Episiotomia, fórceps, privação de acompanhante, raspagem de pelos, jejum, agressões verbais pelos médicos. Esses itens são frequentemente relatados por mães no parto de seus filhos, e foram reconhecidos recentemente com um nome: violência obstétrica.
Esse tipo de violência é altamente recorrente no Brasil e é algo tão silenciado que passou a ser “normal” para as vítimas. Ouvimos muitas mulheres acharem que é aceitável ter cortes em seu corpo para que o bebê passe, por exemplo. Mas o momento de ganhar seu bebê não deve ser traumático.
Infelizmente, para a professora Janaina de Matos Cardoso, de 34 anos, foi muito. A grávida de 5 meses foi ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, MS, devido a um sangramento, mas saiu chorando da consulta. “Se não quiser passar por isso, não tenha filhos para não precisar do SUS”, disse o médico.
A situação terrível não foi o primeiro caso de violência contra Janaina pela rede pública de saúde – Segundo seu marido, Everton Luis de Souza Alves, em 2016, ela precisou de ajuda médica ao ter sangramento em sua primeira gravidez.
“Corremos para o hospital e disseram que tínhamos que esperar os médicos. Sem ela ser atendida, voltamos para casa e no dia seguinte ela teve um aborto”, relata, dizendo estar cansado do descaso na saúde pública.
Everton entrou em contato com a ouvidoria do hospital e tentou explicar a situação para as enfermeiras, mas ninguém deu atenção. “Não quero perder mais um filho por conta disso”, desabafa.
A violência contra grávidas e mães no Brasil precisa acabar. Você já sofreu algum tipo de violência em sua gravidez ou parto?
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