Golpes, golpes e mais golpes. Cada vez mais frequentes e cada vez mais apelativas, as fraudes vêm sendo um caminho cada mais utilizado por bandidos para roubar as suas vítimas.
Uma investigação policial desarticulou uma quadrilha de criminosos que fraudavam cartões de crédito e se passavam por atendentes das centrais dos cartões para aplicarem seu golpe. Oito pessoas foram presas, sendo cinco em Porto Alegre e três em São Paulo.
Em uma das ligações realizadas – cuja gravação você confere aqui -, um dos homens entra em contato com uma senhora e comenta a respeito de uma compra falsa que está sendo feita com o cartão dela. Na sequência, o criminoso, se passando por um atendente, afirma que a vítima teve o seu cartão clonado e passa instruções que ela deve seguir para que o problema seja “solucionado”. Inclusive, por várias vezes – e com muita calma e frieza – ele afirma existir uma parceria com a Polícia Civil para tentar tranquilizar a idosa.
Enquanto segue a conversa, em determinado momento do contato, o criminoso afirma que encaminhará a ligação para uma central de bloqueio (tendo, inclusive, uma sonora de uma empresa de cartões, para tornar o golpe mais convincente), enquanto pede para a vítima digitar sua senha e cortar o cartão ao meio, tendo o cuidado para manter o chip intacto. E feito isso, um motoboy é encaminhado até a casa da vítima para pegar o cartão cortado.
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Imagem: G1
Ao portal G1, o delegado Tiago Baldin comentou que a frieza e a tranquilidade dos golpistas é o ponto que mais chamou a atenção da polícia. Aos mais desavisados, é realmente difícil perceber que a ligação se trata de um golpe: “Eles passam uma falsa impressão, passam a aparência de licitude, aquela conduta, porque a vítima se sente respaldada”, comentou.
Por meio de nota fiscal, a Mastercard afirmou que “não telefona ou envia e-mail aos portadores de cartão para falar a respeito de transações. O contato com o consumidor a respeito de possíveis fraudes poderá ser feito pela instituição financeira que emite o cartão, não pela bandeira. Portanto, qualquer ligação com esse propósito que utilize o nome da Mastercard deve ser desconsiderada”. Já a Visa ainda não se manifestou a respeito.
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Foto: G1
Na investigação feita pela polícia, foi constatado que pelo menos 29 pessoas já foram vítimas do golpe em questão, cujo valor pode chegar a R$ 422 mil. O delegado afirmou que a quadrilha mantinha sua central telefônica em São Paulo, mas atuava no Rio Grande do Sul, para evitar maiores desconfianças.
Outro detalhe apurado é o fato dos suspeitos sempre ligarem em telefones fixos: “Como a vítima está utilizando um telefone fixo, o estelionatário não desliga, ele está com a linha trancada. Quando a vítima baixa o telefone no gancho, e liga novamente, o estelionatário lança uma gravação que dá o sinal de linha para efetuar nova ligação. A vítima faz a ligação, e quando termina de discar, o estelionatário já lança uma nova gravação de rotina, como se liga para uma operadora”.
Fique sempre muito atento a ligações que peçam algum dado pessoal ou senha! Infelizmente, a probabilidade de ser um golpe não é pequena.


Imagem: G1
Foto: G1









