Moça é presa em hospício pelos pais. 44 anos depois, ela mostra sua vingança

1963. Julie Mannix, de 19 anos, vivia com sua família, da alta sociedade, na Filadélfia, EUA. Apaixonada por Frank von Zerneck, ela engravidou. Um filho de um relacionamento ‘fora de um casamento’ era um escândalo na época. Quando se apaixonou perdidamente, Julie não sabia a verdade, mas logo descobriu que Frank na verdade, era casado.

A ginecologista da família apenas informou à mãe sobre a gravidez.

Pais a internam em um hospício:

O aborto nessa época era proibido. Mas, se diagnosticado problemas psicológicos, não. Então, Julie foi internada à força em um hospício, com seus médicos alegando um quadro grave de depressão. Quando ela soube da gestação, no terceiro mês, se recusou a assinar os papéis que autorizavam o aborto. Apenas queria conhecer seu bebê, fruto de muito amor.

Em um longo artigo, Julie conta com detalhes sua infância e todos os momentos após o nascimento de sua filha. Durante o tempo que passou no hospício, ela tentou provar aos psiquiatras que não tinha qualquer problema, em vão. Então, decidiu que não diria mais uma palavra até sair do local. Quando sua bolsa estourou, em 19 de abril de 1964, ela deu à luz à uma bebê saudável.

Ela só pôde ver a filha uma vez, longe dela. A chamou de Aimee Veronica. Enquanto assinava os papéis de adoção, suas pernas bambeavam, sabendo que a menina estava indo embora.

Anos seguintes:

Pelas décadas que se passavam, Julie não deixou de pensar na filha. Ao procurar por ela, recebeu a resposta que já esperava: os registros de adoção eram sigilosos e não poderia ter acesso à maiores informações.

O que disseram é que ela apenas poderia rezar para que a filha estivesse com uma família que a amasse e cuidasse bem dela. Frank, seu amor, tinha se separado enquanto ela estava internada e tentado contato diariamente, mas a família de Julie nunca contou nada. Pouco depois, se reencontraram e casaram, enquanto Julie era atriz em Nova York.

Quando seus pais descobriram sobre o matrimonio, ela foi deserdada. Acabou tendo mais dois filhos, Danielle e Frank Jr., mas nem por um instante parou de pensar em Aimee. Todos os anos, dia 19 de abril, o casal comemorava o aniversário da menina. O sucesso profissional era grande, de ambos os lados, mas faltava um pedaço para deixar a família completa.

Vida de Aimee Veronica:

Aimee foi adotada por uma família que a amava e esperou muito por ela, passando a se chamar Kathleen Marie Wisler. Mas, nem tudo foi conto de fadas em sua vida. Com 4 anos de idade, sua mãe adotiva foi diagnosticada com câncer. Pelos próximos dois anos, idas ao hospital viraram uma rotina em sua vida, embora visitas de crianças não fossem permitidas. Com 6 anos, em 1970, sua mãe adotiva morreu.

Seu pai adotivo casou-se novamente quando ela tinha 10 anos. Mas, o matrimônio foi um desastre. No artigo, ela conta que descobriu ser adotada quando pequena, o que foi um grande choque. Em 1988, Kathleen se casou. Somente quando suas filhas nasceram, Amanda e Kathryn, é que ela passou a se perguntar sobre sua mãe biológica.

Ela pediu informações à instituição que a adotou e ao receber os papéis, passou a imaginar diversas coisas sobre aquele casal que deveria ser seus pais biológicos. Somente quando seu pai adotivo morreu, três anos depois, é que ela resolveu ir atrás dessa família. Ao procurar na internet, viu que se tratava de atores famosos e ficou receosa. Mas, mesmo assim, os escreveu uma carta em 2008. Frank e Julie a ligaram, dois dias depois.

Reencontro:

E, em uma conversa repleta de emoção, descobriram que ela era de fato sua filha. Apenas 8 meses depois, com diversas trocas de e-mails, fotos e informações, é que Kathleen finalmente encontrou Julie. O relacionamento entre elas é forte, como se nunca tivessem se separado. Mesmo 50 anos depois de se verem pela primeira vez, o reencontro foi ‘mágico’. Agora, tudo que fazem é correr atrás do tempo perdido juntas.

Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal

Fonte: Redbookmag