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Escola nos anos 70: veja se você lembra dessas matérias clássicas

Quem estudou nos anos 1970 carrega lembranças que vão muito além do uniforme e da merenda escolar. O currículo daquela época trazia disciplinas que hoje parecem inusitadas ou até incompatíveis com a realidade atual. Essas matérias refletiam o contexto social e político do período e moldaram a forma como muitos brasileiros se relacionaram com valores como disciplina, moral, cidadania e até com a tecnologia que estava surgindo.

A seguir, vamos revisitar as principais disciplinas que marcaram a chamada “geração 70”, entender seus objetivos, por que deixaram de existir e quais lições podem ser resgatadas para a educação contemporânea.

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O que significa ser da “geração 70” na escola

O contexto histórico

Nos anos 1970, o Brasil vivia sob regime militar, e a educação era vista como ferramenta de formação de cidadãos alinhados a valores patrióticos e de obediência social. Isso se refletia nas disciplinas obrigatórias, muitas delas criadas ou adaptadas para reforçar esses ideais.

A escola como espaço de disciplina

Além de transmitir conhecimento, a escola funcionava como ambiente de controle e moralização. Matérias como Educação Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasileira tinham papel central nesse processo.

As matérias que marcaram a geração 70

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Imagem – Bestofweb/Canva

Educação Moral e Cívica

O que se ensinava

Era a disciplina que buscava transmitir valores considerados fundamentais: respeito aos símbolos nacionais, obediência às leis, disciplina social e patriotismo.

Por que desapareceu

Com a redemocratização, esse ensino passou a ser visto como doutrinário. Os conteúdos migraram para áreas como ética, sociologia e filosofia.

Influência

Muitos alunos da época ainda lembram de decorar hinos, juramentos e até de provas sobre bandeira e constituição.

Organização Social e Política Brasileira (OSPB)

Finalidade

O objetivo era introduzir noções de funcionamento do Estado, cidadania e direitos e deveres do indivíduo.

Críticas

O viés político da época tornava a disciplina pouco crítica, limitando debates e reforçando apenas a versão oficial da história.

Legado

Hoje, temas de política e sociedade estão diluídos em ciências humanas de forma mais aberta ao debate.

Caligrafia

A importância do “escrever bonito”

Na geração 70, escrever com letra legível e bem desenhada era critério de avaliação. Existiam cadernos específicos para treinar o traçado das letras.

A mudança

Com a chegada dos computadores, a caligrafia perdeu relevância e deixou de ser disciplina isolada.

O que ficou

Hoje, ainda é estimulada nas séries iniciais, mas como parte do aprendizado da escrita, não como disciplina autônoma.

Datilografia

O surgimento da máquina de escrever

Saber usar a máquina de escrever era considerado diferencial para carreiras administrativas e secretariado.

Por que sumiu

O computador substituiu as máquinas de escrever e a digitação passou a ser competência digital.

Resquícios atuais

Cursos de informática herdaram a função de ensinar digitação rápida e eficiente.

Religião e Catequese

Presença nas escolas

Era comum que a disciplina de religião fosse obrigatória, muitas vezes com foco no ensino católico.

Transformações

A laicidade do ensino e a diversidade religiosa fizeram com que essas aulas se tornassem optativas.

Situação atual

Hoje, em escolas públicas, a disciplina é muitas vezes voltada ao estudo cultural das religiões, e não à catequese.

Educação para o Trabalho

Objetivo

Preparar alunos para funções práticas e técnicas, como marcenaria, corte e costura e jardinagem.

Mudanças

Com o tempo, a disciplina foi sendo substituída por cursos profissionalizantes em paralelo ao ensino médio.

Reflexos atuais

O ensino técnico e o sistema de escolas profissionalizantes ainda são herdeiros dessa lógica.

Como e por que essas mudanças aconteceram

Reformulação curricular

Com a transição democrática e a atualização da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o ensino passou a priorizar competências críticas, científicas e tecnológicas em vez de conteúdos ideológicos.

Avanços tecnológicos

A evolução da informática e a globalização tornaram algumas matérias obsoletas, como a datilografia, ao mesmo tempo em que abriram espaço para disciplinas de tecnologia.

Demandas sociais

A sociedade exigia mais pluralidade, respeito às diferenças e abertura para o pensamento crítico. Isso levou ao desaparecimento de disciplinas de caráter moralizante.

O impacto dessas matérias na vida dos alunos

Identidade coletiva

Quem viveu essa época lembra de práticas comuns, como cantar o hino nacional semanalmente ou treinar caligrafia em cadernos especiais. Essas experiências ajudaram a criar uma memória coletiva.

Disciplina e obediência

Muitos ex-alunos afirmam que essas matérias reforçaram a noção de respeito à autoridade e à hierarquia, valores muito presentes na escola da época.

Limitações

Por outro lado, a falta de espaço para debate e crítica impediu que muitos estudantes desenvolvessem desde cedo competências ligadas à autonomia intelectual.

Lições da geração 70 para a educação atual

A importância da ética

Embora Educação Moral e Cívica tenha sido considerada doutrinária, a necessidade de discutir ética e cidadania permanece atual.

Valorização de habilidades práticas

Educação para o Trabalho mostrou a importância de integrar o aprendizado acadêmico com competências do cotidiano. Hoje, isso se reflete na educação tecnológica e em programas de empreendedorismo.

Crítica e pluralidade

O principal legado talvez seja a percepção de que a escola precisa ensinar a pensar de forma crítica e não apenas repetir conteúdos oficiais.

Considerações finais

As matérias que marcaram a geração 70 refletem um Brasil que já não existe, mas que deixou marcas profundas na formação de milhões de estudantes. Disciplinas como Educação Moral e Cívica, OSPB, Caligrafia e Datilografia desapareceram, mas suas memórias seguem vivas em quem as estudou.

Essas mudanças mostram como a escola é um espaço em constante transformação, sempre acompanhando os valores, tecnologias e necessidades de cada época. Conhecer o passado escolar ajuda a entender como a educação pode evoluir, equilibrando tradição e inovação para formar cidadãos mais críticos, conscientes e preparados para o futuro.

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