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O que são as modelos digitais? Como elas estão mudando a indústria da moda

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Nos últimos anos, a utilização de modelos digitais geradas por inteligência artificial (IA) se tornou uma tendência crescente na indústria da moda. Essas modelos, criadas de forma virtual, estão sendo utilizadas em campanhas publicitárias, editoriais de moda e até em desfiles, com uma estética quase sempre impecável e muitas vezes inatingível. Apesar das oportunidades oferecidas pela tecnologia, surge uma discussão sobre os impactos dessa prática, especialmente quando se trata de representatividade e dos padrões de beleza que essas modelos virtuais impõem. Neste artigo, vamos explorar o que são as modelos digitais, como elas funcionam e os efeitos que estão trazendo para a moda e para as questões sociais relacionadas à beleza.

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O que são modelos digitais?

Definição e características

Modelos digitais são representações virtuais criadas através de tecnologia de inteligência artificial e softwares de design gráfico. Essas representações imitam características humanas, como cabelo, pele, roupa e expressões faciais, mas são completamente geradas no computador. Ao contrário das modelos tradicionais, que são pessoas reais contratadas para campanhas publicitárias, as modelos digitais não têm limitações físicas ou de aparência, podendo ser projetadas para atender aos padrões de beleza da indústria, que muitas vezes são inatingíveis.

Como as modelos digitais são criadas?

As modelos digitais são desenvolvidas por meio de algoritmos de IA que utilizam grandes volumes de dados para criar representações extremamente realistas. O processo envolve a criação de um avatar digital a partir de modelagem 3D, que simula a física e os movimentos humanos. Algumas dessas modelos são apenas simulações, enquanto outras são avatares com características fixas, sendo utilizadas em campanhas de marcas que buscam uma estética mais polida e idealizada. Uma das maiores vantagens é que elas não têm limitações físicas, como o envelhecimento, e podem ser controladas para exibir os padrões de beleza que as marcas desejam.

O impacto das modelos digitais na moda

O retrocesso dos padrões de beleza

Embora as modelos digitais ofereçam oportunidades para a indústria da moda, elas também estão criando um retrocesso nos padrões de beleza. As campanhas publicitárias, ao utilizar modelos digitais, frequentemente reforçam ideais estéticos inatingíveis, como corpos extremamente magros ou características físicas exageradas, que não refletem a diversidade da população real. Isso pode contribuir para o aumento da pressão estética sobre o público, promovendo uma imagem de perfeição que é, em muitos casos, irreconhecível.

Além disso, a exclusão de características naturais, como marcas de pele, cicatrizes ou variações de tipos de corpo, pode perpetuar um estigma em torno da “beleza ideal”. Isso reforça os padrões que muitas vezes excluem a diversidade, afetando negativamente aqueles que não se encaixam nesses moldes.

A falta de diversidade e representatividade

Embora o uso de modelos digitais tenha o potencial de representar diferentes etnias, idades e tipos de corpo, a falta de diversidade nas criações digitais ainda é um problema predominante. A maioria das modelos digitais criadas para campanhas de moda apresenta um padrão físico bastante homogêneo, sem muita variação. Isso significa que a representatividade, muitas vezes, fica limitada a estereótipos de beleza.

Entretanto, alguns estudiosos e defensores da diversidade acreditam que, com o tempo, a tecnologia da IA poderá ser utilizada para criar modelos digitais mais diversos, representando melhor a população em termos de etnia, tipo físico, gênero e até mesmo deficiências. Esse movimento, no entanto, ainda está em estágio inicial e requer mais empenho por parte da indústria.

Modelos digitais como uma oportunidade para a inclusão

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Potencial para ampliar a diversidade

Apesar dos desafios, muitos defensores das modelos digitais argumentam que elas podem, sim, ajudar a ampliar a diversidade na moda. O uso da IA oferece a possibilidade de criar avatares digitais que representem diferentes tipos de corpo, etnias diversas e até mesmo diversidade de gênero. Isso poderia permitir uma mudança significativa na forma como a moda é representada e consumida, trazendo mais inclusão para um mercado tradicionalmente dominado por padrões exclusivos.

Por exemplo, marcas que já estão tentando representar a diversidade nas campanhas publicitárias podem começar a explorar a criação de modelos digitais que atendam a diferentes tipos de público. Se bem feitas, essas representações poderiam ajudar a promover a aceitação de todos os corpos e identidades na indústria da moda.

A responsabilidade ética das marcas

Para que as modelos digitais realmente tenham um impacto positivo, as marcas precisam ser mais conscientes na escolha de como elas as utilizam. Criar modelos digitais para representar a diversidade real e não apenas um ideal de perfeição estética é fundamental. A indústria da moda tem o poder de mudar os padrões de beleza através da representação digital, mas isso exige uma responsabilidade ética nas decisões de criação e nas campanhas publicitárias.

O futuro das modelos digitais na indústria da moda

Tendências emergentes

O futuro das modelos digitais na moda é, sem dúvida, promissor. À medida que a tecnologia continua a avançar, as possibilidades de personalização, interatividade e representação de diversas características humanas se expandem. Espera-se que as marcas se envolvam cada vez mais com essas inovações, tanto para atrair um público jovem e tecnicamente engajado, quanto para melhorar a representatividade e inclusão nas suas campanhas.

Além disso, o uso de modelos digitais não se limita apenas à criação de visuais para a publicidade. Elas também podem ser usadas para projeções de moda em realidade aumentada ou até mesmo para criar experiências imersivas nos desfiles de moda, onde o público poderia interagir diretamente com as modelos virtuais.

Modelos digitais na era do metaverso

Com a popularização do metaverso e da realidade virtual, os modelos digitais terão um papel central não apenas nas campanhas publicitárias, mas também em ambientes virtuais. A interação com avatares digitais será cada vez mais comum, e marcas de moda já estão se preparando para apresentar suas coleções e produtos em plataformas virtuais.

Esse novo cenário cria um vasto espaço para a experimentação e inovação, mas também levanta questões sobre como essas novas representações digitais afetarão as normas de beleza e a inclusão. Para que a indústria avance de forma ética, será necessário que ela considere as implicações sociais e culturais dessas novas formas de comunicação.

Considerações finais

O uso de modelos digitais geradas por IA é uma realidade crescente na indústria da moda, trazendo consigo tanto oportunidades quanto desafios. Se por um lado, elas permitem a criação de padrões estéticos perfeitos e a possibilidade de incluir mais diversidade, por outro, elas podem perpetuar a exclusão e reforçar modelos inatingíveis de beleza. O futuro da moda digital dependerá de um equilíbrio entre inovação tecnológica e responsabilidade ética, para que a diversidade e a inclusão possam ser verdadeiramente representadas.

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