O londrino Ketan Aggarwal, 30, foi obrigado a enfrentar uma situação bastante constrangedora. Portador de autismo, o rapaz foi ridicularizado por um professor da academia que frequenta, a Virgin Active.
Chamado várias vezes de estúpido diante da turma pelo instrutor, Aggarwal procurou a direção do ginásio para reclamar, mas foi ignorado. E como ninguém estava disposto a ouvi-lo, Ketan resolveu levar o caso para a Justiça e surpreendeu a todos ao se apresentar como seu próprio representante.
Assim como aqui no Brasil, muitos casos demoram para ter um fechamento nos Estados Unidos. E sabendo disso, Ketan resolveu se preparar.
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Foto: Ketan Aggarwal / Arquivo pessoal
Durante dois anos de muita espera e burocracia, o rapaz estudou sozinho e buscou entender de maneira bem detalhada quais eram seus direitos diante do ocorrido. Ele se preparou ao máximo para estar apto para se defender. Aggarwal estava mais do que disposto a mostrar que o fato dele ter uma deficiência não o torna inferior a nenhuma outra pessoa.
Representando-se no tribunal, Aggarwal acabou vitorioso. Todo o seu preparo foi recompensado e a justiça, enfim, foi feita. O juiz determinou que a academia pagasse uma multa de 1.390 euros (hoje, pouco mais de R$ 4,7 mil). A direção do ginásio apresentou um pedido formal de desculpas para Ketan e o instrutor responsável pelas ofensas foi demitido.
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Foto: Peter Stack
“Quando as pessoas discriminam alguém com uma deficiência mental, elas não pensam que essa pessoa possa ter a capacidade de pegar para entender a lei, apresentar uma reivindicação legal e, em seguida, discuti-la com sucesso em um tribunal”, afirmou Aggarwal. “Nada disso era sobre o dinheiro e foi incrível ganhar”, completou.
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Além da punição financeira e da obrigação em pedir desculpas para Ketan, o tribunal decretou que a academia deve aplicar treinamento para seus funcionários para que tratem todos com equidade – Foto: Ketan Aggarwal
Esperamos que tanto a equipe da academia quanto o professor demitido tenham aprendido com seu erro. Subestimar uma pessoa é uma ação que sempre virá acompanhada de uma consequência. E que o caso de Ketan seja inspiração para que quem sofre com esse tipo de preconceito não se cale.


Foto: Ketan Aggarwal / Arquivo pessoal
Foto: Peter Stack
Além da punição financeira e da obrigação em pedir desculpas para Ketan, o tribunal decretou que a academia deve aplicar treinamento para seus funcionários para que tratem todos com equidade – Foto: Ketan Aggarwal









