Uma mãe desesperada e um filho doente. Parece uma cena comum, não?! Afinal, que mãe nunca se sentiu assim quando a criança simplesmente parece não melhorar e os médicos não ajudam em nada?
Bem, este foi o caso da cozinheira Maria Osana de Amorim Ferreira com o filho Kaique, um menino de apenas seis meses. Segundo a mãe, tudo começou quando o garotinho apresentou certas dores nos pés:
”Meu filho sempre foi muito bagunceiro e brincalhão, a clássica criança arteira. No entanto, quando estava com seis anos, começou a ficar muito cansado. Um dia, acordou e veio se arrastando até mim: ‘Mamãe, eu não consigo ficar de pé. Mandei ele parar de gracinha e, como achei que poderia estar cansado, sugeri que dormisse novamente”, contou ela ao site da UOL.

Porém, quando acordou lá estava ele sem sentir os membros. Coloquei-o no sofá, com as pernas em cima de dois travesseiros, fiz massagem e ele acabou adormecendo de novo. Quando acordou, pedi que se levantasse, mas meu filho respondeu: ‘Mamãe, é sério. Não estou sentindo as minhas pernas’, contou.
Logo, a mãe percebeu que não tinha outra escolha a não ser levá-lo para o hospital para entender o que estava acontecendo com ele. Mas ao chegar lá, os médicos não deram qualquer tipo de assistência. Sem qualquer tipo de exame, eles disseram que aquilo era puro dengo, ”frescurinha de criança”.
No fim, tudo o que os pais conseguiram lá foi uma receita de dipirona para a dor que Kaíque estava sentindo. Mas não seria tão simples assim, infelizmente. A mãe voltou com ele e acabaram pedindo um exame de sangue que indicou que o garoto tinha um pouco de anemia. A receita? Um pouco de fígado e suco de beterraba com laranja. Porém, de nada adiantou.

Mais uma vez, Maria ia para um atendimento médico. Dessa vez a um posto de saúde. Novamente veio a mesma história do menino simplesmente não estar afim de ir à escola e, por isso, inventava todas aquelas dores. Entretanto, nada resolvia o problema de fato como a mãe esperava.
Rapidamente, ela trocou de hospital onde a médica afirmou que ele estava com sinusite, recomendando inalação e soro. Contudo, isso acabou gerando um inchaço em seu olho. E, claro, Kaíque ainda não andava.
Quando finalmente fizeram um exame, descobriram uma certa bactéria que teria se desenvolvido após uma picada. Com um antialérgico, a perna começou a desinchar, de fato. ”Pensei que, agora sim, meu filho já estava ficando bom. No entanto, ele ainda não conseguia ficar em pé”, contou a mãe.

Outro hospital. Parecia que a busca pelo diagnóstico jamais chegaria. Até que a mãe foi orientada pela cunhada a levar o garoto no Hospital Infantil Cândido Fontoura. Lá, fizeram um exame de raio-X depois da mãe contar sobre o olho inchado, a perna dormente e um leve desconforto na cabeça.
Porém, quando voltaram com o resultado, a surpresa: três seguranças e vários médicos apareceram com a seguinte pergunta: ‘Mãe, tem certeza? A senhora bateu nele? Encontramos uma mancha muito feia na região do rosto’, disseram eles. ‘Se a senhora bateu, precisamos saber. Melhor falar logo’.
A resposta dela foi que não, é claro. Ela jamais agrediria seu filho não importasse o que os exames indicassem. No fim, Kaíque precisou ser internado. Foi um mês com o garotinho recebendo corticoides que, de alguma forma acabaram ajudando já que ele voltou a andar.

O mais bizarro de tudo é que ele até foi para outros hospitais fazer exames como ressonância magnética e tomografias. Mas nada aparecia. Nenhuma alteração. Nada.
Felizmente, Kaíque conseguiu alta do hospital e ficou dois meses em casa, com apenas exames de rotina. O que ninguém esperava era que tudo começaria novamente quando um de seus olhos voltou a inchar. Segundo os médicos, era culpa da sinusite, mas nenhum dos remédios parecia fazer efeito.
As coisas só começaram a realmente dar certo depois que ele apresentou um sangramento do nariz. Um dia, o nariz do Kaíque começou a sangrar muito.

”Corremos para o Hospital Cândido Fontoura e foi aí que a situação começou a se resolver. Tudo por culpa da enfermeira que nos recebeu, e, acertadamente, após alguns exames, disse que não botaria a mão no meu filho”, contou.
”’Ele está com um problema que não é aqui que se cura’, disse a enfermeira. Questionei e ela disfarçou, dizendo que me daria o endereço do lugar correto para onde deveria levar meu filho.
Era o Hospital do GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) Argumentei: como você me manda para esse lugar sem nem saber o que meu filho tem? E veio a resposta que mudou tudo: ‘Mãe, seu filho está com um tumor…. Os médicos não falaram isso para a senhora?”’

Aparentemente, o que ele tinha era o Linfoma Não Hodgkin. Assim, o tratamento era a quimioterapia, como você deve imaginar. Kaíque chegou a fazer um transplante de medula óssea. Agora, já em casa ele faz acompanhamento uma vez por mês apenas para saber se o tratamento está dando certo.
Para os próximos dias, tudo o que ele quer é comer coxinha novamente, já que por causa da quimioterapia, não pode. Quando o médico autorizar, ele já me avisou: ”Mãe do céu, quando eu sair do GRAACC de alta para comer, vou fazer uma lista’. Sempre respondo: ‘peça o salgadinho que você quiser, que a mãe faz!’. Olha o desejo do menino! Mas ele merece e faço com o maior prazer”, respondeu.
O menino chegou a aparecer na propaganda da GRAAC junto com Reynaldo Gianecchini.
Veja abaixo:

Fotos: Arquivo Pessoal, Reprodução.












