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Cuidados essenciais no uso de fraldas em adultos: o que diz a orientação médica

O uso de fraldas em adultos requer atenção especializada

O uso de fraldas em adultos tornou-se uma realidade comum em hospitais, casas de repouso e até mesmo em residências. Embora pareça uma solução prática para lidar com casos de incontinência urinária ou mobilidade reduzida, especialistas alertam que o uso prolongado e sem os devidos cuidados pode trazer sérias consequências à saúde da pele e ao bem-estar emocional do paciente.

Com o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas, cresce também a necessidade de promover o uso consciente e seguro das fraldas geriátricas. O cuidado deve ser técnico, personalizado e humanizado, a fim de evitar lesões, infecções e impactos psicológicos negativos.

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Quando o uso de fraldas é indicado

Avaliação clínica individualizada

Nem todo paciente acamado ou com incontinência precisa necessariamente usar fralda. Em muitos casos, outras alternativas podem ser mais apropriadas, como o uso de absorventes, coletores urinários ou a adoção de programas de treinamento da bexiga. A indicação deve ser feita com base em critérios clínicos, considerando o grau de dependência, a condição da pele, a cognição e as preferências do paciente.

Situações comuns de indicação

As fraldas geralmente são indicadas nos seguintes casos:

  • Incontinência urinária ou fecal persistente
  • Recuperação pós-operatória com mobilidade restrita
  • Demência ou doenças neurológicas que comprometem a percepção de micção
  • Condições clínicas que impeçam o uso do banheiro com segurança

O papel da autonomia do paciente

Sempre que possível, o paciente deve ser incentivado a manter a independência no uso do banheiro. O uso precoce ou indiscriminado de fraldas pode levar à perda de autonomia, aumento da dependência e até prejuízos emocionais, como vergonha ou depressão.

Escolha correta da fralda

Tamanho e formato adequados

O primeiro passo é escolher uma fralda do tamanho certo. Fraldas muito grandes podem vazar e as pequenas podem causar marcas e ferimentos na pele. O formato também importa: existem modelos com fita adesiva (tipo tradicional), tipo roupa íntima (slip) e versões específicas para uso noturno.

Nível de absorção

O grau de absorção deve ser compatível com a quantidade média de urina eliminada. Para casos de incontinência severa, existem fraldas com múltiplas camadas e tecnologia de gel superabsorvente que mantém a pele mais seca por mais tempo.

Materiais hipoalergênicos

Prefira fraldas com tecidos macios, respiráveis e livres de substâncias irritantes. Materiais sintéticos com pouco poder de ventilação podem aquecer a área íntima e favorecer a proliferação de fungos e bactérias.

Cuidados durante a troca de fraldas

fraldas
Imagem – Bestofweb/Canva

Frequência da troca

A fralda deve ser trocada sempre que estiver úmida ou após a evacuação, geralmente entre 4 a 6 vezes por dia. A troca frequente evita o acúmulo de umidade e resíduos, que são os principais responsáveis pelas dermatites de contato e lesões por pressão.

Higiene correta da pele

Após a remoção da fralda, deve-se fazer uma limpeza cuidadosa da área íntima com água morna e sabonete neutro. Em locais sem estrutura para banho, pode-se utilizar toalhas umedecidas específicas para higiene íntima, desde que livres de álcool e fragrâncias fortes.

Secagem e proteção

Depois da higienização, a pele deve ser secada com delicadeza, sem esfregar. É fundamental aplicar uma pomada ou creme de barreira, como os que contêm óxido de zinco, que formam uma película protetora e previnem assaduras.

Principais complicações do uso inadequado

Dermatite associada à incontinência

É a lesão mais comum em pessoas que usam fraldas por longos períodos. A pele apresenta vermelhidão, sensação de ardor, coceira e pode evoluir para fissuras dolorosas. A principal causa é o contato prolongado com urina e fezes, que alteram o pH da pele e a tornam vulnerável a micro-organismos.

Infecções urinárias recorrentes

Fraldas mal ajustadas ou trocadas com pouca frequência podem criar um ambiente úmido e quente, ideal para a multiplicação de bactérias. Em mulheres, a proximidade da uretra com o canal vaginal facilita a contaminação ascendente, o que exige vigilância constante.

Lesões por pressão

Também chamadas de escaras, surgem quando há compressão prolongada da pele, especialmente em áreas ósseas como cóccix e quadris. A fralda pode agravar esse risco ao manter a pele úmida e fragilizada, somado à imobilidade do paciente.

Impacto emocional

O uso prolongado de fraldas, principalmente quando não justificado clinicamente, pode afetar a autoestima do usuário. Muitos adultos relatam constrangimento, sensação de impotência e dificuldade de manter uma vida social ativa.

O papel do cuidador

Observação contínua

O cuidador deve observar diariamente a pele do paciente, buscando sinais de vermelhidão, irritações, odor alterado ou desconforto ao toque. Mudanças visíveis são indicadores de que algo não está indo bem e devem ser comunicadas imediatamente ao profissional de saúde.

Rotina organizada

Manter uma rotina de trocas programadas, associada à hidratação da pele e ao uso de produtos de barreira, contribui para a prevenção de complicações. O ambiente deve ser limpo, bem ventilado e respeitar a privacidade do paciente.

Respeito à dignidade

Trocar uma fralda não é apenas um ato técnico, mas uma situação delicada que envolve intimidade. O cuidador deve sempre preservar o respeito, explicando cada passo ao paciente, mesmo quando este estiver em estado de inconsciência ou com demência.

Estratégias para evitar o uso contínuo

Estímulo ao uso do banheiro

Sempre que possível, o paciente deve ser estimulado a ir ao banheiro em intervalos regulares. Essa rotina ajuda a manter o reflexo natural de micção e reduz a dependência da fralda.

Coletor urinário e absorventes

Em alguns casos, especialmente com homens, o uso de coletor urinário externo (conhecido como condom catheter) pode ser uma alternativa menos invasiva. Absorventes de uso íntimo também podem ser utilizados em situações específicas.

Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico

Pacientes que apresentam incontinência leve podem se beneficiar de exercícios fisioterapêuticos que fortalecem os músculos responsáveis pelo controle urinário. Essa prática ajuda a reduzir a frequência de perdas e o uso da fralda.

Recomendações finais de especialistas

  • Faça avaliações periódicas da necessidade do uso da fralda
  • Troque a fralda imediatamente após evacuação ou sempre que estiver úmida
  • Use cremes de barreira em todas as trocas
  • Observe qualquer alteração na pele e relate ao enfermeiro ou médico
  • Ofereça apoio emocional e preserve a autonomia do paciente sempre que possível

Considerações finais

O uso de fraldas em adultos é uma medida que deve ser adotada com critério, orientação e cuidado. Quando bem administrado, pode proporcionar conforto e segurança ao paciente. Porém, sem os devidos cuidados, pode se tornar um fator de risco para a saúde física e mental. Profissionais, cuidadores e familiares devem atuar em conjunto, promovendo uma rotina de higiene adequada, prevenção de lesões e, acima de tudo, respeito à dignidade da pessoa atendida.


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