Quem não lembra do memorável bordão: “Cala a boca, Magda!”? Pois é, como esquecer de um ator tão único e marcante como Miguel Falabella, que não foi apenas o Caco Antibes na icônica “Sai de Baixo”, mas também foi e é muito mais?
Em um programa realizado pelo Jornal Folha de S. Paulo, chamado “Pensando Alto”, o ator, diretor e roteirista falou sobre os temas que envolvem a vida e o momento atual do país.
Ele lembra do assassinato da atriz Daniella Perez, morta aos 22 anos, em 1992, pelo ex ator e colega de trabalho, Guilherme de Pádua, e por sua então esposa, Paula Nogueira Peixoto. Com facadas, perfuraram o pescoço, pulmão e o coração da atriz.

Isso deixa Miguel – e não apenas ele – indignado. Ambos estão fora da cadeia, e o diretor afirma que “eles estão soltos em um país que deveria ser prisão perpétua para os dois”.
Parece que vivemos em mundo diferentes, segundo ele, e, neste mundo, Miguel não quer viver.
Falabella puxa esse assunto para a sua vida. O Brasil é um país que onde ao mesmo tempo tem pena de tudo, mas também tem preconceito de tudo.

Ele conta que as pessoas quase o mataram de aids na época em que a doença era muito falada no país. Certa vez, quando foi a uma loja, o local logo ficou vazio. Tudo começou quando uma grande revista de fofocas pediu para ele fazer um depoimento afirmando que não tinha a doença.
Ele deu o depoimento, porém, na chamada da revista estava “Miguel Falabella não tem aids” escrito bem pequeno. As pessoas não leram direito e, automaticamente, relacionaram o Miguel com a doença.
Na época, ele se sentiu horrível, pois imagina o pensamento da família e amigos do ator? Ele ficou um mês trancado dentro de casa sem querer sair.

Mesmo assim, Falabella afirma que não tem medo nenhum da morte, pois ela é algo certo para o ser humano. Morrer não o corrói e só o que importa é envelhecer bem. Mesmo tendo feito sucesso cedo, ele conseguiu aproveitar sua juventude.
Após já ter desfilado nu em escola de samba e fazer diversos musicais, o diretor aperta muito na tecla de que você não é aquilo que dizem que você é. Você é muito mais.
Não precisa acha a vida das pessoas famosas mais interessantes que a sua, pois elas também amam, desamam, sofrem, namoram, terminam, casam e descasam. Todos somos iguais.

Miguel Falabella termina dizendo que Deus é cada um de nós: é a capacidade de foco e de querer mais, pois a gente tem que sempre procurar ser sempre mais e “jamais se deitar sob os louros”.
O ator está agora em cartaz com a peça “God” no Teatro Procópio Ferreira, na Augusta, em São Paulo. Ele é um exemplo de cidadania e carreira, com certeza!
Fotos: Canal Viva, Divulgação, Reprodução













