Como você vê essa história? Ao que parece, as pessoas estão cada vez mais esquecendo o que é realmente importante.
Vejo o caso de um homem de 32 anos, de Ribeirão Preto, por exemplo. Há mais ou menos um mês ele perdeu a mãe para o câncer. E isso não é tudo. Com retardo mental e epilepsia, ele acabou sendo rejeitado pelos próprios familiares, sendo levado para um abrigo público, a Cetrem.
A história triste acabou comovendo um grupo de mães da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). “É muito triste de ver, de olhar para ele e ver que está sozinho. A família não o acolheu, é muito triste, muito difícil,” conta Gláucia de Fátima Souza Alves ao G1.
Por enquanto, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, o homem deverá ficar no abrigo até que consigam encontrar seus familiares para que eles possam se responsabilizar por ele.
Assim, o rapaz foi levado para a tal unidade logo após a mãe ser enterrada. Mesmo assim, nenhum parente apareceu para acolhê-lo.
Por conta de tudo isso, a APAE resolveu que o melhor era abrir uma exceção e ele começou a ser atendido de segunda a sexta em período integral, diferente dos outros que só são atendidos por meio período. Além disso, o homem também é levado todos os dias a entidade para receber medicação, se alimentar devidamente e tomar banho. Só depois que ele retorna ao abrigo.
De qualquer forma, as pessoas ainda estão extremamente preocupadas com a situação dele, já que o local não poderá mantê-lo lá por muito tempo.
“Infelizmente, este [abrigo] não é o local para ele ficar, porque não temos ainda como atendê-lo adequadamente. No carnaval, a nossa unidade vai ficar superlotada e existe uma preocupação total com ele. Estamos fazendo tudo o que podemos, mas ele precisa de mais atenção, de mais cuidados e mais amor por parte das pessoas que têm que cuidar dele,” diz o diretor do abrigo municipal, Eduardo Barbosa.
Outro problema é que lá eles não serão capazes de atendê-lo da maneira que ele merece, com os horários corretos de cada medicamento e o atendimento que uma pessoa como ele necessita.
Mesmo assim, as pessoas parecem não admitir que isso aconteça. A dona de casa Josiane Aparecida dos Santos Ribeiro chegou a cogitar a mudança do homem para sua casa.
“A gente que é mãe, que tem filho especial em casa, fica muito revoltada. Quando eu fiquei sabendo, fiquei desesperada, não dormi, não consegui fazer nada. Eu vim disposta a levá-lo para a minha casa. Mas, fui aconselhada a não fazer, porque eu também tenho a minha filha com deficiência, seria um trabalho muito grande,” conta.
Tudo o que se sabe é que a Secretaria de Assistência Social conseguiu que o rapaz fique na Cetrem com direitos como alimentação, vestimenta e o transporte para a APAE. O que resta agora é esperar que eles consigam encontrar os parentes, já que as entidades que abrigariam pessoas com deficiência simplesmente não conseguem oferecer uma estrutura adequada para ele.
E você? O que acha disso tudo?
Fotos: Valdinei Malaguti/EPTV.