Um dos nomes mais emblemáticos da mídia brasileira
Nelson Sirotsky é uma das figuras mais marcantes do jornalismo e da comunicação no Brasil. À frente do Grupo RBS por quase quatro décadas, ele ajudou a moldar o mercado da mídia regional, influenciando gerações de profissionais e transformando a maneira como a informação circula no Sul do país. Com um estilo de gestão inovador, decisões estratégicas marcantes e foco em jornalismo de qualidade, Sirotsky deixou um legado que ultrapassa os limites corporativos e impacta o setor como um todo.
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A tradição familiar no jornalismo
O Grupo RBS (Rede Brasil Sul de Comunicação) foi fundado em 1957 por Maurício Sirotsky Sobrinho, pai de Nelson. Desde o início, a empresa teve como pilares a defesa da democracia, o fortalecimento da cultura regional e a promoção do jornalismo ético e responsável.
Nelson Sirotsky ingressou na empresa em 1970 e, após a morte de seu pai, em 1986, assumiu a presidência do grupo. A transição de liderança foi um dos momentos mais decisivos da história da RBS e marcou o início de uma nova era para o conglomerado.
Formação e visão empresarial
Com formação em administração e especializações no Brasil e no exterior, Nelson já trazia uma visão moderna e estratégica de negócios. Seu perfil conciliava a tradição jornalística da família com uma leitura contemporânea dos desafios do mercado de comunicação.
Decisões estratégicas que moldaram o setor

Expansão e consolidação da mídia regional
Uma das principais marcas da gestão de Nelson Sirotsky foi o fortalecimento da presença regional da RBS. Durante sua presidência, o grupo se consolidou como o maior conglomerado de mídia regional do Brasil, com atuação no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Sob sua liderança, foram adquiridas emissoras de rádio, jornais impressos, canais de TV e veículos digitais, com foco na integração multiplataforma.
A força do jornalismo local
Sirotsky sempre defendeu que o jornalismo local é essencial para a democracia. Sua gestão incentivou a produção de conteúdo regional com qualidade editorial, investigativo e com autonomia, fortalecendo a confiança do público.
Investimento em tecnologia e inovação
Outro destaque de sua atuação foi o pioneirismo na digitalização dos veículos do grupo. Ainda nos anos 1990, Sirotsky promoveu a adoção de ferramentas digitais nos jornais e emissoras, preparando a empresa para o futuro da comunicação.
Com o avanço da internet, a RBS investiu na criação de portais e integração entre plataformas, antecipando tendências como o jornalismo multimídia e o consumo de conteúdo sob demanda.
Integração editorial e comercial
A decisão de integrar redações e departamentos comerciais entre rádio, TV, jornal e internet foi inovadora para a época e permitiu ganhos de eficiência e sinergia, além de oferecer soluções mais completas aos anunciantes.
Gestão de pessoas e cultura organizacional
Formação de talentos e universidades corporativas
Um dos maiores legados de Nelson Sirotsky está na valorização de pessoas. Durante sua gestão, a RBS criou programas de capacitação, como a Universidade Corporativa RBS, que formou milhares de profissionais nas áreas de jornalismo, tecnologia e gestão.
Ele acreditava que o sucesso da empresa dependia do desenvolvimento contínuo de seus colaboradores, promovendo cultura de aprendizado constante.
Cultura de valores sólidos
Sirotsky implantou uma cultura empresarial baseada em valores como ética, excelência, transparência e compromisso com a verdade. Isso refletia não apenas nos conteúdos produzidos, mas também no relacionamento com funcionários, parceiros e a comunidade.
Enfrentando crises e adaptando o negócio
Reestruturação e foco no core business
Com o avanço da internet e a crise do modelo tradicional da mídia impressa, Sirotsky liderou uma reestruturação profunda no Grupo RBS. Isso incluiu a venda de operações em Santa Catarina e a concentração de esforços nos ativos mais rentáveis e alinhados com o futuro da comunicação.
Combate às fake news e valorização do jornalismo
Outro desafio contemporâneo enfrentado pela empresa foi o avanço da desinformação. Sirotsky sempre defendeu a responsabilidade social dos meios de comunicação e foi um dos líderes no combate às fake news, reforçando a credibilidade do jornalismo profissional.
Sucessão e novo ciclo
A passagem do bastão para Eduardo Sirotsky Melzer
Em 2011, Nelson iniciou o processo de sucessão, passando a presidência do grupo para seu sobrinho, Eduardo Sirotsky Melzer. Essa transição foi planejada com antecedência e executada com profissionalismo, garantindo a continuidade da cultura e da visão de negócios.
Mesmo fora da presidência executiva, Nelson permaneceu como presidente do Conselho de Administração até 2016, influenciando decisões estratégicas e mantendo seu papel de liderança.
Novos projetos e atuação como conselheiro
Desde então, tem atuado como conselheiro em diversas organizações, além de participar de fóruns nacionais e internacionais de comunicação, inovação e responsabilidade corporativa.
Frases marcantes de Nelson Sirotsky
“A imprensa regional tem um papel insubstituível no fortalecimento da democracia.”
“As empresas de comunicação precisam ser, antes de tudo, instituições de confiança.”
“A inovação não é uma escolha. É uma questão de sobrevivência no nosso setor.”
O legado de Nelson Sirotsky
Impacto duradouro na comunicação brasileira
As decisões de Nelson Sirotsky ajudaram a definir os rumos da mídia regional no Brasil. Seu compromisso com a qualidade editorial, sua visão de futuro e sua habilidade de gestão consolidaram a RBS como referência no setor.
Além disso, ele inspirou gerações de jornalistas, empreendedores e executivos a acreditarem no poder transformador da comunicação ética, plural e comprometida com a sociedade.
Influência além dos negócios
Mais do que um gestor, Sirotsky é reconhecido como um pensador do setor de mídia. Suas ideias sobre comunicação, democracia e responsabilidade empresarial continuam sendo referência em debates sobre o futuro da imprensa.
Considerações finais
Nelson Sirotsky é um nome que transcende o mundo corporativo e se inscreve na história do jornalismo brasileiro. Sua atuação no Grupo RBS foi marcada por decisões que não apenas moldaram o mercado da comunicação no Sul do Brasil, mas influenciaram o país como um todo.
Com visão estratégica, compromisso ético e liderança humanizada, ele mostrou que é possível fazer mídia com responsabilidade e impacto social. Seu legado continua vivo nas redações, nas telas, nas ondas do rádio — e, principalmente, na consciência crítica de milhões de brasileiros.


