Keeta estreia no Brasil e desafia o domínio do iFood com nova proposta de delivery
A paisagem do mercado de entregas brasileiro pode estar prestes a mudar. A Meituan, uma das maiores empresas de tecnologia da China, iniciou sua operação no Brasil sob a marca Keeta. O movimento não é discreto: com investimentos vultosos e uma estratégia já aplicada em outros países, a companhia chega com a clara intenção de disputar o espaço atualmente dominado pelo iFood.
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Quem é a Meituan?
A Meituan é uma empresa de tecnologia sediada em Pequim, reconhecida mundialmente por seus serviços voltados ao consumo local, incluindo reservas de restaurantes, viagens, compras coletivas e, principalmente, delivery de alimentos. A companhia figura entre as líderes do setor na China e opera com milhões de usuários em sua base ativa.
Ao lançar a Keeta no Brasil, a empresa adota uma identidade própria para o novo mercado. A escolha de um nome diferente visa criar uma conexão local mais forte, sem carregar diretamente a reputação e percepção chinesa que poderiam gerar barreiras iniciais com os consumidores brasileiros.
O que é a Keeta?
A Keeta é o nome comercial escolhido pela Meituan para representar suas operações fora da China. Em países como Arábia Saudita e Hong Kong, a marca já está em funcionamento com foco em serviços de entrega rápida. Com design moderno e proposta de valor centrada no consumidor, o aplicativo busca se posicionar como uma alternativa eficiente e vantajosa frente às plataformas tradicionais de delivery.
No Brasil, o serviço já começou a operar de forma limitada em algumas regiões da cidade de São Paulo. A previsão é de uma expansão gradual, acompanhada por ações de divulgação, benefícios promocionais e formação de parcerias com restaurantes locais.
Por que o Brasil?
O mercado de delivery brasileiro movimenta bilhões de reais por ano e cresceu significativamente após a pandemia. Com o aumento da demanda por serviços rápidos e digitais, o Brasil se tornou um terreno fértil para novos players do setor.
Além disso, há uma concentração considerável de mercado nas mãos do iFood, que detém cerca de 80% da fatia de entregas de comida no país. Essa concentração pode ser lida por estrangeiros como uma oportunidade: ao oferecer uma experiência diferenciada e benefícios para clientes e restaurantes, uma nova plataforma pode conquistar rapidamente a atenção do público.
Estratégias para conquistar o mercado
A chegada da Keeta ao Brasil está sendo conduzida com um plano estruturado e adaptado à realidade local. Veja os principais diferenciais que a marca pretende explorar:
Preços competitivos e promoções agressivas
Nos mercados onde já atua, a Keeta costuma atrair novos usuários com cupons de desconto, entregas gratuitas em pedidos iniciais e programas de fidelidade. A intenção é replicar essa estratégia por aqui, facilitando a adesão de consumidores curiosos e aumentando a recorrência dos pedidos.
Foco em tecnologia e experiência do usuário
A Meituan é conhecida por investir fortemente em tecnologia, incluindo inteligência artificial e algoritmos de roteirização avançada. Isso permite entregas mais rápidas e maior precisão no acompanhamento dos pedidos. No Brasil, a Keeta busca implementar essas soluções para proporcionar uma experiência fluida e confiável, tanto para clientes quanto para entregadores e restaurantes.
Incentivos para restaurantes parceiros
Outro diferencial da Keeta pode estar na taxa de comissão cobrada aos estabelecimentos. Em um cenário onde muitos restaurantes reclamam das porcentagens retidas por aplicativos tradicionais, a nova plataforma pode conquistar alianças oferecendo condições mais vantajosas e ferramentas de gestão comercial.
Recrutamento local e estruturação da operação
A operação brasileira da Keeta já conta com uma equipe em expansão. Mais de 100 vagas foram abertas para profissionais brasileiros nas áreas de tecnologia, marketing, logística e suporte. A intenção é formar um time local robusto, com conhecimento de mercado e capacidade de adaptação à cultura nacional.
A reação do iFood

Apesar de não se manifestar oficialmente sobre a nova concorrente, o iFood deve acompanhar de perto os primeiros passos da Keeta no Brasil. A plataforma brasileira, que pertence ao grupo Movile, possui uma base de dados extensa, grande penetração de marca e um ecossistema completo de serviços, incluindo fintechs e soluções de pagamento.
Ainda assim, o histórico de entrada da Meituan em outros países mostra que o potencial de disrupção é real. A rivalidade pode estimular inovações, redução de taxas, melhorias na remuneração dos entregadores e maior variedade de serviços para os consumidores.
O impacto no consumidor brasileiro
Para o usuário final, a chegada de um novo player como a Keeta é positiva. Além de ampliar as opções de entrega, a concorrência tende a gerar promoções, melhorias de serviço e inovação. Com aplicativos disputando atenção e fidelidade do público, o consumidor é quem sai ganhando.
A depender da velocidade da expansão da Keeta, os próximos meses podem apresentar um cenário novo para o mercado de delivery, especialmente em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Expectativas para o futuro
Ainda é cedo para prever o impacto total da Keeta no mercado nacional. No entanto, a combinação de uma gigante global experiente, investimentos bilionários e uma estratégia testada em mercados similares indica que o projeto não será passageiro.
Se conseguir captar rapidamente a confiança de usuários e parceiros, a Keeta pode acelerar sua expansão e até mesmo motivar uma reformulação da dinâmica atual do delivery no Brasil.
Possíveis próximos passos
- Expansão para outras capitais já em 2025
- Criação de parcerias exclusivas com grandes redes de alimentação
- Lançamento de uma carteira digital própria
- Integração com supermercados e farmácias
Considerações finais
A entrada da Keeta no Brasil marca o início de uma nova fase para o mercado de delivery nacional. Vinda da gigante chinesa Meituan, a marca promete concorrer de igual para igual com o iFood, apostando em tecnologia, preços mais baixos e um modelo de negócios flexível.
Embora a liderança do iFood não deva ser ameaçada de imediato, a presença de um competidor internacional desse porte certamente trará transformações relevantes para o setor. O consumidor, por sua vez, tende a se beneficiar com mais opções, melhores ofertas e serviços mais eficientes.













