeões desse indicador são, geralmente, nações da OCDE com alto investimento em educação e qualidade de vida. Canadá, Coreia do Sul, Japão e Irlanda despontam com taxas superiores a 55% da população adulta com diploma universitário. Em alguns desses países, o índice entre os jovens de 25 a 34 anos ultrapassa os 70%.
Por que o Canadá e a Coreia do Sul se destacam?

Canadá: modelo acessível e multicultural
O Canadá aparece frequentemente entre os primeiros colocados. Estima-se que mais de 60% da população adulta tenha formação em nível superior. O sucesso canadense está ligado à combinação de políticas públicas inclusivas, oferta de educação acessível e incentivo à imigração de profissionais com alto grau de instrução. Além disso, há forte incentivo ao ensino técnico e universitário desde o ensino médio.
Coreia do Sul: obsessão nacional por educação
Já a Coreia do Sul é um caso emblemático de transformação social via educação. Em poucas décadas, o país passou de um sistema frágil para um dos mais avançados do mundo. Cerca de 70% dos sul-coreanos entre 25 e 34 anos têm diploma universitário. Essa realidade é fruto de uma cultura que valoriza fortemente a educação como caminho de ascensão social, além de investimentos intensivos do governo em universidades, bolsas e pesquisa.
Como esses países alcançaram níveis tão altos?
Políticas públicas robustas e investimento contínuo
Tanto o Canadá quanto a Coreia do Sul tratam a educação como prioridade de Estado. Em ambos, o orçamento destinado ao setor é elevado, incluindo apoio à permanência dos alunos nas universidades e valorização dos professores. Há também ampla variedade de instituições, incluindo universidades públicas de qualidade e opções privadas regulamentadas.
Incentivo à mobilidade estudantil e imigração qualificada
O Canadá atrai milhares de estudantes internacionais todos os anos com vistos facilitados, bolsas de estudo e programas de permanência. Muitos desses estudantes acabam se formando e permanecendo no país, o que eleva o índice de adultos com diploma.
Cultura educacional desde a infância
Na Coreia do Sul, os jovens estudam longas horas por dia desde cedo, com cursos extracurriculares e alta exigência para o vestibular. A família, os professores e a sociedade pressionam por desempenho. Isso gera índices altos de ingresso na universidade, ainda que traga também efeitos colaterais como estresse e competitividade excessiva.
O que significa liderar esse ranking?
Maior capital humano
Ter uma população com alto nível de instrução permite aos países desenvolver setores tecnológicos e científicos mais rapidamente. O capital humano se torna um diferencial competitivo em áreas como saúde, engenharia, tecnologia da informação e economia verde.
Atração de investimentos estrangeiros
Empresas multinacionais tendem a se instalar em países onde há abundância de mão de obra qualificada. Isso cria um ciclo virtuoso: mais empresas geram mais empregos especializados, que por sua vez demandam ainda mais educação.
Redução da desigualdade social
Pessoas com ensino superior costumam ter melhores salários, acesso a benefícios e menor vulnerabilidade ao desemprego. Em países com políticas de acesso inclusivo, isso contribui para reduzir as desigualdades socioeconômicas entre grupos sociais e regiões.
Desafios enfrentados por países com alto nível educacional
Aumento do subemprego e da sobrequalificação
Mesmo nos países líderes, nem sempre o mercado consegue absorver todos os graduados. Isso leva a situações de sobrequalificação, quando profissionais com diploma ocupam vagas que exigem menos formação. Esse fenômeno afeta especialmente jovens recém-formados e áreas com excesso de oferta.
Desequilíbrio entre áreas do conhecimento
Outro problema é a concentração de formandos em determinadas áreas — como administração, direito ou psicologia — enquanto setores técnicos e científicos ficam com baixa procura. Isso exige políticas de orientação profissional mais eficientes e incentivos para formação nas áreas estratégicas.
Onde o Brasil se encaixa?
Avanços nos últimos anos, mas ainda longe do topo
Segundo o IBGE e a OCDE, o Brasil tem menos de 25% da população adulta com nível superior completo. Apesar do aumento no acesso ao ensino universitário desde os anos 2000, o país ainda sofre com evasão, baixa qualidade de algumas instituições, e concentração regional da oferta.
Desigualdade de acesso
Apenas uma pequena parcela dos jovens de baixa renda consegue concluir a faculdade. O financiamento estudantil, as cotas e o Enem ajudaram a abrir portas, mas o problema da permanência (alimentação, transporte, internet, livros) ainda impede que muitos cheguem ao final do curso.
Perspectivas para o futuro global da educação superior
Digitalização e ensino a distância
Com a pandemia, muitos países passaram a investir mais em educação online. Plataformas digitais, universidades abertas e microcertificações ganham força e podem ampliar o acesso, inclusive em países com infraestrutura física limitada.
Integração com o mercado de trabalho
A tendência mundial é unir ensino superior à prática profissional. Estágios obrigatórios, projetos interdisciplinares e parcerias com empresas estão cada vez mais presentes nos currículos. Isso torna a formação mais relevante e aumenta a empregabilidade dos formados.
Educação ao longo da vida
Outro conceito crescente é o de educação continuada. O diploma de graduação não é mais suficiente para toda a carreira. Pessoas voltam à universidade aos 30, 40 ou 50 anos para se atualizar, mudar de área ou buscar especializações.
Considerações finais
Ser o país com maior proporção de adultos com ensino superior é muito mais do que uma questão de estatística. Representa um modelo social que valoriza o conhecimento, investe em sua população e colhe os frutos da inovação, da igualdade e do progresso econômico. Canadá e Coreia do Sul são bons exemplos de que, com planejamento e foco, é possível transformar a educação em motor de desenvolvimento nacional.
Enquanto isso, o Brasil segue tentando vencer seus próprios desafios, com avanços importantes, mas ainda distante dos líderes. A próxima década será decisiva para reposicionar o país nesse ranking e garantir uma educação verdadeiramente transformadora para todos.

