Mulheres

Médico do SUS diz à grávida: “Se não quer passar por isso, não faça filhos”

By admin

July 18, 2017

Episiotomia, fórceps, privação de acompanhante, raspagem de pelos, jejum, agressões verbais pelos médicos. Esses itens são frequentemente relatados por mães no parto de seus filhos, e foram reconhecidos recentemente com um nome: violência obstétrica.

Esse tipo de violência é altamente recorrente no Brasil e é algo tão silenciado que passou a ser “normal” para as vítimas. Ouvimos muitas mulheres acharem que é aceitável ter cortes em seu corpo para que o bebê passe, por exemplo. Mas o momento de ganhar seu bebê não deve ser traumático.

Infelizmente, para a professora Janaina de Matos Cardoso, de 34 anos, foi muito. A grávida de 5 meses foi ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, MS, devido a um sangramento, mas saiu chorando da consulta. “Se não quiser passar por isso, não tenha filhos para não precisar do SUS”, disse o médico.

A situação terrível não foi o primeiro caso de violência contra Janaina pela rede pública de saúde – Segundo seu marido, Everton Luis de Souza Alves, em 2016, ela precisou de ajuda médica ao ter sangramento em sua primeira gravidez.

“Corremos para o hospital e disseram que tínhamos que esperar os médicos. Sem ela ser atendida, voltamos para casa e no dia seguinte ela teve um aborto”, relata, dizendo estar cansado do descaso na saúde pública.

Everton entrou em contato com a ouvidoria do hospital e tentou explicar a situação para as enfermeiras, mas ninguém deu atenção. “Não quero perder mais um filho por conta disso”, desabafa.

A violência contra grávidas e mães no Brasil precisa acabar. Você já sofreu algum tipo de violência em sua gravidez ou parto?

Fotos: Reprodução/Internet