O aborto é uma questão delicada e que está sempre presente em rodas de discussão. Em alguns países, ele é legalizado em casos de estupro, como no Brasil por exemplo e em outros, é expressamente proibido. Mas a realidade dessas mulheres mundo afora é que muitos acabam não notando.
O vietnamita Tong Phuoc Phuc teve seu primeiro filho em 2001. Mas, ali mesmo no hospital, enquanto aguardava sua esposa dar à luz, teve seus olhos abertos para uma situação totalmente adversa da que estava passando – diversas mulheres estavam procurando os médicos para realizarem abortos, principalmente por não terem condições suficientes para cuidarem sozinhas delas, pois se encontram em situação de pobreza precária, sozinhas e sem família.
Outro motivo que ele cita é que algumas mulheres casadas realizam o aborto porque seus maridos desaprovam os métodos contraceptivos, mas em contraponto não querem ter mais filhos. Além disso, o governo do Vietnã só permite que as pessoas tenham dois filhos por família, fazendo com que os casais optem pelo aborto ainda no começo da gestação.
O aborto no Vietnã é legalizado desde 1989 e o país apresenta uma das maiores taxas do método no mundo e em vários anos esse número foi superior ao de nascimentos. Tong sabia de tudo isso e se sentiu muito incomodado, principalmente com o destino desses bebês que nem sequer tinham um enterro.
Ao ver que sua esposa sofria complicações no parto, ele prometeu que se tudo ocorresse bem e seu filho sobrevivesse, ele faria algo para mudar o destino dessas crianças que nasciam mortas. E foi exatamente isso que aconteceu – ele pediu autorização aos responsáveis para que pudesse dar um enterro digno a esses bebês e foi aceito.
Tong comprou terras em cima de uma montanha para que pudesse realizar os enterros e disse: “Eu acredito que esses fetos têm almas e não quero que elas fiquem vagando”. Ao longo dos anos, esse homem chegou a enterrar mais de 10 mil bebês.
Mas suas boas atitudes não pararam por ai: inúmeras mulheres grávidas, solteiras e sem condições financeiras, começaram a chegar à sua porta pedindo ajuda e mais uma vez ele resolveu fazer algo. Tong decidiu criar um orfanato e cuidar dessas crianças até que suas mães tivessem condições para criá-las. Ele também acolheu algumas mães que não tinham para onde ir e não queriam ficar longe de seus filhos.
“Vou continuar este trabalho até o meu último suspiro”, diz Tong, que cuida dos pequenos como se fosse um pai e não pretende desistir desse trabalho.
Com certeza esse homem fez a diferença em seu país e para todas essas mulheres e crianças que ele ajudou. Que o mundo se encha de boas ações como a dele.Foto: Reprodução/Facebook
