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Herança no Brasil: esclareça as principais dúvidas sobre partilha e direitos

A questão da herança é, ao mesmo tempo, delicada e repleta de incertezas para muitas famílias. Além do impacto emocional que envolve a perda de um ente querido, surgem as dúvidas práticas: quem tem direito aos bens? Como ocorre a divisão? É possível contestar um testamento? No Brasil, o processo sucessório é regido por normas específicas e, conhecê-las, pode evitar conflitos e garantir uma partilha mais tranquila.

Neste artigo, vamos esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre herança, inventário, direitos dos herdeiros e sucessão testamentária.

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O que é herança?

Definição jurídica

A herança é o conjunto de bens, direitos e obrigações que uma pessoa deixa após a morte. Ela é transmitida aos sucessores, que podem ser determinados pela lei (herdeiros legítimos) ou indicados em testamento (herdeiros testamentários).

Quem herda em primeiro lugar?

A lei brasileira estabelece uma ordem de sucessão para a partilha dos bens:

  • Descendentes (filhos, netos, bisnetos);
  • Ascendentes (pais, avós);
  • Cônjuge ou companheiro sobrevivente;
  • Colaterais (irmãos, tios, sobrinhos até o quarto grau).

Se não existirem herdeiros em nenhuma dessas categorias, o patrimônio é destinado ao Estado.

Entenda o processo de inventário

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Edição – Bestofweb/Canva

O que é inventário?

O inventário é o procedimento legal obrigatório para apurar e partilhar o patrimônio de quem faleceu. Por meio dele, são identificados os bens, direitos e eventuais dívidas da pessoa falecida, para que a partilha entre os herdeiros seja feita de forma regular.

Tipos de inventário

  • Inventário judicial: necessário quando há herdeiros menores de idade, incapazes ou discordância entre os interessados.
  • Inventário extrajudicial: pode ser feito em cartório, quando todos os herdeiros são maiores, capazes e estão de acordo sobre a divisão dos bens.

Prazos e penalidades

A lei determina que o inventário deve ser aberto em até 60 dias após o falecimento. O atraso implica multa sobre o imposto de transmissão (ITCMD), variando de acordo com a legislação de cada estado.

Quais são os direitos dos herdeiros?

Cônjuge sobrevivente

O cônjuge sobrevivente possui direito à herança, mas o seu quinhão depende do regime de bens adotado no casamento:

  • Comunhão parcial de bens: o cônjuge tem direito à meação dos bens adquiridos na constância do casamento e herda em conjunto com os filhos quanto aos demais bens.
  • Separação total de bens: o cônjuge pode herdar somente se não houver descendentes ou ascendentes.
  • Comunhão universal: todo o patrimônio é comum e, em regra, não há direito sucessório sobre a meação.

Filhos dentro e fora do casamento

A legislação assegura que todos os filhos, independentemente de serem fruto de casamento, união estável ou relações extraconjugais, possuem os mesmos direitos à herança.

Herança de dívidas

As dívidas deixadas pelo falecido são pagas com os recursos da herança. Se o valor do patrimônio não for suficiente para quitar todas as dívidas, os herdeiros não precisam complementar com seus bens pessoais.

O papel do testamento

Como funciona o testamento?

O testamento é um documento que permite ao indivíduo dispor de parte de seus bens após a morte. No Brasil, quem possui herdeiros necessários (filhos, pais, cônjuge) só pode testar sobre 50% do patrimônio, respeitando a chamada “legítima”.

Pode deixar toda herança para outra pessoa?

Não, se existirem herdeiros necessários. O testador só pode dispor livremente de metade de seus bens, sendo a outra metade obrigatoriamente reservada para os herdeiros legítimos.

Situações específicas

União estável e direito sucessório

Pessoas em união estável têm direitos semelhantes aos dos cônjuges formalmente casados. No entanto, é fundamental comprovar a existência da união por meio de documentos e testemunhas, para garantir o direito à herança.

Filhos adotivos

Filhos adotivos possuem igualdade de direitos em relação aos filhos biológicos no que diz respeito à herança, sem qualquer distinção, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Civil.

Ausência de herdeiros

Na ausência de qualquer herdeiro ou beneficiário em testamento, o patrimônio é recolhido ao Estado após a declaração formal de herança vacante.

Perguntas frequentes sobre herança

Quem paga o imposto sobre herança?

O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) é pago pelos herdeiros no momento da partilha. A alíquota varia conforme o estado brasileiro e, em alguns casos, pode chegar a 8%.

E se houver herdeiros no exterior?

Quando existem herdeiros residentes fora do país, o processo pode exigir a expedição de carta rogatória para o reconhecimento da partilha no exterior, além de outras formalidades legais específicas.

Posso renunciar à herança?

Sim, é possível renunciar à herança. A renúncia deve ser feita de forma expressa, por escritura pública ou petição nos autos do inventário. A parte renunciada será redistribuída entre os demais herdeiros, conforme as regras de sucessão.

Como evitar conflitos na partilha de bens

Planejamento sucessório

Uma das maneiras mais eficazes de evitar brigas familiares é o planejamento sucessório. O uso de instrumentos como testamento, doação em vida e criação de holdings patrimoniais pode facilitar a transmissão dos bens e minimizar litígios.

Diálogo familiar

Conversas abertas e transparentes sobre o destino do patrimônio familiar ajudam a alinhar expectativas e evitar surpresas desagradáveis após a perda de um ente querido.

Considerações finais

A sucessão hereditária no Brasil é regida por normas claras, mas que podem gerar confusão para quem não está familiarizado com o tema. Saber quem são os herdeiros, como funciona o inventário e quais direitos são assegurados por lei é essencial para proteger interesses e evitar disputas judiciais.

Em situações de maior complexidade, consultar um advogado especializado em direito sucessório é a melhor forma de assegurar que a partilha de bens ocorra de forma justa, segura e dentro da legalidade.

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