Há alguns dias, um caso polêmico vem ganhando destaque nos noticiários do país. O garotinho Breno Rodrigues Duarte da Silva, de apenas um ano e seis meses, faleceu após passar mal do estômago em sua casa e ter um pedido de atendimento negado pela médica Haydée Marques, que chegou a acionar uma ambulância após ligação da mãe da criança, mas deu meia volta com o pedido de socorro por “não atender crianças”. O caso ocorreu no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Após prestar depoimento na Polícia, a médica falou a respeito do ocorrido e alegou estar profundamente abalada com a morte da criança, mas que não se arrepende do que aconteceu.
“Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido, mas não estou arrependida porque não fiz nada de errado do código de conduta médica. Eu pedi outra unidade, com pediatra para atendê-lo. (…) Não sou pediatra, não sou neurologista, pedi à outra unidade de ambulância para atender esta criança. Disseram que a unidade estava indo”, disse Haydée.
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Foto: O Globo / Reprodução
A profissional da saúde também ressaltou que a criança não estava correndo risco de vida, e além disso, ela era acompanhada por uma equipe que prestava cuidados especiais diretamente em sua casa – Breno sofria de epilepsia e era atendido por sistema Home Care). A informação é de que o quadro do menino remetia a uma gastroenterite.
Ao G1, o advogado Gilson Moreira, que representa a família do garoto, afirmou que será encaminhado um processo contra o plano de saúde da Unimed e também contra a médica e a Cuidar – empresa terceirizada responsável pelos serviços da ambulância. Moreira também pede o afastamento de Haydée do exercício da medicina.
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O bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva – Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Em depoimento, a mãe do menino, Rhuana Lopes Rodrigues, contou que a técnica de enfermagem lhe tirou a única chance de salvar a vida de Breno.
“Eu acho que ela me tirou a última chance. Eu não tenho como garantir que o meu filho estaria vivo, mas eu tinha uma chance de ir ao hospital. No momento em que ela chegou, às 9h10 da manhã e a hora que meu filho foi a óbito, às 10h26, nesse tempo eu teria chegado hospital e meu filho teria atendimento. Ele poderia ter vomitado sim, mas aí eu teria outros recursos que hospital me oferecia, que no caso não tinha”, desabafou a mãe.
A delegada Isabelle Conti afirmou que ainda não há um pedido de prisão para a médica e outras testemunhas ainda serão ouvidas sobre o caso.
Foto: O Globo / Reprodução
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