O retorno de um clássico da comédia
A famosa franquia “Corra que a Polícia Vem Aí” está de volta. O novo longa, lançado em 2025 sob o título internacional The Naked Gun, busca honrar a trilogia original enquanto apresenta piadas e situações adaptadas para um público mais jovem. A produção é assinada pela Paramount e tem direção de Akiva Schaffer, conhecido pelo grupo de humor musical The Lonely Island.
No papel central, quem assume o legado do inspetor mais desastrado do cinema é Liam Neeson, interpretando Frank Drebin Jr., filho do personagem imortalizado por Leslie Nielsen. A proposta é brincar com o contraste entre o jeito sério do ator e o universo nonsense da trama.
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Elenco que mistura tradição e renovação
Liam Neeson no papel principal
Neeson, conhecido por papéis de ação em filmes como Busca Implacável, entrega uma performance que aposta no humor involuntário. O ator mantém a seriedade, enquanto o roteiro o coloca em situações absurdas — exatamente a fórmula que fez da franquia um marco da comédia besteirol.
Pamela Anderson ganha novo espaço
Ao lado de Neeson, Pamela Anderson interpreta a parceira de Drebin Jr. Diferente do que se via em papéis femininos de décadas passadas, a atriz não é apenas um interesse romântico, mas também participa ativamente das gags e do humor físico, contribuindo para o ritmo da narrativa.
Apoio cômico e vilanesco
O elenco de apoio conta com nomes como Paul Walter Hauser, responsável por piadas rápidas e gestuais, além de Danny Huston e Kevin Durand, que assumem a função de vilões caricatos. Essas figuras ampliam o leque de situações, explorando tanto a comédia visual quanto os trocadilhos.
A visão de Akiva Schaffer para o reboot
Estilo de direção
Schaffer imprime no filme uma estética próxima ao videoclipe: cortes rápidos, piadas acumulativas e cenas que parecem feitas sob medida para viralizar. Essa linguagem conecta a produção ao público acostumado ao ritmo das redes sociais.
Respeito ao original
Mesmo trazendo atualizações, o filme mantém elementos clássicos: humor físico, piadas visuais escondidas no cenário e o estilo “deadpan”, no qual a graça surge do contraste entre a seriedade da fala e o absurdo da situação.
A trama: caos em versão policial
Sem revelar spoilers, a narrativa acompanha Drebin Jr. em uma investigação que começa pequena e se transforma em uma conspiração tecnológica com alcance global. A história é apenas pano de fundo para a sequência de gags físicas, diálogos nonsense e perseguições desajeitadas, marca registrada da franquia.
Humor besteirol em 2025: desafios e acertos

Elementos que permanecem
- Comédia física e exagerada.
- Personagens de autoridade em situações constrangedoras.
- Piadas visuais escondidas em placas e objetos de cena.
Atualizações necessárias
- Troca de alvos: agora a sátira se volta para o mundo da tecnologia, corporações digitais e vigilância.
- Maior cuidado em evitar piadas ofensivas, investindo em situações absurdas que brincam com e não contra personagens.
Pontos de crítica
Alguns comentários da imprensa destacaram que certas gags repetem fórmulas conhecidas e que há momentos em que o roteiro explica demais as piadas, tirando um pouco da espontaneidade. Ainda assim, o consenso é que o filme consegue divertir, principalmente quem sente falta do besteirol clássico.
Bilheteria e recepção inicial
O reboot estreou nos Estados Unidos em 1º de agosto de 2025, com duração de cerca de 1h25. No Brasil, chegou semanas depois em circuito comercial. O longa foi recebido de forma mista a positiva: embora não agrade a todos, mostrou que ainda existe espaço para a comédia escancarada, sobretudo em tempos dominados por superproduções sérias e dramas de streaming.
Por que o filme funciona
O contraste de Neeson
O humor cresce a partir da seriedade do protagonista. Neeson não tenta fazer rir, e justamente por isso as situações absurdas ganham ainda mais força.
Montagem como piada
O ritmo acelerado e cortes precisos transformam a edição em parte essencial do humor. Muitas piadas não estão apenas no diálogo, mas na forma como a cena é montada.
Nostalgia sem excesso
Há referências à franquia original, mas elas funcionam como piscadas de olho, não como dependência. Quem nunca viu os filmes anteriores consegue acompanhar a história sem problemas.
Onde o filme tropeça
Apesar do acerto geral, o longa peca em alguns momentos:
- Piadas recicladas que perdem força após repetição.
- Exposição excessiva em certos diálogos.
- Dependência de gags escatológicas que dividem a plateia.
O impacto na comédia atual
O novo “Corra que a Polícia Vem Aí” mostra que o gênero besteirol continua relevante quando bem trabalhado. Ao atualizar os alvos e respeitar o legado, a produção reafirma que ainda há espaço para rir do absurdo sem precisar recorrer a polêmicas desnecessárias.
Considerações finais
O reboot de “Corra que a Polícia Vem Aí” cumpre sua missão: resgata a essência da franquia e entrega 90 minutos de risadas exageradas. Não é perfeito, mas é um lembrete de que a comédia pode — e deve — rir do ridículo, desde que saiba dosar nostalgia e inovação. Para fãs do original e para novos espectadores, a experiência é de leveza e diversão em meio a um cinema cada vez mais sério.













