O projeto ‘Flor e Ser’, cultivado por duas amigas, traz consigo simplicidade, sorrisos e uma inspiradora ideia que faz a alegria de idosos em lares de repouso de Santos, litoral de São Paulo. As flores e a decoração em geral de casamentos – que costumam parar no lixo após a festividade – se transforma em lindos arranjos florais.
A pioneira e criadora do projeto é Maria Paula Rollo, de 59 anos. Ao G1 ela conta que a ideia surgiu enquanto o casamento da filha era preparado. Maria notou que toda a decoração utilizada na igreja após a cerimônia foi descartada.
“Tem um buffet ao lado de casa e lá também é assim. As flores ficam morrendo na lixeira até a coleta passar. Mas vi uma reportagem no exterior sobre um projeto parecido, e pensei: ‘porque não faço isso?’. Até porque todos gostam de flores”, disse.
Maria levou a ideia até a amiga Tereza Pajaro, 59, e logo os planos começaram a ganhar vida. A amiga, inclusive, forneceu todo o espaço para que as duas criassem uma espécie de oficina onde os arranjos são feitos. “É a casa onde viveu minha mãe. Eu já tinha comentado com a Paula que queria fazer algo legal nela, já que ficava vazia. Começamos em novembro do ano passado e, olha, foram muitas flores. De primeira, foram 300 arranjos”, explica Tereza ao G1.
“Não foi nada combinado. Eu dizia: ‘na hora a gente combina’. Quando vimos, éramos 20 amigas lidando com um caminhão de flores. Coincidimos de, além dos lares, levarmos nossos arranjos como decoração de almoços beneficentes”, conta Paula.
Sob o espírito inspirador do ‘Flor e Ser’, igrejas e floriculturas também já deixaram a sua contribuição: duas caminhonetes cheias de flores foram doadas. E o foco é levar os arranjos àqueles que, por tantas vezes, acabam sendo esquecidos: os idosos.
“Todo mundo ajuda criança. Os idosos, todos esquecem. Ninguém quer saber. A sociedade acaba de maneira ou de outra não os enxergando mais. Quando são crianças, o ambiente é mais leve. Numa casa de repouso, você se repara com a própria velhice, pessoas abandonadas pela família, histórias tristes. A visita para eles faz bem para a saúde. É uma coisa positiva”, diz Tereza.
E nada é mais recompensador para as amigas do que a alegria que levam às casas de repouso. Poder, mesmo que por instantes, fazer os idosos esquecerem os problemas, faz tudo valer a pena. “Ver acontecer, ver as pessoas felizes com uma coisa que não envolve dinheiro, política, é uma recompensa. Não te dá nenhuma demanda e só te deixa feliz. Não dá para se aborrecer. Quem recebe é quem está fazendo”, conclui Paula.
Fonte: G1