Mussum não gostava de comédia, pois sua paixão era outra. 23 anos após sua morte, sua história vem à tona
O humor do Brasil se renova a cada dia mais. Você gostando ou não atualmente, ele teve o seu ponto de largada. Um dos maiores nomes é o carismático personagem que fazia parte de “Os Trapalhões”: o memorável Mussum.
Com o nome real de Antonio Carlos, aprendeu a ser o Mussum quando ainda trabalhava em um bar. Nos seus plantões que, às vezes, duravam um fim de semana inteiro, era conhecido como o “Carlinhos do Reco-Reco”.
Mas isso apenas à noite, pois durante o dia estudava o tempo todo. Conseguiu alfabetizar a mãe e ralou muito para tornar-se um cabo da aeronáutica.

Foi durante essa vida corrida que formou o grupo “Os Originais do Samba”. Juntos, ficaram seis meses no México ao lado da atriz Marília Pêra, quando ela atuava como Carmen Miranga.
Quando ficaram muito famosos, foram convidados para participar de um programa de TV. Mas adivinha? Logo Antonio Carlos estava com medo de aparecer. Ao ficar se escondendo da plateia, foi quando conseguiu seu apelido memorável: Mussum. Esse nome é dado a um peixe preto e escorregadio e que acabou marcando o humorista para sempre.

Apareceu a primeira vez na Escolinha do Professor Raimundo, seu primeiro ‘face a face’ com o humor. E quem diria que ele ia amar demais aquilo? Seu linguajar de “cacildes”, “tranquilis” e “não tem probremis” foi conselho de Chico Anísio, que adorava o jeito enrolado de falar do personagem. E, com isso, as palavras entraram de vez na cabeça do público.

Apesar disso tudo, seu amor sempre foi do samba. Ele não se considerava um humorista e preferia se chamar de “cômico”. Até certo momento, quando Dedé Santana se esforçou muito para convencer Mussum a participar de vez do humor brasileiro e entrar para “Os Trapalhões’. Ele mesmo pegou para si a responsabilidade de escrever todas as falas de Antonio Carlos.

E foi quando o quarteto mais famoso do Brasil se formou. Mussum levava na brincadeira as piadas com sua cor, algo que ninguém do elenco via como racismo. Quando chegou a um determinado ponto de não conseguir conciliar a carreira de humorista com a música, foi expulso da banda que tinha formato, “Os Originais do Samba”.
Anos depois, Os Trapalhões também acabaram se separando deixando todo um país triste. Quando voltaram, 9 meses após o término, tudo estava diferente. Mussum já era um novo Antonio Carlos, deixando o samba mais de lado para ouvir jazz, fumar charutos importados e beber Whisky – nada igual à sua famosa cachaça com mel que virou seu tão querido bordão “mé”.

Sua despedida desse mundo foi no ano de 1994 quando os problemas de saúde começaram a surgir. Após passar por um transplante de coração, não resistiu, e deixou o Brasil um pouco mais triste. Agora, sua biografia vai sair contando cada detalhe da vida do famoso humorista!
Mas sua felicidade nunca irá deixar de existir. Muito do legado de comédia que Antonio Carlos deixou, permaneceu nos corações dos brasileiros que se superam cada diz mais no humor sadio. Que exemplo ele foi!
Fotos: Reprodução, Divulgação

