Clarinha foi o nome dado à paciente que está em coma há 17 anos no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, no Espírito Santo. A moça foi atropelada no dia 12 de junho de 2000 no centro da cidade e no momento não possuía nenhum documento de identificação.
A luta para encontrar sua família tomou conta de todo o Estado. Mais de 100 pessoas procuraram o Ministério Público para realizar um teste de DNA para terem certeza se conheciam ela, porém ninguém próximo foi encontrado. Além disso, ‘Clarinha’ tem marcas de cesária, o que indica que teve um filho. Pelos cálculos dos profissionais, hoje ela deve ter por volta de 38 anos.
Mas ela não está sozinha nessa! O coronel Potratz, médico que cuidava da paciente, continua indo ao hospital visitá-la mesmo após se aposentar. “Depois de tantos anos me dedicando a cuidar dela, mesmo como médico, a gente acaba criando um laço de afetividade. E essa história me marcou muito, pelos aprendizados que eu tive durante essa jornada, e pela situação da própria Clarinha, que ainda está indefinida. Ainda não achamos a família dela, mas continuamos com esperança”, disse.

Ele sempre traz algo para Clarinha e, segundo a enfermeira Neide Lopes, às vezes ela tem febre, porque sente a falta dele, pois toda manhã ele chegava dizendo “bom dia, Clarinha!”.
No momento, duas famílias, uma do Paraná e outra do Maranhão, ainda aguardam para fazer os exames de DNA, com a possibilidade de identificá-la. “Existem algumas famílias ainda para poder vir fazer exame de acordo com a valiação do Ministério Público, que faz uma triagem. Uma família do Paraná e outra do Maranhão. O que impede isso é uma questão burocrática financeira, das famílias que não tem condições de vir ao Espírito Santo para fazer o exame”, disse o coronel ao G1.

O médico aposentado diz que só vai se afastar do hospital quando achar a família de Clarinha, mas afirma que faz questão de manter contato com os parentes da moça. “Com certeza vou manter um elo com essa família que por ventura a gente possa identificar, no sentido de continuar ajudando, mesmo que seja à distância, mas continuar participando da vida dela, até como médico, poder visitá-la e ter uma interação já que a gente criou um vínculo de afetividade muito grande”, contou Potratz.
Vamos torcer para que a família de Clarinha seja de uma vez por todas identificada, afinal, ela pode ter um filho, não é? Mas, no fim do dia, ela tem certa sorte de ainda ter uma pessoa tão boa ao seu lado.
Fotos: Reprodução












