Quanto menor as crianças são, mais fácil se envolvem com acidentes domésticos. E pode incluir a cozinha como o lugar mais perigoso da casa.
De acordo com dados do Hospital Geral do Estado (HGE), 70% dos casos de queimaduras nas crianças se dão por conta de acidentes domésticos. Para se ter uma breve noção do assunto, em 2012 mais de 200 pessoas deram entrada no mesmo hospital com queimaduras. Deste total, mais de 160 dos casos foram crianças por acidentes domésticos.
O pequeno Vanderson está neste número. Com apenas dois anos de idade, levou um choque em uma “gambiarra” no fio do ventilador. “Foi um descuido meu e aconteceu isso com o meu pequeno. Ele perdeu parte dos dedos e sofreu graves queimaduras no peito. O que me conforta é que, apesar de grave, meu pequeno está se recuperando e logo estará em casa”, lamenta a mãe, Lucilene.
O menino está internado há mais de 20 dias. De acordo com Thyago Carvalho, cirurgião plástico, casos semelhantes a este são comuns. Geralmente em ambientes onde existam vários irmãos, é natural que aconteçam mais acidentes. “Geralmente são famílias humildes onde a mãe cuida da casa e dos filhos. Já vi muitos casos de mães que cozinham com os filhos no braço, ou que deixam as crianças ficarem brincando perto do fogão”.
Então a melhor recomendação é que as crianças fiquem longe da cozinha e qualquer tomada ou fios. “Aquele segundo em que o responsável tira o olho da criança é onde mora o perigo. Lugar de criança não é na cozinha. A mãe ou pai não pode deixar que esse ambiente seja um local de brincadeira em que a criança possa testar seus limites. Entretanto, onde o nível econômico é mais baixo, acontecem acidentes domésticos”.
Além disso, o período das férias é o mais propenso aos acidentes. Caso não haja a possibilidade de deixá-los longe da cozinha, deixe os cabos das panelas que estiverem no fogão para o lado de dentro, botijões de gás sempre com a válvula fechada e deixe todos os produtos de limpeza em um local seguro e longe do alcance dos pequenos.
Fotos: Reprodução / G1, TV Globo