A atriz Giovana Cordeiro, atualmente em destaque na novela Dona de Mim da TV Globo, trouxe à tona um episódio marcante e traumático de sua juventude. Em uma entrevista recente, ela revelou ter sido vítima de abuso sexual aos 18 anos, praticado por um colega de trabalho. O relato, até então inédito, causou grande repercussão nas redes sociais e no meio artístico, reacendendo discussões sobre violência sexual e o silêncio imposto às vítimas.
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Um episódio silencioso por anos
A confiança quebrada
Giovana relembrou que, durante os primeiros anos de carreira, aceitou uma carona de um colega de profissão. Após adormecer no carro, acordou em um local desconhecido — a casa do colega. Segundo ela, o ambiente parecia seguro no início, mas logo se transformou em cenário de violência.
Sem consentimento
A atriz relatou que tentou manter distância e dormir, mas foi surpreendida com avanços insistentes por parte do colega. Mesmo tendo deixado claro que não desejava nenhum envolvimento, ele ignorou seus limites. “Ele manteve relações comigo sem o meu consentimento”, disse, visivelmente abalada ao relembrar o episódio.
O impacto do trauma no corpo e na mente
Consequências físicas
Durante anos após o ocorrido, Giovana começou a manifestar sinais físicos recorrentes, como infecções e desconfortos íntimos, sem causa médica aparente. Ela passou a desconfiar que o trauma emocional poderia estar se manifestando através do corpo.
Compreensão tardia
Foi apenas anos depois, com maior maturidade e autoconhecimento, que Giovana conseguiu identificar o que de fato havia acontecido naquela noite. Ela contou que, inicialmente, teve dificuldade em reconhecer que havia sido vítima de estupro, uma realidade comum entre muitas mulheres que sofrem violência sexual por alguém próximo.
A importância da escuta terapêutica
O processo de reconhecimento do abuso envolveu apoio psicológico. A atriz mencionou que só conseguiu assimilar a gravidade da situação após conversar com especialistas e familiares, principalmente sua irmã, que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis.
Apoio familiar como pilar de superação
O papel da irmã
A irmã de Giovana, Natália, teve papel crucial ao acolher o relato sem julgamentos. Segundo a atriz, a reação da irmã foi de dor e indignação, mas também de empatia. “Ela queria gritar, denunciar, mas respeitou meu tempo”, contou Giovana.
Tempo de fala
Giovana reforçou que não foi pressionada por sua família a expor publicamente o caso. Pelo contrário, sentiu-se apoiada em cada decisão, o que foi essencial para sua reconstrução emocional.
Um relato que dá voz a outras vítimas

Primeira vez falando publicamente
A atriz decidiu compartilhar sua experiência pela primeira vez em entrevista a um jornal de grande circulação, com o objetivo de ajudar outras mulheres a identificarem situações semelhantes e, quem sabe, ganharem coragem para romper o silêncio.
Repercussão nas redes sociais
Após a publicação, artistas, fãs e defensores dos direitos das mulheres manifestaram apoio à atriz, elogiando sua coragem e reforçando a importância de criar espaços seguros para denúncias.
O ambiente artístico e a cultura do silêncio
Assédio disfarçado de oportunidade
Antes mesmo do abuso relatado, Giovana já havia vivido episódios de assédio no ambiente de trabalho. Em um deles, foi pressionada por um colega que associava oportunidades profissionais a encontros pessoais — uma forma sutil, mas grave, de chantagem sexual.
Medo de represálias
Assim como tantas outras vítimas, Giovana demorou a denunciar por medo de ser desacreditada, julgada ou prejudicada profissionalmente. A atriz destacou que a cultura do medo e do silêncio ainda é predominante no meio artístico.
Ausência de canais seguros
Ela também criticou a ausência de mecanismos eficazes de acolhimento dentro das emissoras e agências, onde muitas vítimas não encontram amparo para denunciar casos de violência sem sofrer consequências.
Especialistas explicam as feridas deixadas pela violência
Trauma e corpo feminino
Psicólogas ouvidas por veículos especializados explicam que casos de abuso sexual podem deixar marcas profundas não só emocionais, mas físicas. A conexão entre a saúde íntima da mulher e traumas psicológicos tem sido objeto de diversos estudos.
Tempo de maturação do relato
Segundo as especialistas, é comum que vítimas demorem anos para processar o que sofreram. Muitas só percebem que foram violentadas quando entram em contato com outras histórias, experiências ou têm acompanhamento terapêutico.
A culpa nunca é da vítima
Um dos pontos mais destacados por terapeutas é o peso da culpa que muitas mulheres carregam. Giovana também falou sobre isso, explicando que por anos achou que “poderia ter evitado”, até compreender que não é responsável pelo ato violento cometido por outro.
O agressor segue no anonimato
Por que não foi nomeado?
Até o momento, a atriz optou por não divulgar o nome do autor da violência. Ela justificou que a decisão faz parte de um processo pessoal de cura, e que seu foco está em dar voz à própria experiência — não em expor o agressor publicamente.
Reações da emissora
A TV Globo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Internamente, colegas de elenco e funcionários demonstraram apoio à atriz, mas há expectativa sobre possíveis medidas institucionais após a repercussão da denúncia.
Caminhos para a prevenção de abusos
Criação de protocolos
Especialistas em direitos humanos sugerem que empresas do setor cultural adotem protocolos mais rígidos de prevenção e combate à violência sexual, incluindo canais internos de denúncia com anonimato garantido.
Formação contínua
Outra recomendação é investir em formação ética e emocional de elencos, produtores e técnicos. Cursos sobre consentimento, limites e respeito devem ser parte das rotinas de bastidores.
Reflexões finais
A revelação feita por Giovana Cordeiro, além de corajosa, lança luz sobre uma realidade vivida por milhares de mulheres no Brasil. Sua história mostra que o abuso pode acontecer mesmo em espaços aparentemente protegidos, por pessoas próximas, e que o trauma nem sempre é reconhecido de imediato.
Dar visibilidade a esses relatos é fundamental para fortalecer outras vítimas, combater a cultura do silêncio e pressionar por mudanças estruturais que garantam segurança e dignidade a todas as mulheres.













