Usado para alisar os cabelos, o formol é um dos produtos químicos mais comuns nos últimos tempos. Mas, apesar da função que alegra a vida de milhares de mulheres, se usado em excesso ele pode acabar causando algo muito mais sério: a morte das cabeleireiras que inalam o produto diariamente.
Por isso, a regra é clara: apenas são permitidos produtos que contenham em suas fórmulas a quantidade máxima de 0,2% de formol. Mas nem todas as pessoas respeitam essa lei.
Por isso, uma mulher resolveu relatar quais foram as consequências de uma “receita caseira” que excedia em até 45 vezes o limite estabelecido por lei que sua amiga usava no cabelo das clientes de seu salão.
“E apresentava sintomas como tosse, coriza e dores pelo corpo. Achei que fosse apenas uma gripe prolongada e insisti para ela ir ao médico. Andrea se recusava, sem imaginar o risco que corria. Ela estava intoxicada pelo formol da escova progressiva”, conta a amiga em relato à revista Sou mais Eu.
Ela também relata que a morte de sua amiga, Andrea, que tinha apenas 31 anos e tinha três filhos, foi o que a fez desistir de ser cabeleireira. E fala como o formol pode acabar com a vida de profissionais que não levam os riscos a sério.
“O choque de perder uma amiga tão jovem de maneira trágica me fez desistir de ser cabeleireira. A história dela é um alerta: existem muitas profissionais que desconhecem os efeitos tóxicos do formol. Se eu soubesse disso naquela época, teria feito de tudo para impedir”, conta ela.
Além disso, a amiga também fala sobre o sonho de Andrea de se tornar uma grande cabeleireira e a ingenuidade da moça que não imaginava os riscos que suas atitudes poderiam ter.
“Certo dia, ela me contou que comprou um pote de formol puro com um amigo. Andrea misturou o produto com queratina e com uma essência de frutas para eliminar o cheiro exalado quando ele é aquecido. Na receita dela, cada litro de progressiva continha até 90 ml de formol. O máximo permitido pela lei nesse caso é 2 ml. Ela me disse que havia aplicado a progressiva numa vizinha e que o resultado tinha sido ótimo. Eu era muito ingênua. Nem questionei se a receita caseira estava correta”, conta a amiga a Sou mais Eu.

Com o tempo, elas acabaram abrindo um salão e o sucesso parecia bater na porta, visto que a margem de lucros delas era muito grande. Mas tinha uma coisa que Andra escondia: sua saúde estava cada vez pior. E o relato de sua amiga é de partir o coração:
“Já na inauguração do salão percebi que algo estava errado. Andrea ficou sem ar após subir uma escada. Ela sentia fraqueza e dores no corpo, principalmente nas costas. O nariz dela começou a escorrer tanto que lenço algum dava jeito. Depois, vieram os dias de gripe e febre alta. Andrea se automedicava com pastilhas para a garganta e, nos dias de febre, tomava injeções de antibióticos em farmácias, sem receita médica.
Mesmo mal de saúde, ela manteve as progressivas. No início de novembro, Andrea me ligou. Não ia trabalhar. Não conseguia sequer levantar da cama, de tanta dor. O médico disse que ela estava com pneumonia. Depois de dois dias internada, minha amiga voltou para casa. Mas a saúde dela foi piorando.
Andrea passou a sentir falta de ar ao fazer movimentos simples, como levantar de uma cadeira. Ela tentou voltar a trabalhar, mas não conseguiu. Em 28 de dezembro, Andrea voltou para o hospital. E não saiu mais. Os médicos pediram novos exames. Os dois pulmões da minha amiga estavam com manchas negras. O caso era grave. Andrea morreu de uma insuficiência de órgãos causada pela pneumonia.”

Infelizmente, nem todas as pessoas levam a sério as medidas decididas por lei, elas acham que é apenas “frescura” e não imaginam o mal que isso pode causar em sua saúde. Apenas em casos como esses, as pessoas acabam parando para refletir sobre os cuidados que devem realmente serem levados à sério.
Esperamos que essa triste história possa tocar os corações de todos os cabeleireiros, para que eles tenham conhecimento do mal que pode ser causado pelo formol e cuidem de sua saúde e de sua vida.
Fotos: reprodução












