Hipnose na prática terapêutica: como ela funciona e celebridades que se beneficiaram
A hipnose, ainda cercada de mistérios e estigmas, tem sido cada vez mais explorada no campo da saúde, especialmente como uma alternativa terapêutica. Embora muitos a associem a espetáculos e shows, a hipnose clínica, ou hipnoterapia, é um recurso valioso utilizado para tratar uma variedade de condições como ansiedade, insônia, fobias e até dor crônica. Neste artigo, vamos explicar o que é a hipnose, como ela funciona, desmistificar mitos e discutir seus benefícios. Além disso, veremos celebridades que recorreram à hipnose para melhorar sua qualidade de vida.
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O que é hipnose?
Origens e evolução da hipnose
A hipnose remonta a práticas antigas de cura, mas foi no século XIX que o médico britânico James Braid nomeou oficialmente o fenômeno e começou a estudar a técnica. Ele observou que a indução de um estado alterado de consciência poderia ser útil em tratamentos médicos.
Embora a hipnose tenha sido inicialmente associada ao sono (daí o nome derivado de hipnos, que significa sono), hoje sabemos que a pessoa não está dormindo, mas sim em um estado de atenção concentrada.
Hipnose e hipnoterapia: qual a diferença?
É importante entender a diferença entre hipnose e hipnoterapia. A hipnose é o estado de foco intenso e relaxamento, enquanto a hipnoterapia é o uso da hipnose com fins terapêuticos. A hipnoterapia é aplicada para ajudar os pacientes a superar questões emocionais, comportamentais e até problemas físicos.
Como funciona a hipnose em terapias?

A indução ao transe hipnótico
Durante uma sessão de hipnoterapia, o terapeuta conduz o paciente a um estado de transe por meio de induções verbais e de relaxamento. Isso não é magia, mas sim um processo de concentração e foco que leva o paciente a um estado alterado de consciência, onde ele está mais receptivo a sugestões.
Ao contrário do que muitos pensam, o paciente não perde o controle sobre si mesmo. Pelo contrário, ele mantém plena consciência, mas sua mente está mais aberta a mudanças positivas.
Áreas de aplicação da hipnose
A hipnose pode ser eficaz no tratamento de uma série de condições, como:
- Ansiedade e estresse: ajuda a diminuir os níveis de ansiedade e permite que o paciente se relaxe profundamente.
- Tratamento de fobias e medos: muitas fobias podem ser enfrentadas e trabalhadas por meio da sugestão hipnótica.
- Insônia: a hipnose pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, criando um estado de relaxamento profundo que facilita o adormecer.
- Vícios: pessoas que lutam contra vícios como tabagismo e álcool podem encontrar na hipnose uma ferramenta poderosa para modificar comportamentos.
- Controle da dor: a hipnose tem sido utilizada no controle de dores crônicas e até mesmo no alívio de dores durante procedimentos médicos, como cirurgias.
Mitos e verdades sobre a hipnose
Mito 1: “A hipnose faz você perder o controle”
Isso é falso. Na verdade, o paciente mantém total controle sobre seus pensamentos e ações durante a hipnose. Ele não é “forçado” a fazer nada contra sua vontade. Ao contrário, ele está mais consciente de suas escolhas.
Mito 2: “A hipnose só funciona em pessoas muito sugestíveis”
Parcialmente falso. Embora algumas pessoas respondam mais rapidamente à hipnose, qualquer indivíduo pode entrar em transe hipnótico, desde que esteja disposto e relaxado.
Mito 3: “Hipnose é apenas para shows e entretenimento”
Embora a hipnose tenha sido usada em espetáculos, seu uso terapêutico é muito mais profundo. A hipnose clínica é uma prática respeitada e aplicada com fins de saúde e bem-estar, sendo regulamentada por várias entidades.
Famosos que recorreram à hipnose
Celebridades que utilizaram a hipnose para tratamento
Diversas personalidades do mundo dos famosos recorreram à hipnose para lidar com questões pessoais, psicológicas e até físicas. Abaixo, listamos algumas delas:
- Katy Perry: A cantora americana procurou a hipnoterapia em 2014, após passar por uma fase de estresse e depressão. A terapia ajudou a lidar com o término de um relacionamento e com a pressão de sua carreira.
- Kate Middleton: A princesa britânica, em 2013, usou a hipnose para lidar com náuseas e vômitos excessivos durante sua gravidez.
- Kevin Bacon: O ator de Hollywood fez uso da hipnose para combater a insônia, melhorando a qualidade de seu sono.
