Todos nós sabemos que para cada ambiente faz-se necessário uma vestimenta adequada, ninguém costuma ir à um casamento na igreja de regata, da mesma maneira que não costuma ir à praia de camisa social. Mas, algumas vezes, a vestimenta não é questão de preferencia, mas sim de costume e de humildade.
Esse é o caso de Joanir Pereira, um agricultor que vive em Cascavel, no Paraná. Em 2007, o homem participou de uma audiência trabalhista e teve o julgamento interrompido pelo juiz que alegava que ele não estava apto para o ambiente, visto que estava usando chinelos, mesmo estando vestido de calça comprida e camisa social.
Depois do ocorrido, o caso de Joanir ganhou grande repercussão e agora, em 2017, o juiz que interrompeu a audiência foi julgado pela primeira vez. Com seu julgamento, o agricultor ganhou uma indenização de R$ 10 mil da União.
“Penso que o réu agiu com culpa grave, de forma imprudente, (…) porque se trata de um juiz do trabalho que exercia suas funções em região com grande quantidade de trabalhadores rurais”, diz a sentença do juiz Alexandre Moreira Gauté, da 1ª Vara Federal de Paranaguá (PR).
Ainda segundo o juiz, o homem não teria ido à audiência de chinelos com a intenção de ofender a dignidade do Poder Judiciário, mas porque sequer tem outro tipo de calçado em casa, tamanha a humildade do homem.
Agora, mesmo que o constrangimento passado por Joanir nunca tenha volta, pelo menos ele pôde ser indenizado e tem por perto pessoas que se importam com ele, lutando para que injustiças como essa jamais aconteçam novamente.
Foto: UOL