Bastante ativa, animada e de bem com a vida. Todos que conheciam a pequena Gabrielly Cristina, de 11 anos, se encantavam com a menina que sonhava ser bailarina. Contudo, uma visita ao hospital após uma crise de asma pôs tudo a perder em sua vida.
Já faz quase seis meses que a garotinha vive em estado vegetativo. Ela entrou na condição após ser medicada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sobral em Rio Branco, no Acre. Revoltada com a situação, a mãe da menina, Siliane Sandra da Silva, que trabalha como diarista, acusa a unidade de médica de negligência.
Sofrendo com uma crise de asma, Gabrielly foi levada diretamente à UPA. Lá, assim que ela foi atendida, os médicos aplicaram duas medicações em sua veia, o que a levou a sofrer um choque anafilático e uma parada respiratória.
De acordo com o relato da mãe ao G1, imediatamente após receber a segunda medicação Gabrielly pôs a mão em seu pescoço. Em seguida, a menina se debruçou, urinou e apagou completamente. A mãe se desesperou.
“Ela nunca havia tomado medicação na veia, sempre foi via oral, mas nesse dia resolveram dar o remédio, que é um antibiótico muito forte, direto na veia. Não sei porque eles fizeram isso. Não fizeram os primeiros socorros logo. Ela ficou muito tempo sem oxigenação. No laudo diz que foram 11 minutos, mas eu que estava lá, vi que foi bem mais tempo. Demorou muito tempo, foi muita negligência”, disse Siliane ao G1.

Graças a doações, a menina foi levada para casa após três meses de internação. O dinheiro arrecadado permitiu que a família humilde montasse um quarto adaptado às necessidades dela. No entanto, o sentimento de tristeza e revolta permanece. Os sonhos da pequena bailarina foram arruinados. “Hoje minha filha está só vegetando, não teve nenhum progresso desde o acontecimento. Segundo a neurologista, foi uma lesão gravíssima no cérebro e é irreversível”, desabafa a mãe, que promete acionar a Justiça.
Em nota, a Saúde informou que durante o atendimento foi perguntado a mãe, que afirmou que a menina sofria crises com frequência, tinha alguma alergia, e ela disse que não. Além disso, foi citado que a “paciente ficou desacordada, foi encaminhada para emergência da unidade, no mesmo momento foi colocado 2 continuo e realizado adrenalina no vasto lateral, não tendo sucesso. Paciente continuou acianótica, bradicárdica, pupilas não reagentes e sem expansão do tórax”. E assim que Gabrielly sofreu uma parada cardiorrespiratória, “foi iniciada massagem cardíaca e adrenalina e que após 6 minutos no segundo ciclo da adrenalina voltou com pulso cheio com frequência cardíaca”.
Fonte: G1












