A educação financeira, embora fundamental para a vida adulta, ainda é pouco explorada nas escolas brasileiras. Pensando nisso, uma iniciativa nacional resolveu apostar em inovação tecnológica para ensinar jovens a lidar melhor com o dinheiro. A proposta une entretenimento, simulação e aprendizado em um só ambiente: o metaverso.
“O Jogo do Investidor”, desenvolvido pela startup Tindin, é uma experiência interativa inspirada em games de simulação como The Sims. Com foco no público jovem, especialmente estudantes do ensino médio, o jogo oferece uma jornada digital que permite aprender, testar e aplicar conceitos financeiros de forma lúdica e envolvente.
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O que é ‘O Jogo do Investidor’?
Uma plataforma que combina educação e diversão
A proposta do jogo é simples, mas eficaz: ensinar finanças a partir de situações cotidianas simuladas em um ambiente virtual. O participante cria um avatar, entra em um mundo digital e começa a tomar decisões que envolvem emprego, gastos, investimentos e planejamento financeiro.
Com foco educacional, o jogo busca preparar adolescentes para enfrentar a vida adulta com mais responsabilidade e conhecimento sobre temas como consumo consciente, poupança, investimentos e orçamento familiar.
Público-alvo
A iniciativa é voltada principalmente para alunos do ensino médio de escolas públicas, com destaque para os jovens participantes do programa federal Pé-de-Meia, que estimula a permanência escolar por meio de incentivos financeiros.
Como funciona o jogo no metaverso

Dinâmica da simulação
Dentro do jogo, os usuários enfrentam diferentes desafios econômicos. O avatar precisa buscar formas de renda, estudar para melhorar suas oportunidades, pagar contas e investir com sabedoria. As decisões financeiras impactam diretamente o progresso do personagem, permitindo que o jovem entenda as consequências de escolhas erradas ou acertadas no mundo financeiro.
A moeda usada é virtual, mas baseada em princípios reais de economia e mercado, permitindo uma experiência sem riscos, porém extremamente didática.
Fases do torneio nacional
O projeto está estruturado em duas etapas principais:
- Capacitação (de fevereiro a maio de 2025): período de introdução ao conteúdo e ao funcionamento da plataforma. Os estudantes aprendem sobre conceitos básicos, como juros, inflação, renda fixa, entre outros.
- Competição (de maio a junho de 2025): fase em que os conhecimentos são colocados em prática. Os jogadores disputam entre si com base no desempenho financeiro de seus avatares.
Gamificação e aprendizado: uma união promissora
Por que usar jogos para ensinar finanças?
A gamificação é uma estratégia educacional que aplica elementos de jogos (como pontos, rankings, missões e recompensas) em contextos não necessariamente lúdicos. Essa abordagem tem se mostrado eficaz para atrair o interesse de adolescentes, que muitas vezes consideram o ensino tradicional pouco estimulante.
Aprender por meio de jogos torna o conteúdo mais palatável, reforça a aprendizagem ativa e aumenta a retenção dos conhecimentos adquiridos.
A interface com o metaverso
Ao inserir essa dinâmica em um ambiente imersivo como o metaverso, o engajamento tende a ser ainda maior. A sensação de “viver” o aprendizado em primeira pessoa amplia a conexão do jovem com o conteúdo, aproximando-o da realidade que o espera fora da escola.
Prêmios e reconhecimento: incentivo extra ao aprendizado
Sistema de recompensas
Para estimular ainda mais a participação, o jogo conta com um sistema de premiações. Ao final da competição, os 100 participantes com melhor desempenho recebem prêmios como:
- Assinaturas de serviços educacionais;
- Créditos para uso em plataformas de aprendizado online;
- Títulos do Tesouro Direto, como forma simbólica de incentivo à poupança e ao investimento.
Mais de R$ 80 mil em prêmios serão distribuídos, contemplando mais de mil estudantes ao longo do projeto.
Experiência além da escola
A proposta não é apenas ensinar para uma prova ou entregar um certificado. O objetivo é transformar a maneira como os jovens pensam sobre dinheiro, despertando neles a curiosidade e o senso de responsabilidade desde cedo. Os aprendizados vivenciados dentro do jogo podem refletir diretamente em atitudes mais conscientes fora dele.
Cenário atual da educação financeira entre os jovens
Baixo índice de controle financeiro
Estudos recentes indicam que quase metade da Geração Z não possui qualquer controle sobre seus gastos mensais. Ao mesmo tempo, cresce o interesse por atividades financeiras arriscadas, como apostas esportivas — enquanto o investimento em títulos públicos, mais estáveis, ainda é muito pouco explorado.
Essa desconexão com conceitos básicos de economia pessoal evidencia a urgência de iniciativas educacionais mais eficazes e acessíveis.
Necessidade de preparo para a vida adulta
Saber administrar recursos é uma competência essencial, mas que muitas vezes é aprendida apenas por tentativa e erro na vida adulta. A proposta de ensinar finanças de forma estruturada e envolvente durante a adolescência pode prevenir o endividamento precoce e contribuir para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes economicamente.
Tecnologia a serviço da educação
Inclusão digital e acessibilidade
A plataforma desenvolvida pela Tindin pode ser acessada tanto via desktop quanto por dispositivos móveis (Android e iOS), o que amplia significativamente o alcance entre jovens de diferentes realidades sociais.
Além disso, o jogo foi desenvolvido para ser leve, com baixo consumo de dados, facilitando seu uso até em locais com infraestrutura digital limitada.
Parceria com o setor público
A participação de estudantes vinculados a programas sociais federais demonstra a colaboração entre iniciativa privada e governo no enfrentamento de um problema educacional de longo prazo. A expectativa é que o modelo possa ser expandido futuramente para outras faixas etárias e áreas do conhecimento.
O futuro da educação no metaverso
“O Jogo do Investidor” é um exemplo prático de como a tecnologia pode ser usada com responsabilidade para transformar a educação. Ao criar um ambiente onde o erro é permitido e o aprendizado acontece de forma natural e divertida, o projeto quebra paradigmas e aponta para um futuro mais conectado com a realidade dos estudantes.
Iniciativas como essa mostram que o metaverso não precisa ser apenas entretenimento — ele pode (e deve) ser uma ferramenta de transformação social e educacional.
Concsiderações finais
A experiência criada pela Tindin com “O Jogo do Investidor” vai além de ensinar o básico sobre como economizar ou investir. Trata-se de uma proposta de impacto, que busca criar uma nova geração de jovens preparados para tomar decisões financeiras conscientes, responsáveis e estratégicas.
Em uma sociedade onde o consumo está cada vez mais digital e acelerado, oferecer aos adolescentes um espaço para simular, errar e aprender pode ser a chave para mudar o futuro da educação financeira no Brasil.













