Ilha circular que gira no Delta argentino intriga cientistas e populares
Um fenômeno incomum nas águas da Argentina
No meio da vastidão do Delta do Paraná, na província de Buenos Aires, um círculo quase perfeito se destaca entre a vegetação aquática. Trata-se de uma ilha flutuante que, além de seu formato intrigante, apresenta uma característica ainda mais surpreendente: ela gira lentamente em torno do próprio eixo. O fenômeno, observado há mais de duas décadas, segue despertando a curiosidade de estudiosos, aventureiros e internautas ao redor do mundo.
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Primeiros registros por imagens de satélite
A ilha passou despercebida por anos, até que imagens de satélite, disponíveis em ferramentas como Google Earth, revelaram a peculiar formação. Observações feitas a partir de 2003 já mostravam a presença da ilha redonda, que parece se mover suavemente em um lago raso.
A descoberta por um cineasta
Foi o cineasta argentino Sergio Neuspillerm quem trouxe o fenômeno ao conhecimento público, ao se deparar com a imagem circular enquanto explorava a região para um documentário. O formato lembra um olho visto de cima — por isso, a ilha passou a ser popularmente conhecida como “El Ojo”.
O que se sabe sobre a ilha giratória?
Uma formação de vegetação que flutua e gira
A ilha é composta por vegetação densa e está situada sobre um lago lamacento e raso. O que a diferencia de outras ilhas flutuantes é o movimento constante, como se estivesse sendo empurrada pelas águas ao seu redor. Esse giro contínuo mantém suas bordas quase perfeitamente arredondadas.
Tamanho e proporções da ilha
Estima-se que a ilha tenha cerca de 120 metros de diâmetro. Ao longo dos anos, ela manteve sua forma com pouca variação, o que reforça o interesse científico em entender sua origem e comportamento.
As hipóteses por trás do movimento

Explicações baseadas em dinâmica das águas
Pesquisadores acreditam que o giro da ilha está relacionado a forças naturais, como a ação das correntes fluviais e do vento. Quando essas forças se encontram em determinada configuração, elas criam um redemoinho suave que empurra a massa flutuante em círculos.
Comparação com outros fenômenos naturais
Fenômenos similares já foram registrados em países do hemisfério norte, onde discos de gelo se formam em rios congelados e giram em padrões semelhantes. A diferença é que, no caso argentino, trata-se de uma ilha viva, composta por matéria orgânica e vegetação, em uma região tropical.
Expedições, curiosidade pública e crowdfunding
Tentativas de pesquisa mais aprofundada
Neuspillerm chegou a tentar organizar uma expedição para investigar a ilha com apoio de especialistas e drones, mas a iniciativa esbarrou na falta de financiamento. Mesmo assim, o interesse no fenômeno permanece e segue sendo acompanhado por curiosos de todo o mundo.
Popularidade nas redes sociais
O formato da ilha e sua rotação chamaram atenção nas redes sociais, onde vídeos e imagens circularam rapidamente. A combinação entre estética natural e mistério contribuiu para que “El Ojo” se tornasse um verdadeiro viral.
O lado místico e as teorias alternativas
Lendas locais e espiritualidade
Moradores das redondezas relatam histórias antigas sobre a região. Alguns acreditam que a ilha gira por influência de forças sobrenaturais ou entidades guardiãs do Delta. As narrativas, embora não tenham respaldo científico, fazem parte do imaginário popular.
Teorias envolvendo objetos voadores e mistérios antigos
Há quem sugira que a ilha seria o local de pouso de OVNIs ou que esconde vestígios de civilizações perdidas. Essas teorias, comuns em fenômenos pouco explicados, ganham espaço em fóruns de internet e vídeos conspiratórios.
A importância ecológica da ilha
Ambiente propício à biodiversidade
Por ser composta de vegetação e estar isolada em um lago de baixa profundidade, a ilha pode servir de abrigo para micro-organismos, insetos e até pequenos animais. Seu movimento constante, porém, torna difícil a fixação de fauna mais sensível.
Laboratório natural para pesquisas futuras
A ilha é considerada um caso raro de fenômeno fluvial, com potencial para ser estudado por biólogos, geólogos e climatologistas. Além disso, o local pode fornecer dados sobre erosão, formação de ilhas flutuantes e dinâmica de ecossistemas ribeirinhos.
Acesso e turismo
Região de difícil acesso
A ilha está localizada em uma área pantanosa, com navegação restrita. O difícil acesso contribui para manter o local relativamente isolado, o que preserva suas características naturais.
Atração para aventureiros e estudiosos
Mesmo com as dificuldades, o local já atraiu exploradores, youtubers e curiosos que desejam ver de perto a formação giratória. Com o crescimento do turismo de experiência, há possibilidade de que “El Ojo” se torne um destino alternativo.
O futuro da ilha giratória
Erosão natural pode alterar o fenômeno
Especialistas apontam que, com o tempo, a erosão contínua pode reduzir o tamanho da ilha ou até desintegrá-la. Sem intervenção humana, o fenômeno pode desaparecer naturalmente nas próximas décadas.
Potencial para pesquisa e preservação
Com o apoio de universidades e institutos de pesquisa, seria possível realizar estudos mais aprofundados sobre a ilha e seu entorno. O ideal seria uma abordagem que respeite o ecossistema e ao mesmo tempo forneça dados valiosos sobre o comportamento da natureza em ambientes aquáticos.
Considerações finais
A ilha giratória do Delta do Paraná é um exemplo fascinante de como a natureza ainda reserva fenômenos difíceis de explicar. Seu formato quase perfeito, aliado ao movimento constante, continua atraindo olhares curiosos, seja de quem busca explicações científicas ou de quem acredita em mistérios ocultos. Em um mundo cada vez mais monitorado por satélites e tecnologia, “El Ojo” permanece como uma lembrança de que nem tudo está totalmente compreendido — e talvez seja exatamente isso que o torna tão encantador.

