Google anuncia versão infantil do Gemini, seu chatbot de inteligência artificial
O Google confirmou que está trabalhando em uma versão adaptada do seu assistente de inteligência artificial Gemini, com foco em crianças menores de 13 anos. A iniciativa tem como objetivo oferecer uma ferramenta segura, educativa e devidamente monitorada para o público infantil. O projeto está sendo desenvolvido com atenção redobrada às diretrizes de privacidade, segurança e à necessidade de envolvimento ativo dos pais ou responsáveis.
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Gemini: a evolução do chatbot do Google
Lançado como sucessor do Bard, o Gemini é o sistema de inteligência artificial generativa desenvolvido pelo Google para competir com plataformas como o ChatGPT, da OpenAI. A versão tradicional do Gemini já é utilizada por milhões de usuários no mundo todo e agora ganhará uma variante focada no público infantojuvenil.
A proposta é oferecer uma interface acessível, com linguagem adaptada e recursos pensados especialmente para estimular o aprendizado, a criatividade e a curiosidade natural das crianças. O projeto faz parte do compromisso da empresa com a educação e a formação digital de novas gerações.
Por que criar uma IA para crianças?
Segundo o Google, o avanço das tecnologias de IA exige a criação de soluções inclusivas, mas que respeitem o estágio de desenvolvimento cognitivo e emocional dos usuários mais jovens. A empresa afirma que a nova versão do Gemini foi idealizada para permitir que crianças explorem conteúdos educativos de forma segura e produtiva.
Além disso, há uma demanda crescente por ferramentas que ajudem crianças a aprender e interagir com tecnologia desde cedo, sem exposição a riscos indevidos. Nesse contexto, o chatbot infantil do Google surge como uma tentativa de equilibrar inovação com responsabilidade.
Funcionalidades previstas para o Gemini infantil

Interface amigável e interativa
A versão para crianças terá uma interface com elementos visuais e interativos, facilitando o uso por quem ainda está em fase de alfabetização ou tem pouca familiaridade com textos complexos. As respostas da IA serão mais curtas, claras e adequadas à faixa etária.
Foco em aprendizado e diversão
A IA poderá responder a perguntas escolares, contar histórias, propor jogos educativos, ensinar curiosidades e até mesmo sugerir atividades manuais. O objetivo é criar uma experiência que seja, ao mesmo tempo, divertida e formativa.
Restrições e supervisão dos pais
Para garantir a segurança, o chatbot será integrado ao sistema Google Family Link, que já é utilizado por milhões de famílias para controlar o uso de smartphones e apps por crianças. Os pais poderão aprovar ou restringir o acesso à IA, acompanhar o histórico de interações e definir limites de uso.
Além disso, o chatbot será lançado com um mecanismo de moderação embutido que bloqueia automaticamente respostas inadequadas ou complexas demais.
Segurança e privacidade como pilares do projeto
A criação de uma IA voltada para crianças envolve uma série de desafios, especialmente no que diz respeito à proteção de dados e à conformidade com legislações internacionais, como o COPPA (Children’s Online Privacy Protection Act), nos Estados Unidos, e o Marco Civil da Internet, no Brasil.
O Google afirma que a nova versão do Gemini foi projetada para operar dentro de padrões rígidos de segurança, evitando qualquer coleta desnecessária de dados sensíveis. Além disso, todo o conteúdo gerado será filtrado para impedir a disseminação de desinformação, discurso de ódio ou informações impróprias para a idade.
Preocupações e críticas do mercado
Apesar da proposta positiva, especialistas em privacidade digital e proteção à infância já demonstraram preocupações. A principal delas gira em torno da possibilidade de que crianças criem laços emocionais com a IA ou se tornem excessivamente dependentes da ferramenta para interações sociais ou resolução de problemas.
Também há receios sobre a exposição prolongada a telas, mesmo em atividades consideradas educativas. Para mitigar isso, o Google pretende incluir sugestões de pausas e promover atividades off-line por meio da IA.
O papel dos pais será fundamental
A supervisão ativa dos responsáveis será um dos pilares para o bom funcionamento da IA infantil. O Google reforça que, mesmo com filtros e bloqueios automáticos, os pais precisarão acompanhar o uso e orientar as crianças sobre os limites da tecnologia.
Campanhas educativas serão lançadas paralelamente para informar famílias sobre boas práticas no uso da IA e como tirar o melhor proveito da ferramenta sem comprometer o bem-estar dos pequenos.
Cronograma de lançamento
O Google ainda não confirmou uma data exata para o lançamento global da nova versão do Gemini, mas informou que os primeiros testes controlados devem ocorrer nos Estados Unidos ainda no primeiro semestre de 2025.
O Brasil está entre os países considerados para a fase seguinte de expansão, especialmente por conta do alto índice de adoção de tecnologias educacionais e dispositivos móveis entre jovens.
O que esperar da IA infantil do Google
Com esse projeto, o Google se antecipa a uma tendência inevitável: o contato das novas gerações com sistemas de inteligência artificial. Ao oferecer um ambiente controlado e educativo, a empresa espera contribuir para o desenvolvimento saudável das crianças no universo digital.
A aposta é que, com os devidos cuidados, o chatbot Gemini possa se tornar uma ferramenta valiosa para pais, educadores e alunos, auxiliando tanto no aprendizado quanto no entretenimento infantil.
Comparativo com outras iniciativas
Apple, Microsoft e OpenAI
Outras big techs também vêm estudando ou desenvolvendo ferramentas semelhantes. A Apple, por exemplo, está investindo em um assistente educacional baseado em IA para o iPad, enquanto a OpenAI já discute modos seguros de oferecer experiências do ChatGPT para menores com controle parental.
A Microsoft, por meio do Copilot, já integrou funcionalidades educativas em suas ferramentas do Office e também considera a expansão para usuários mais jovens com restrições apropriadas.
Diferença na abordagem
A principal diferença da abordagem do Google está na construção de um chatbot completamente independente para crianças, ao invés de simplesmente adaptar uma versão do serviço já existente. Isso implica um trabalho mais robusto de engenharia, segurança e pedagogia aplicada.
Considerações finais
O desenvolvimento de uma versão do chatbot Gemini para crianças representa um avanço significativo no uso responsável da inteligência artificial. Com foco em segurança, educação e participação ativa dos pais, o Google dá um passo relevante para aproximar a tecnologia das novas gerações sem negligenciar os riscos envolvidos.
Se bem implementado, o projeto pode redefinir a forma como crianças interagem com IA, oferecendo um modelo mais seguro, criativo e produtivo. Resta agora acompanhar a evolução do lançamento e os resultados práticos dessa iniciativa pioneira.

