Você já deve ter visto muitas fotos de animais, não é mesmo? Mas será que alguma delas virou uma verdadeira batalha judicial com a presença de advogados dos dois lados?
Mas vamos para o início desta história. Tudo começou quando um homem chamado David Slater, que é um fotógrafo de animais selvagens, foi até a floresta da Sulawesi, na Indonésia, e viu belos macacos da espécie “Nigra”. Então ele resolveu que queria se aproximar dos primatas e tentar fotos inéditas.
E foi isso que aconteceu, mas não do jeito que ele imaginava. Ele conta que demorou três dias conseguir a confiança dos animais, que o receberam como um irmão. “No segundo dia, estava claro que eles tinham me aceitado completamente em seu grupo. Quando nos sentamos juntos, eles vieram até mim e começaram a pular e a brincar comigo”, conta.
No começo, o fotógrafo só queria tirar uma foto junto com os macacos, mas logo viu que poderia fazer algo muito maior do que isso. Ele posicionou a câmera em um tripé, encostado numa árvore e segurou as pernas do objeto, evitando maiores acidentes, tanto com os primatas, quanto com a câmera.
E não demorou muito para os macacos fuçarem a câmera e um deles tirar a foto que se tornou uma verdadeira guerra jurídica.
A polêmica começou quando a Wikipedia e outros sites não creditaram a foto, como se ela não tivesse dono. Nesse momento, começou o processo judicial, “Eles decidiram que como o macaco havia pressionado o botão, eu não tinha nenhum direito sobre ela”, disse o profissional.
Depois que ele moveu o processo, ativistas do Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) entraram na briga e resolveram pedir que toda a renda gerada com a foto fosse revertida aos macacos, principalmente Naruto, o autor do sorriso amarelado.
“Se o Peta ganhar a causa, será a primeira vez que um não-humano é declarado detentor de sua própria imagem”, explicou uma integrante do Peta.
Por outro lado, David Slater conta que não foi fácil interagir com os animais e alega que o Wikipedia viola sua integridade artística.
“Levei três dias de sangue, suor e lágrimas para registrar a selfie. Tive de ser aceito por um grupo de macacos antes que eles me permitissem chegar perto o bastante para poder deixar ali a minha câmera. O problema é que outras pessoas estão tentando roubar os direitos de propriedade da imagem e eu vou resistir a isso o quanto puder”, diz.
Ele ainda conta que alguns dados são manuais, e por isso, David acha que participou da “montagem” da foto. “Permaneci deitado o tempo todo com pelo menos dois filhotes de macaco em cima de mim e ainda tive de me recuperar de algumas feridas causadas por um macho que me atacou várias vezes pois acreditava que eu era um rival. Então não ouse dizer que essas fotos não são minhas”, conta.
E você, de que lado está nessa história?
Fotos: Reprodução Internet
