R$ 100 milhões na conta: quanto rende e onde investir?
Ganhar na Mega-Sena é o sonho de muitos brasileiros. Com prêmios que frequentemente ultrapassam a casa dos R$ 100 milhões, uma pergunta inevitável surge: qual a melhor forma de aplicar essa quantia? Neste artigo, simulamos quanto rende um prêmio desse tamanho em diferentes investimentos de renda fixa. Poupança, Tesouro Direto e CDBs são opções populares — mas será que todas oferecem bons retornos?
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Panorama inicial: o que considerar antes de aplicar
Antes de investir qualquer quantia — especialmente uma cifra milionária — é importante avaliar três fatores principais:
- Segurança: o investimento é protegido por mecanismos como o FGC ou o Tesouro Nacional?
- Liquidez: é fácil resgatar o dinheiro em caso de necessidade?
- Rentabilidade: qual o retorno real esperado, já descontando a inflação?
Vamos comparar os principais produtos financeiros com base nesses critérios, utilizando dados atualizados de maio de 2025.
Poupança: a opção mais segura, mas menos rentável
Como funciona a poupança?
A caderneta de poupança é um dos investimentos mais tradicionais do Brasil. Mesmo com a queda da sua rentabilidade nas últimas décadas, ainda é muito procurada por sua simplicidade e liquidez imediata.
Qual o rendimento atual da poupança?
Desde 2012, a regra da poupança é atrelada à taxa Selic. Em momentos em que a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a rentabilidade é de 70% da Selic + TR (Taxa Referencial, geralmente zerada). Com a Selic em 10,5% ao ano em 2025, a poupança rende 0,5% ao mês + TR.
Simulação com R$ 100 milhões
- Rendimento mensal bruto estimado: R$ 500.000
- Rendimento anual bruto estimado: R$ 6 milhões
- Liquidez: imediata (a cada “aniversário” do depósito)
- Imposto de renda: isenta
Apesar da isenção de IR, o rendimento da poupança perde para outros produtos de renda fixa, principalmente quando a Selic está elevada.
Tesouro Direto: segurança do governo com rentabilidades variadas
O Tesouro Direto é um programa do governo federal que permite investir em títulos públicos. Existem três principais modalidades: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.
Tesouro Selic
Ideal para quem busca segurança e liquidez diária. O rendimento segue a taxa Selic.
- Rentabilidade anual: em torno de 10,5%
- Rendimento anual bruto estimado: R$ 10,5 milhões
- Descontos: IR regressivo (15% após 2 anos)
Tesouro Prefixado
Neste título, o investidor sabe exatamente quanto vai receber no vencimento. Exemplo: 11% ao ano até 2029.
- Rendimento bruto anual: R$ 11 milhões
- Risco: perda no resgate antecipado, se a taxa subir
Tesouro IPCA+
Garante ganho real acima da inflação. Ideal para preservar o poder de compra.
- Rentabilidade estimada: IPCA + 5,5%
- Rendimento total estimado (com IPCA de 4%): 9,5% ao ano
- Vantagem: proteção contra inflação
CDB: opção com rentabilidade superior e cobertura do FGC

Como funciona um CDB?
O Certificado de Depósito Bancário é um título emitido por bancos para captar recursos. Em troca, o investidor recebe juros, que podem ser prefixados, pós-fixados ou atrelados ao CDI.
Simulação com CDB de 110% do CDI
- CDI atual (2025): aproximadamente 10,4% ao ano
- Rendimento do CDB: 11,44% ao ano
- Rendimento bruto anual: R$ 11,44 milhões
- Descontos: IR regressivo (15% após 2 anos)
FGC: o que ele cobre?
O Fundo Garantidor de Créditos cobre até R$ 250 mil por CPF por instituição em caso de quebra do banco. No caso de R$ 100 milhões, seria necessário pulverizar o investimento em múltiplos bancos.
LCI e LCA: investimentos isentos de IR
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) também são garantidas pelo FGC e possuem isenção de Imposto de Renda.
Simulação com LCI de 92% do CDI
- Rendimento anual estimado: 9,56%
- Rendimento anual com R$ 100 milhões: R$ 9,56 milhões líquidos
- Vantagem: isenção de IR
- Desvantagem: prazos maiores para resgate (180 dias ou mais)
Fundos DI: praticidade com rendimento inferior
Fundos DI aplicam majoritariamente em títulos públicos. Apesar da comodidade, as taxas de administração corroem o rendimento.
- Rentabilidade líquida estimada: 8% ao ano
- Rendimento com R$ 100 milhões: R$ 8 milhões por ano
- Indicado para: investidores com pouco conhecimento técnico
Comparativo geral de rendimento com R$ 100 milhões
| Tipo de investimento | Rentabilidade anual líquida estimada | Rendimento anual com R$ 100 mi |
|---|---|---|
| Poupança | 6% (isenta de IR) | R$ 6 milhões |
| Tesouro Selic | 8,9% | R$ 8,9 milhões |
| Tesouro Prefixado | 9,35% | R$ 9,35 milhões |
| Tesouro IPCA+ | 9,5% (com IPCA a 4%) | R$ 9,5 milhões |
| CDB (110% do CDI) | 9,7% | R$ 9,7 milhões |
| LCI/LCA | 9,56% (isento de IR) | R$ 9,56 milhões |
| Fundo DI | 8% | R$ 8 milhões |
Considerações finais: qual a melhor escolha?
A melhor aplicação para os R$ 100 milhões da Mega-Sena depende do perfil do investidor. Quem prioriza segurança e liquidez pode optar por Tesouro Selic e CDBs de grandes bancos. Já aqueles que querem maximizar ganhos e manter isenção fiscal podem recorrer a LCI e LCA com boas taxas.
A diversificação é o caminho mais prudente. Aplicar partes da fortuna em diferentes produtos pode garantir um bom retorno com riscos controlados, mantendo o patrimônio protegido da inflação e das oscilações de mercado.
Para um ganhador da Mega-Sena, mais importante que buscar o “melhor investimento” é contar com planejamento financeiro e orientação profissional. Afinal, mais difícil do que ganhar é manter a fortuna.













