Realmente um ato para poucos. O que você faria em uma situação como essa? Keri não pensou duas vezes no que deveria fazer quando recebeu uma notícia um tanto quanto alarmante.
O marido, Royce Young, não pensou duas vezes antes de publicar um longo texto em homenagem à ela depois de descobrirem que a filha que eles esperavam tão ansiosamente não viveria por muito tempo, já que foi descoberto que ela não tinha um cérebro.
“Na outra noite, antes de eu ir para Nova Orleans, eu estava assistindo minha linda mulher pacificamente no sofá. Eu a olhei deitada lá, sua grande barriga com nossa filha chutando-a, uma filha que não viverá mais do que alguns dias e é simplesmente impressionante o quão incrível essa mulher é,” começa ele em sua postagem no Facebook.

Assim que receberam a notícia, a primeira coisa que Keri pensou foi em doar os órgãos da bebê assim que ela nascesse. “Eu lembro do médico colocando a mão no ombro de Keri e dizer, ‘Oh querida, isso é muito gentil da sua parte.’ Foi como se ele dissesse ‘isso é muito legal, mas vamos lá’. Mas Keri estava falando sério.
Lá estava eu, abatido e de coração partido, mas momentaneamente fui tirado daquilo e fiquei maravilhado com ela. Eu era espectador da minha própria vida, assistindo um super herói encontrando seus poderes. No pior momento de sua vida, literalmente, descobrir que seu bebê iria morrer, ela em menos de um minuto conseguiu pensar em outra pessoa e em como seu altruísmo poderia ajudar. É uma das coisas mais poderosas que já vi.
Todo esse processo foi árduo, mas digo isso como alguém assistindo na arquibancada como vocês. Keri esteve nas trincheiras o tempo todo, sentindo cada chute, cada soluço e cada virada. Ela é lembrada todo o momento todos dias que ela está carregando um bebê que irá morrer. Suas costas doem. Seus pés estão inchados. Ela tem toda aquela coisa legal da gravidez acontecendo.

Mas a luz no fim do túnel dos 9 meses se torná em uma escuridão que ela nunca sentiu antes, horas ou dias depois que Eva nascer. Será ela que terá que lidar com o que virá após a vinda de um bebê – o leite, a recuperação, etc., mas sem nenhum recém-nascido fofo, macio e bonito para olhar e pensar em como tudo valeu a pena.
Nós escolhemos carregar Eva até o fim por várias razões, mas a primeira e principal foi para doar seus órgãos. Não dizemos isso para pensarem que somos ótimas pessoas ou algo do tipo. Era só um jogo prático sem fim em nossas cabeças até percebermos que Eva está viva e o fato de que nossa filha merece conhecer a mãe e o pai nos deu um motivo para continuar.
A doação estava na cabeça de Keri no segundo que descobrimos tudo e, mesmo que a experiência de abraçar e beijar nossa filha seja algo que desejaremos para sempre, o presente que ela tem dentro de si é o que realmente importa. Keri viu isso quase que instantaneamente.

Nós estamos chegando perto da linha de chegada e enquanto que vai ser ótimo passar por isso e conhecer Eva, virá com um preço. Nós iremos ao hospital para um parto e voltaremos para casa sem um bebê. Muitas pessoas dizem coisas como ‘Eu não mudaria nada’ depois de uma circunstância de tentativa, mas eu não diria isso. Eu definitivamente mudaria as coisas se pudesse.
Eu quero que minha filha seja perfeita. Eu quero que ela assopre as velhinhas em seu primeiro aniversário. Eu quero assisti-la bater a cabeça na mesa de café enquanto tenta aprender a andar. Eu quero que ela ultrapasse as contas de telefone ao mandar mensagens para os garotos. Eu quero levá-la até o altar. Eu quero mudar tudo isso mais tanto, tanto. Mas eu não posso. Essa é nossa realidade. E não há como pará-la.
No fim da postagem, ele ainda faz elogios à mulher. ”Ela é FORTE. Ela é CORAJOSA. Ela é incrível. Ela é excepcional. Ela é feita de um outro tipo de roupa, combinando sagacidade, beleza, coragem, bobeira, caráter e integridade em uma mulher espetacular. E, de alguma forma, é minha mulher. Não que eu precisasse de uma situação horrível para realmente perceber isso, mas o que isso fez foi me dar essa vontade de contar para todos sobre ela.”
Lindo, não?!


