Uma mulher que decidiu adotar um gato adulto teve uma surpresa inusitada ao notar algo gravado na orelha do animal. Ao fazer um carinho mais atento no novo companheiro felino, ela percebeu a presença de uma palavra escrita na parte interna da orelha do pet: “PAW” — que significa “pata”, em inglês. A descoberta causou espanto, rendeu um vídeo publicado no TikTok e acabou viralizando entre os usuários da plataforma.
O vídeo, publicado pela usuária identificada como @darkcircels, rapidamente acumulou milhões de visualizações e gerou uma avalanche de comentários, misturando humor, curiosidade e dúvidas sobre o motivo da inscrição. O caso abriu espaço para uma discussão mais ampla sobre formas de identificação animal e práticas veterinárias pouco conhecidas do grande público.
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Um detalhe inesperado
A tutora havia acabado de adotar o gato, um felino laranja com aproximadamente oito anos de idade. Ao observar o animal com mais atenção em casa, notou uma inscrição bem visível em sua orelha interna. Intrigada com a marca, decidiu compartilhar sua descoberta com os seguidores na rede social. No vídeo, ela exibe a orelha do gato e aponta a palavra, que está tatuada de forma nítida.
Rapidamente, o conteúdo ultrapassou os 6 milhões de visualizações e se tornou um dos assuntos mais comentados entre amantes de animais e curiosos por todo o mundo.
Reações nas redes sociais
O tom de surpresa logo deu lugar ao humor nas redes. Usuários brincaram com a possibilidade do gato fazer parte de uma “gangue felina” ou de que ele teria uma identidade secreta. Frases como “ele é da máfia das patas” e “gato tatuado é outro nível” invadiram os comentários.
No entanto, nem todos encararam a situação como cômica. Muitos internautas demonstraram preocupação, questionando se a tatuagem havia sido feita com dor, se era legal e quais seriam suas finalidades. Algumas pessoas manifestaram desconforto, levantando hipóteses sobre maus-tratos ou práticas veterinárias invasivas.
Por que alguns gatos têm tatuagens?
Apesar de parecer estranho para o público geral, tatuagens em animais não são incomuns. Em muitos países, especialmente na Europa e na América do Norte, esse tipo de marcação é utilizado por clínicas e abrigos como uma forma de identificação após procedimentos médicos, como a castração.
A palavra “PAW” pode ter sido usada como uma forma padronizada de indicar que o animal já havia sido esterilizado ou microchipado. A localização da tatuagem — dentro da orelha — é estratégica, pois é facilmente visível durante exames clínicos ou triagens em abrigos.
Além disso, a marca pode servir para evitar que o animal passe por intervenções cirúrgicas desnecessárias no futuro, como uma segunda castração por desconhecimento do histórico veterinário.
Tatuagem x Microchip
Existem diferentes métodos para identificar animais domésticos. O mais comum atualmente é o microchip, um pequeno dispositivo inserido sob a pele do pet, geralmente na região do pescoço. Ele armazena um código único que pode ser lido com um scanner específico, permitindo localizar os dados do tutor e o histórico de saúde do animal.
No entanto, o microchip exige o uso de equipamentos apropriados. Já a tatuagem tem a vantagem de ser visível a olho nu, o que facilita a identificação em situações emergenciais ou em locais com poucos recursos tecnológicos.
Por essa razão, alguns programas de controle populacional e abrigos ainda utilizam tatuagens como método de identificação primário ou complementar.
Legalidade e bem-estar animal
No Brasil, existe um debate em torno da legalidade da tatuagem em animais. A prática só é permitida quando possui finalidade clínica ou sanitária, como no caso de marcações feitas após castração. Tatuagens estéticas ou realizadas sem justificativa médica são consideradas maus-tratos e podem ser penalizadas pela legislação.
O projeto de lei 4.206/2020 estabelece que é crime submeter animais a procedimentos estéticos dolorosos, incluindo tatuagens e piercings sem indicação veterinária. Portanto, é fundamental que qualquer marcação corporal em pets seja feita com responsabilidade, por profissionais qualificados e apenas quando realmente necessária.
O mistério da origem
A tutora do gato tatuado não conseguiu obter informações detalhadas sobre o histórico do animal ou sobre a origem da marca “PAW”. Por isso, não se sabe ao certo se a inscrição foi feita em outro país, se refere a uma clínica específica ou se faz parte de algum programa de identificação.
Ainda assim, a repercussão do caso gerou reflexões importantes sobre adoção responsável, transparência no histórico dos animais e práticas de identificação pouco divulgadas ao público geral.
Especialistas explicam
Veterinários e profissionais de proteção animal afirmam que o uso de tatuagens para identificar animais ainda é uma prática válida, desde que feita com anestesia local e com finalidades médicas. Marcar que o pet foi castrado ou já possui microchip ajuda a evitar procedimentos desnecessários, principalmente quando o animal é resgatado ou passa por adoções múltiplas.
Além disso, a visibilidade da marca facilita o trabalho de ONGs, clínicas veterinárias e campanhas públicas de castração. Em alguns casos, os próprios municípios estabelecem protocolos padronizados com códigos, símbolos ou palavras para garantir o controle populacional dos animais.
Adoção de gatos adultos: um gesto de amor
Outro ponto que chamou a atenção no caso foi a idade do gato adotado. Com oito anos, o felino já era considerado um animal adulto — faixa etária que normalmente enfrenta mais resistência para adoção, já que muitos adotantes preferem filhotes.
Ao adotar um gato mais velho, a tutora contribuiu com uma causa importante: dar uma nova chance a animais que muitas vezes passam anos esquecidos em abrigos. Gatos adultos são geralmente mais calmos, já têm hábitos formados e podem oferecer laços afetivos profundos com seus cuidadores.
Recomendações para novos tutores
Ao adotar um pet, é importante realizar uma primeira consulta com um veterinário de confiança. Isso permite avaliar a saúde do animal, verificar se há marcações, identificar a presença de microchip e iniciar o acompanhamento clínico adequado.
Caso seja encontrada alguma marca incomum, como a tatuagem relatada nesse caso, o ideal é questionar diretamente o abrigo ou local de adoção. Caso não haja registros, o veterinário pode ajudar a investigar o significado da inscrição.
Considerações finais
O caso do gato com a palavra “PAW” tatuada na orelha chamou a atenção de milhões de pessoas nas redes sociais, mas vai além da curiosidade. Ele destaca a importância de conhecer as práticas veterinárias utilizadas para identificação, os direitos dos animais e a responsabilidade envolvida no ato de adotar um pet.
Entre reações engraçadas e reflexões sérias, a história viral se transformou em um convite à conscientização. Afinal, por trás de cada animal adotado há uma trajetória, um passado — e, como nesse caso, marcas que contam histórias silenciosas, mas poderosas.
