Os médicos encontraram a carta depois que o garoto faleceu. “Eu tenho muito medo deles”
Abusos e agressões contra as crianças são questões delicadas que tocam as pessoas em todo o mundo.
No Brasil, casos como os da Isabella Nardoni e João Hélio, já tomaram conta dos noticiários e pararam a nação. Todos queriam justiça para a brutalidade cometida contra os pequenos.
Em alguns destes casos, a característica que mais chamava a atenção era o fato das agressões virem exatamente de quem deveria ser o maior interessado em proteger as crianças, os seus pais.
Este tipo de covardia foi tema de uma matéria do site Viralistas, que compartilhou uma carta emocionante do um menino Ivan, de 7 anos. Além de garoto sofrer agressões covardes dos colegas da escola, em casa o pesadelo continuava.
A carta é emocionante e no final uma mensagem é dada sobre esse tipo de comportamento.
Confira a carta:
“Meu nome é Ivan e tenho 7 anos de idade. Eu amo muito o meu pai e a minha mãe, mas também tenho muito medo deles. Eles muitas vezes me batem e eu não sei por quê.
Esta manhã eu acordei e fui para a escola. Sou um bom aluno e gosto muito da minha professora. Eu também gosto muito dos meus colegas de classe, mas não tenho amigos. É por isso que eu geralmente fico na sala de aula durante os intervalos. Ninguém quer brincar comigo. Tentei fazer amizade com os outros, mas eles me dizem que eu sou desagradável.
Eles riem de mim porque eu uso roupa velha, e os mesmos sapatos todos os dias. Um dia, depois da escola, roubei um casaco que estava pendurado há muito tempo e que parecia não ter nenhum dono. Fui para casa no meio da neve. Eu estava tremendo de frio e era difícil andar de tão forte que estava o vento. De repente, alguém me empurrou, eu caí na neve e eles colocaram meu rosto no chão. Então eles me disseram: “Ninguém gosta de você. Idiota! ‘
Eles me chutaram nas costas e no estômago. Então, eles correram e me deixaram deitado na neve.

Chorei, não porque fiquei frio ou machucado, chorei por não ter amigos, mesmo que eu goste de todos. Assim que cheguei em casa, minha mãe veio correndo e pegou meus cabelos.
‘Onde você esteve? Por que você está molhado e sujo? Vá para o seu quarto sem jantar.
Fiz o que minha mãe me disse. Fui para o meu quarto e não comi, apesar de estar com frio e muita fome.
Minhas notas passaram de mal a pior e, sempre que a escola conta para meu pai, ele me bate. Uma vez ele me bateu com tanta força na mão, que não conseguia mexer meu dedo. Na verdade, nunca consegui movê-lo novamente e as crianças riem de mim por isso. O tempo passou e um dia eu acordei com muita dor no meu peito.
Mamãe e papai não se importaram de ter sofrido. À noite, deitei na minha cama e só queria uma coisa. Eu eu não queria incomodar pai e mãe.
No dia seguinte, na escola, tivemos que desenhar o nosso maior sonho. As outras crianças pintaram carros, foguetes e bonecas. Eu não.
Não porque não gosto dessas coisas, mas porque o que eu mais queria era uma mãe e um pai. É por isso que eu pintei uma família. Um pai, uma mãe e seu filho. Brincando e feliz. Enquanto eu pintava, chorei em silêncio. Queria de ter um pai e uma mãe que me amam.
Quando foi minha vez de mostrar meu desenho em sala de aula, todos riram de mim. Fiquei na frente dos meus colegas e expliquei:
“Meu maior sonho é uma família”. A risada ficou mais forte ainda. Comecei a chorar e eu disse a eles:
“Por favor, não riam de mim, esse é o meu maior sonho!
A professora tentou enxugar minhas lágrimas. Alguns colegas me entenderam, outros continuaram a rir de mim. Quando me deram a nota de uma prova, vi que fui mal de novo. Minha mãe ficou brava. Ela me jogou no chão e me bateu com uma cadeira. Ele me bateu duas vezes na cabeça. Não consegui me levantar.
Pedi para que não contasse para o meu pai, mas quando levantei a cabeça, ele já estava lá. Quando mamãe lhe falou sobre meu exame, ele me tirou do chão e me atingiu no rosto.
Depois disso, não lembro mais de nada. Acordei no hospital. Não consegui mover nenhum dos dedos. Olhei pela janela e chorei. Lá fora, vi os pais brincando com seus filhos, jogando bolas juntas e se abraçando. Você sabe por que chorei?
Eu não sei como é o abraço da minha mãe sente. Meus pais sempre me espancaram, mas eu os amo de qualquer maneira. Eu sempre fiz tudo o possível, eu fui bom na escola, mas mesmo assim, eles sempre me colocam para baixo.
Quando meu peito voltou a doer, eu disse a minha mãe, mas ela não se importava. Depois de um tempo, eu tive que ir ao hospital e ninguém veio me ver.

O médico me disse que provavelmente mamãe e papai viriam no dia seguinte, mas eles não vieram. Esperei e esperei, mas ninguém veio. Eu amo meus pais de qualquer maneira.
Eu nunca quis incomodá-los. Tudo o que eu queria era ter um abraço da mãe e ouvir as palavras “eu te amo”. Ou aquele pai para brincar comigo, segure minha mão para dar uma volta.
Eu sei que eu sou uma vergonha para você. Nunca serei o que vocês querem.”
Esta carta foi encontrada pelos médicos do hospital nas mãos de Ivan após sua morte.
Desfecho
Embora esta carta seja de ficção, sua intenção é mostrar toda a dor sofrida por crianças que são maltratadas. É importante que vizinhos, professores ou conhecidos, fiquem atentos aos sinais que indicam que uma criança está sofrendo abusos.
O número para denunciar qualquer tipo de abuso contra crianças no Brasil, é 190.