- Dedé Santana: O humorista brasileiro recorreu à hipnoterapia para controlar o estresse e melhorar sua saúde mental, sem recorrer a medicamentos.
Por que os famosos escolhem a hipnose?
A popularização da hipnose por celebridades tem ajudado a reduzir o estigma em torno da técnica. Quando figuras públicas compartilham suas experiências, isso faz com que outras pessoas se sintam mais confortáveis em buscar o tratamento, sabendo que grandes nomes da mídia também recorrem a essa alternativa.
Benefícios e limitações da hipnose
Principais benefícios relatados
- Redução da ansiedade e do estresse: ao promover relaxamento e foco, a hipnoterapia pode ajudar a modular respostas emocionais.
- Melhora no sono e no controle de vícios: há relatos de uso bem‑sucedido para insônia, tabagismo e outros hábitos indesejados.
- Auxílio em dor crônica ou procedimentos médicos: estudos apontam que a hipnose pode reduzir necessidade de medicação ou melhorar tolerância à dor.
- Maior autoconhecimento e desbloqueio emocional: ao acessar estados de consciência alterados, o paciente pode se conectar com traumas ou padrões que dificultam mudanças.
Limitações e cuidados
- Não substitui tratamento médico ou psicológico completo: como mencionado, deve funcionar como complemento.
- Variabilidade de resposta: algumas pessoas respondem mais facilmente que outras.
- Não é “mágica” ou garantia de cura: resultados dependem de diversos fatores (profissional, disposição do paciente, contexto).
- Precisa de profissional qualificado: uso indevido ou expectativas irreais podem levar a frustrações ou danos.
- Mitos ainda geram estigma: preconceitos podem dificultar a busca ou o reconhecimento da técnica.
Como escolher um profissional e iniciar o tratamento
Critérios para escolher um hipnoterapeuta
- Verificar formação e registro profissional em psicologia, medicina ou área afim.
- Esclarecimento prévio sobre o que será feito: objetivos, riscos, duração, custo.
- Ambiente adequado: sala tranquila, privacidade, respeito à ética.
- Garantia de acompanhamento e clareza de que hipnose é parte de um processo, não solução isolada.
O que esperar da primeira sessão
- Avaliação do histórico do paciente: queixas, padrões emocionais, saúde física.
- Explicação sobre hipnose: o que é, como funciona, o que não é.
- Indução ao transe leve para familiarização, seguido por sugestões alinhadas ao objetivo.
- Discussão pós‑sessão: como se sentiu, efeitos percebidos, próximos passos.
- Planejamento das sessões subsequentes, com metas claras.
Quando procurar outro tipo de tratamento
- Se houver quadros psiquiátricos graves (ex.: esquizofrenia, bipolaridade descompensada) sem acompanhamento, a hipnose isoladamente não é suficiente.
- Se houver dor física sem investigação médica ou quebrando garantias de diagnóstico adequado.
- Se o profissional não for transparente ou se prometer “cura instantânea” ou milagres.
O futuro da hipnose no Brasil e no mundo
Crescimento e integração em saúde
No Brasil, a hipnoterapia já consta na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Ministério da Saúde, o que indica reconhecimento institucional.
Estudos recentes apontam para eficácia crescente em tratamentos de dor, ansiedade e manejo psicossomático.
Desafios e perspectivas
- Maior produção de pesquisas de qualidade para validar e padronizar métodos.
- Treinamento mais sistemático de profissionais e regulamentação mais clara para a prática.
- Combate ao estigma: separar hipnose terapêutica de hipnose de palco ou de mistificação.
- Ampliação do acesso: tornar a técnica mais disponível em clínicas e unidades públicas de saúde.
Considerações finais
A hipnose, embora rodeada de mitos e de certo ceticismo, mostra‑se cada vez mais como ferramenta válida e complementar em terapias de saúde mental e física. Entender o que ela é — um estado de atenção focada e maior sugestibilidade — e como pode ser usada de forma ética e segura é o primeiro passo para decidir se é uma opção para você. Além disso, conhecer que figuras públicas já a utilizaram ajuda a trazer o tema para o cotidiano e a reduzir tabus. Ainda assim, lembrar sempre: não há “solução mágica”, e sim potencial, quando bem aplicada.
Se você estiver considerando a hipnoterapia, pesquise, converse com profissionais, avalie expectativas e escolha alguém que atue com transparência e ética. O processo terapêutico é individual, e a hipnose pode ajudar — mas exige engajamento, paciência e acompanhamento adequado.


