Como muitas mulheres, Débora de Freitas Santos, de 27 anos, queria muito ter um filho. Em 2015, ao receber a notícia que estava grávida, ela não poderia ter ficado mais feliz. Radiante mesmo ficou quando descobriu que esperava gêmeas!
A gestação ocorreu bem. No quinto mês, durante um ultrassom estranhou o fato do médico ter dificuldade em achar uma das cabeças, mas quando logo ele detectou se tratarem de duas meninas, a preocupação se esvaiu. Somente no oitavo mês é que descobriram que as meninas tinham uma malformação muito grave.
Débora ficou devastada com a notícia, principalmente quando uma ressonância mostrou elas unidas pela cabeça:

“Não comprei berço, não comprei mais nada. Tinha medo que elas nascessem e morressem, ou que fossem muito malformadas. Eu tinha medo de morrer também.”, disse. As bebês nasceram em julho de 2016 e se chamaram Maria Ysabelle e Maria Ysadora.
Elas foram transferidas para uma unidade especial e isoladas. Débora passou uma semana sem vê-las, ouvindo comentários vexatórios da equipe médica sobre a condição das meninas. Os médicos não a encorajaram e disseram que não teria jeito de separá-las. Quando finalmente foram para casa, a mãe tomou um choque de realidade e sabia que teria que enfrentar muitas dificuldades.
Teve que evitar visitas, pela baixa imunidade das filhas. Até que o neurocirurgião Eduardo Jucá apareceu na vida deles, trazendo uma luz para aquela família. Ele prometeu operá-las e pediu ajuda ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, em SP.

A família viajou do Ceará para Ribeirão Preto para serem atendidos pela equipe de Antonio Pazin Filho e Hélio Rubens Machado. Foi então que eles ganharam uma ajuda extra: a do neurocirurgião americano James Goodrich, que já operou mais de 20 casos craniópagos. Elas fizeram uma série de exames para observar as condições de saúde e todos foram positivos.
Além disso, o crânio e o cérebro das duas foram reconstruídos de forma tridimensional, e um molde de acrílico foi feito nos EUA nos mínimos detalhes. Finalmente, no dia 17 de fevereiro elas serão operadas, em quatro cirurgias de datas diferentes. As despesas estão sendo rateadas pela Secretaria de Saúde do Ceará, pela Faculdade de Medicina e pelo HC de Ribeirão.
Agora, a família espera ansiosa pelo grande dia em que elas serão separadas.
Foto: Reprodução/ Folha de São Paulo
Fonte: Folha de São Paulo













