Fraude da mão fantasma preocupa bancos e aumenta os cuidados com caixas eletrônicos
Uma nova prática criminosa vem se espalhando pelo país e chamando a atenção das instituições financeiras. Conhecida como fraude da mão fantasma, essa técnica de golpe ocorre em caixas eletrônicos e tem causado prejuízos a diversos correntistas, principalmente aqueles com menor familiaridade com tecnologia.
A ação dos golpistas é rápida, silenciosa e se aproveita da distração dos usuários no momento da operação bancária. Diante do crescimento dos casos, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu orientações para reforçar a segurança dos clientes e evitar que mais pessoas sejam enganadas.
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O que é a fraude da mão fantasma?
Técnica usa distração para capturar valores no caixa eletrônico
O golpe da mão fantasma consiste em interferir diretamente na operação de saque ou transferência no caixa eletrônico. O criminoso observa a vítima de perto, memoriza os passos, e no momento oportuno, interfere fisicamente no terminal — por isso o nome “mão fantasma”.
O golpista pode provocar uma distração intencional, como tocar no ombro da pessoa, deixar cair papéis ou fingir prestar ajuda. Enquanto a vítima se distrai, ele assume o controle da operação, insere comandos no caixa e conclui a transação indevidamente, levando dinheiro ou desviando valores.
Como a ação acontece, passo a passo
- O usuário inicia a operação normalmente.
- O golpista observa e se aproxima disfarçadamente.
- Uma distração é criada no momento certo.
- A vítima se vira ou se afasta por alguns segundos.
- O criminoso digita comandos e realiza o saque ou transferência.
- Ele sai rapidamente do local, sem levantar suspeitas.
Quem são as vítimas mais comuns do golpe

Idosos e pessoas com pouca experiência digital estão mais vulneráveis
A maioria dos casos envolve pessoas com menor conhecimento em tecnologia ou que demonstram insegurança ao utilizar o caixa eletrônico. Idosos, pessoas com deficiência ou usuários que realizam suas operações com lentidão são os alvos preferenciais dos criminosos.
Além disso, os golpistas costumam agir em locais com pouco movimento ou onde há ausência de vigilância, como terminais instalados em farmácias, postos de combustível ou áreas externas de bancos.
O que a Febraban recomenda para se proteger
Dicas de segurança ao utilizar caixas eletrônicos
Para reduzir o risco de se tornar vítima desse tipo de crime, a Febraban divulgou uma lista com orientações simples e eficazes. As dicas incluem medidas de atenção e prevenção que devem ser adotadas por todos os usuários, independentemente do perfil.
Principais recomendações:
- Nunca aceite ajuda de desconhecidos durante a operação.
- Cubra o teclado com a mão ao digitar sua senha.
- Desconfie de qualquer tentativa de aproximação enquanto estiver no caixa.
- Se notar algo incomum no terminal, cancele imediatamente a operação.
- Evite usar caixas localizados fora de agências ou em locais mal iluminados.
- Ao encerrar o atendimento, certifique-se de que sua conta foi desconectada.
- Ative notificações via aplicativo ou SMS para monitorar movimentações.
Priorize os canais digitais
Outra orientação importante é utilizar canais digitais sempre que possível, como o aplicativo do banco ou o internet banking. Esses meios possuem camadas extras de proteção, como biometria, reconhecimento facial e autenticação por token, reduzindo significativamente o risco de fraudes.
Casos registrados em diversas cidades aumentam preocupação
Golpe se espalha em grandes e pequenas localidades
Nos últimos meses, clientes de bancos em várias capitais relataram terem sido vítimas da fraude da mão fantasma. Em Belo Horizonte, uma aposentada teve mais de R$ 3 mil retirados de sua conta em um caixa eletrônico após aceitar ajuda de um suposto funcionário. Em Recife, um comerciante perdeu R$ 1.800 depois de ser distraído com uma folha de papel que caiu ao lado do terminal.
Em São Paulo e Curitiba, câmeras de segurança registraram suspeitos utilizando a mesma tática em diferentes bairros, sempre com a mesma abordagem: observação, distração e ação rápida. As imagens ajudaram na identificação dos envolvidos, mas em muitos casos o dinheiro já havia sido sacado e transferido para contas de terceiros.
Bancos investem em novas tecnologias de segurança
Monitoramento, sensores e bloqueios automáticos
Em resposta ao aumento das fraudes presenciais, os bancos começaram a adotar sistemas inteligentes para proteger os caixas eletrônicos. Algumas instituições já utilizam sensores que detectam a presença de duas pessoas em frente ao terminal e bloqueiam a operação por segurança.
Além disso, câmeras integradas ao sistema monitoram movimentos atípicos e alertam centrais de segurança em tempo real. Há também investimentos em softwares que analisam o comportamento do usuário para identificar possíveis fraudes por padrão de uso.
Notificações por aplicativo e reconhecimento facial
Outras estratégias incluem o envio de alertas instantâneos em caso de movimentações incomuns e o uso de biometria facial para validar operações críticas, como saques de grandes valores ou alterações cadastrais.
O que fazer se for vítima da fraude
Ação rápida pode evitar maiores prejuízos
Se você perceber que foi vítima do golpe da mão fantasma, é importante agir o mais rápido possível para minimizar os danos. O primeiro passo é entrar em contato com o banco imediatamente e solicitar o bloqueio da conta, além de contestar a operação.
Também é necessário registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, informando data, local e circunstâncias do ocorrido. Com esses dados, o banco poderá iniciar a investigação interna e, em muitos casos, reembolsar o valor subtraído.
Procedimentos recomendados:
- Ligue para o SAC ou canal de emergência do seu banco.
- Bloqueie o cartão e altere suas senhas.
- Registre um boletim de ocorrência presencial ou online.
- Anote todos os detalhes da ocorrência (horário, local, valor perdido).
- Monitore sua conta por movimentações adicionais suspeitas.
- Solicite reembolso formalmente, caso comprovada a fraude.
A importância da educação financeira e digital
Informação é o principal escudo contra golpes
A Febraban e os bancos têm reforçado campanhas de educação financeira com foco na prevenção de crimes digitais e presenciais. O objetivo é ampliar o conhecimento dos usuários sobre riscos e ensinar práticas seguras no uso de serviços bancários.
Além das campanhas tradicionais, ações em redes sociais, vídeos educativos e parcerias com influenciadores têm contribuído para alcançar públicos mais amplos, inclusive os mais jovens, que costumam confiar demais na tecnologia sem os devidos cuidados.
Famílias também têm papel fundamental, orientando pessoas idosas ou com dificuldades com tecnologia sobre como realizar operações com segurança.
Considerações finais
O golpe da mão fantasma é mais um exemplo de como a criatividade dos criminosos se adapta às rotinas dos consumidores. Ao utilizar caixas eletrônicos, mesmo em locais aparentemente seguros, é fundamental manter a atenção redobrada e seguir as orientações básicas de segurança.
Com a adoção de boas práticas, uso dos canais digitais e apoio de tecnologias preventivas, é possível reduzir significativamente os riscos de cair nesse tipo de fraude. A segurança bancária é uma responsabilidade compartilhada entre instituições e usuários — e começa com a informação.













