Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

flórida

Mulher é presa na Flórida por vender ossos humanos pela internet

Comércio de ossos humanos: caso na Flórida chama atenção mundial

Um caso inusitado, porém perturbador, ganhou repercussão internacional neste mês de abril. Uma mulher foi detida no estado da Flórida, nos Estados Unidos, por suspeita de comercializar restos mortais humanos pela internet. A acusada, de 52 anos, foi identificada como Kymberlee Anne Schopper, proprietária de uma loja chamada Wicked Wonderland, que funcionava tanto fisicamente quanto online.

Leia Mais:

A nova lei que vai “forçar” empresas a enfrentar o burnout

A investigação que revelou o comércio macabro

A origem da denúncia

As autoridades iniciaram as investigações no final de 2023, após uma denúncia relacionada à venda de ossos humanos em uma plataforma de comércio eletrônico, o Facebook Marketplace. Segundo os investigadores, anúncios ofereciam itens como fragmentos de crânio, clavículas, costelas e vértebras, com preços que variavam entre US$ 35 e US$ 600.

Os produtos estavam sendo divulgados como “autênticos restos humanos” e “artefatos delicados”, levantando o alerta de especialistas e usuários da plataforma.

Busca e apreensão

Após monitoramento das atividades da loja, policiais realizaram uma operação na residência de Schopper e em sua loja. Durante a ação, foram apreendidos diversos ossos embalados e prontos para envio. Todos os materiais foram encaminhados ao departamento médico-legal para exames forenses.

Laudos indicam origem arqueológica dos ossos

Análises científicas e datação estimada

Peritos forenses indicaram que parte dos ossos tinha características arqueológicas, com indícios de terem entre 100 e 500 anos de idade. Alguns fragmentos possivelmente eram originários de escavações antigas, o que levanta suspeitas sobre sua extração e transporte ilegais.

Apesar de alguns comerciantes de arte e antiguidades alegarem que ossos antigos podem ser negociados legalmente, as leis estaduais da Flórida são claras: a venda de restos humanos é proibida, salvo em contextos científicos, médicos ou acadêmicos com devida autorização.

A versão da acusada e sua tentativa de defesa

flórida
Edição – @eyeem/Freepik

Alegação de venda legalizada

Durante o interrogatório, Kymberlee Schopper declarou que os itens vendidos eram adquiridos de colecionadores e fornecedores particulares, sob a justificativa de que se tratavam de materiais educativos ou artísticos. Ela chegou a afirmar que possuía documentação das transações, mas não apresentou qualquer comprovação oficial no momento da investigação.

Confusão legal e lacunas jurídicas

Nos Estados Unidos, a legislação sobre a comercialização de ossos humanos varia de estado para estado. Enquanto alguns permitem o comércio de restos mortais sob condições específicas, outros, como a Flórida, proíbem essa prática. A acusada disse acreditar que estava operando dentro da legalidade, mas as autoridades consideraram a justificativa insuficiente.

Wicked Wonderland: a loja por trás do escândalo

Loja física e presença digital

A loja de Schopper, chamada Wicked Wonderland, funcionava em Orange City, Flórida, e se apresentava como um espaço voltado para “itens anatômicos, esotéricos e decorativos”. Na prática, o estabelecimento misturava crânios decorativos, esqueletos de animais, objetos ritualísticos e, como revelado pela polícia, restos humanos reais.

Marketing voltado ao oculto

Nas redes sociais, a loja mantinha um perfil voltado ao público alternativo e ocultista, com postagens sobre taxidermia, necroarte e objetos “místicos”. A oferta de ossos humanos como peças de arte ou decoração era justificada pela “valorização da ancestralidade e da natureza efêmera da vida”.

O crime e suas implicações legais

Acusação formal e prisão

Kymberlee Schopper foi formalmente acusada por tráfico de tecidos humanos, uma infração considerada de segundo grau no estado da Flórida. A prisão ocorreu no dia 10 de abril de 2025, mas ela foi libertada no dia seguinte mediante pagamento de fiança fixada em US$ 7.500.

A investigação segue em andamento para determinar a procedência exata dos ossos e se há envolvimento de outras pessoas ou redes no fornecimento dos materiais.

Punições previstas

De acordo com a legislação local, a venda ou posse indevida de restos mortais pode levar a pena de prisão de até 15 anos, além de multas elevadas. O caso também pode ser encaminhado a cortes federais, dependendo da abrangência do comércio identificado.

Repercussão pública e debate ético

O espanto nas redes sociais

Assim que a notícia veio a público, milhares de usuários comentaram o caso nas redes sociais, expressando choque, indignação e curiosidade mórbida. A hashtag #WickedWonderland chegou a figurar entre os tópicos mais comentados da região no X (antigo Twitter).

Discussão sobre o comércio de restos mortais

Especialistas em bioética, arqueologia e direito penal começaram a se manifestar, chamando atenção para a falta de regulação clara em muitos estados americanos. Para alguns estudiosos, é urgente estabelecer normas nacionais sobre quem pode possuir ou vender ossos humanos e sob quais circunstâncias.

Casos semelhantes no passado

Outros incidentes envolvendo comércio ilegal de restos humanos

O caso de Kymberlee não é o primeiro a envolver esse tipo de crime. Em 2022, um grupo foi desmantelado por vender partes do corpo humano obtidas de doações médicas. Em 2023, museus e universidades também revisaram suas coleções após denúncias de que peças humanas haviam sido adquiridas de forma duvidosa.

Esses episódios mostram que, mesmo no século XXI, o tráfico de restos humanos ainda é uma realidade — alimentado tanto por colecionadores quanto por brechas legais.

Reflexão final: o limite entre o macabro e o crime

O caso da mulher presa na Flórida por vender ossos humanos escancara um lado sombrio da internet e dos nichos comerciais alternativos. Embora envolva elementos curiosos e até bizarros, trata-se de uma situação séria, com possíveis violações éticas, arqueológicas e criminais.

A investigação deve não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também estimular um debate global sobre o destino e a dignidade dos restos mortais humanos. Em um mundo digitalizado e conectado, a facilidade de vender quase qualquer coisa online exige maior fiscalização e critérios legais mais rigorosos.

Rolar para o topo