O caso do jovem que foi gravado sendo tatuado na testa por dois homens após uma tentativa de roubo dividiu opiniões na internet e gerou uma enorme polêmica sobre o que é justiça.
Meses depois do acontecimento sair dos holofotes da mídia e do público, a situação ainda não foi totalmente resolvida. A justiça ainda não determinou o que será feito com os dois homens presos responsáveis pelo crime, o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27 anos, e o vizinho Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos.
O adolescente de 17 anos que teve sua testa tatuada e sofre com a dependência química do álcool e do crack, logo após o acontecido, foi encaminhado para uma clínica de reabilitação na qual está aprendendo a como mudar de vida e também refletindo sobre tudo o que aconteceu. “Estou aprendendo a viver. A gente tem de viver um dia de cada vez. Já sei o que posso fazer da minha vida: estudar, trabalhar e viver a vida como cidadão. Hoje sei o limite das coisas. Droga derrotou muito a minha vida e a da minha família. Não quero mais, não tenho mais vontade de usar, só quero ficar limpo e andar para frente”, disse ele.
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Em entrevista ao portal de notícias G1, o jovem contou que já perdoou os responsáveis pela marca na sua testa escrito “eu sou ladrão e vacilão”, e reconheceu também que ambos os lados erraram, entretanto a justiça que irá definir os rumos dessa história. “A Justiça já está feita, eu também errei, mas os dois erraram, deixo na mão da Justiça. Penso mais na minha recuperação, né. Quero ser um bom filho, um pai de família, um bom irmão. Eu perdoo, do fundo do coração eu perdoo. A única coisa que eles fizeram foi justiça com as próprias mãos, mas a Justiça já foi feita”, disse o adolescente.
Assim que o caso veio à tona, muitas pessoas se sensibilizaram e até o próprio governo arrecadou dinheiro para pagar o tratamento de remoção da tatuagem do menino. Após algumas sessões, ainda é notável a marca, porém o jovem está confiante no tratamento e espera se ver logo com ela totalmente removida. “Assim, quando me olho no espelho, eu consigo me olhar no espelho e não vejo uma pessoa má, sou uma pessoa do bem que está se transformando. Hoje em dia eu consigo olhar no espelho. Eu não tenho vergonha de mim, eu não vou ter vergonha de mim.”, declarou o menino durante a entrevista.
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Apesar do caso ser muito debatido, a questão sobre justiça com as próprias mãos ainda ficou sem respostas. O fato da justiça brasileira ser muito falha e não conseguir dar suporte para que grande parte dos crimes sejam impedidos contribui ainda mais para que as pessoas escolham fazer a sua própria justiça.
Imagem / Reprodução G1











