Fazer um mochilão pela América do Sul continua sendo um dos maiores desejos de viajantes que buscam liberdade, cultura e natureza em um mesmo percurso. Em 2025, o continente se mostra ainda mais atrativo: preços acessíveis em comparação com outros destinos, diversidade cultural única e paisagens que variam de desertos a florestas tropicais. Este guia completo reúne informações essenciais para organizar sua viagem, incluindo como planejar o itinerário, quanto gastar, que documentos levar, além de dicas de saúde, segurança e sustentabilidade.
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Como planejar o mochilão
Defina seus objetivos de viagem
Antes de escolher os destinos, reflita sobre o que espera da experiência: aventura em trilhas de alta montanha, mergulho em culturas indígenas, imersão gastronômica, passeios urbanos ou contato com praias paradisíacas? Ter clareza sobre suas prioridades evita gastos desnecessários e ajuda a criar um roteiro mais coerente.
Estruture o percurso
Uma boa prática é escolher de três a seis cidades-base e, a partir delas, fazer passeios de bate-volta. Evite trocar de cidade todos os dias, já que o excesso de deslocamentos pode tornar a viagem cansativa e reduzir a qualidade da experiência.
Tempo mínimo para cada roteiro
- Viagens curtas (até 15 dias): foque em um único país ou dois vizinhos com fácil acesso terrestre.
- Viagens médias (20 a 30 dias): permitem combinar regiões distintas, como desertos e cidades históricas.
- Viagens longas (acima de 40 dias): possibilitam percorrer circuitos mais amplos, que integram Andes, Patagônia e litoral.
Melhor época para viajar
Região andina (Peru, Bolívia, Equador e norte do Chile/Argentina)
A estação seca, de maio a setembro, é a mais indicada para caminhadas e passeios de altitude. No período chuvoso, entre novembro e março, as paisagens ficam mais verdes, mas há risco de estradas bloqueadas.
Desertos e altiplanos (Atacama e Uyuni)
De abril a outubro, o clima seco garante dias ensolarados e noites frias. Já no verão, chuvas ocasionais podem criar o famoso “espelho d’água” no Salar de Uyuni.
Patagônia e Terra do Fogo
A temporada de trilhas ocorre de novembro a março, quando os dias são longos e as temperaturas mais amenas. Fora desse período, muitas rotas fecham devido ao gelo e ao vento intenso.
Caribe sul-americano (Colômbia e norte do Peru)
Com sol praticamente o ano inteiro, o melhor período vai de dezembro a abril, quando chove menos.
Quanto custa viajar em 2025

O valor diário depende do estilo de cada viajante. Veja uma média de custos por pessoa/dia:
- Perfil econômico: R$ 180 a R$ 300 (hostel, transporte público e alimentação simples).
- Intermediário: R$ 320 a R$ 550 (hospedagem privativa, restaurantes populares e tours).
- Conforto elevado: R$ 600 ou mais (hotéis, passeios privados e experiências exclusivas).
Para reduzir despesas, utilize passagens multitrecho, compre bilhetes de ônibus com antecedência e aproveite passeios gratuitos oferecidos em algumas cidades, como walking tours.
Dinheiro e câmbio
- Diversifique meios de pagamento: leve cartão internacional, pré-pago multimoeda e uma quantia em dólares em espécie.
- Saque em caixas eletrônicos: prático, mas com limites diários e tarifas fixas. Planeje saques em valores maiores para economizar.
- Aplicativos e fintechs: em 2025, muitas oferecem contas digitais com câmbio competitivo, facilitando transferências e pagamentos.
Documentos necessários
- RG em bom estado (aceito em países do Mercosul e associados) ou passaporte válido.
- Seguro viagem, com cobertura médica e para esportes de aventura, altamente recomendado.
- Carteira de vacinação, com a dose contra febre amarela, pode ser exigida em algumas fronteiras.
- CNH ou PID para quem pretende alugar veículos.
- Comprovantes de hospedagem e bilhetes de saída do país podem ser solicitados em algumas fronteiras.
Saúde e adaptação à altitude
- Aclimatação: ao chegar em cidades acima de 2.500 metros, descanse no primeiro dia, hidrate-se e evite bebidas alcoólicas.
- Alimentação: priorize refeições leves até o corpo se adaptar.
- Kit pessoal: inclua remédios para dor de cabeça, protetor solar, hidratante labial e curativos.
Segurança durante a viagem
- Use doleira para documentos e dinheiro.
- Tenha cópias digitais de passaporte e reservas salvas em nuvem.
- Prefira ônibus diurnos em regiões pouco seguras.
- Informe-se sobre áreas de risco e evite circular sozinho à noite.
- Desconfie de ofertas muito baratas de passeios ou câmbio nas ruas.
O que levar na mochila
Mochila e roupas
Uma mochila de 40 a 50 litros é suficiente. Aposte em roupas por camadas, jaqueta impermeável, calçado de trekking e chinelo.
Itens úteis
- Toalha de secagem rápida
- Cadeado
- Garrafa reutilizável
- Adaptador universal
- Power bank
- Sacos estanques para separar roupas
Tecnologia
Carregue aplicativos de mapas offline, tradutores e conversores de moedas. Chips regionais com internet são acessíveis e evitam perrengues.
Transportes no continente
- Ônibus: principal meio entre cidades, com rotas noturnas que economizam hospedagem.
- Voos low-cost: ideais para percursos longos entre países.
- Tours 4×4: comuns no deserto do Atacama e no Salar de Uyuni.
- Trens turísticos: usados em trajetos históricos, como Cusco–Águas Calientes (Peru).
Sugestões de roteiros
10 dias – Andes compactos
- Cusco ou La Paz para aclimatação
- Machu Picchu ou Lago Titicaca
- Passeios culturais e gastronômicos
20 dias – Deserto e cultura
- Atacama (Chile)
- Travessia para o Salar de Uyuni (Bolívia)
- La Paz e Lago Titicaca
- Arequipa ou Lima (Peru)
30 dias – Cone Sul
- Santiago e Valparaíso
- Bariloche ou Puerto Varas
- El Calafate e El Chaltén
- Ushuaia
- Buenos Aires
Respeito cultural e sustentabilidade
- Utilize garrafas reutilizáveis para reduzir plástico.
- Respeite comunidades locais, pedindo permissão antes de fotografar.
- Valorize artesanato e comida de pequenos produtores.
- Não retire pedras ou plantas de áreas naturais.
Passo a passo para montar sua viagem
- Escolha a época e duração.
- Compre a passagem internacional.
- Estruture o roteiro com cidades-base.
- Contrate seguro viagem.
- Reserve hospedagens principais.
- Garanta ingressos para atrações concorridas.
- Organize documentos e vacinas.
- Monte a mochila com antecedência.
Considerações finais
Viajar de mochila pela América do Sul em 2025 é a chance de unir economia, aventura e aprendizado cultural. Com planejamento, documentos em ordem e escolhas inteligentes, é possível atravessar desertos, explorar cidades históricas, contemplar montanhas e se perder em paisagens caribenhas. Mais do que um roteiro, o mochilão é uma experiência transformadora — e cada passo dado se converte em uma história para lembrar por toda a vida.













