Não é novidade para ninguém que são muitos os casos de maus-tratos envolvendo animais que serão abatidos para consumo. Na cabeça de quem os cria, talvez, não há porque proporcioná-los uma vida em condições minimamente aceitáveis se, cedo ou tarde, eles serão mortos.
Contudo, nos Estados Unidos, galinhas comercializadas entre o país norte-americano e o Reino Unido foram encontradas em um cenário absolutamente horrendo, a ponto delas precisarem passar por um tratamento químico drástico antes de irem às mesas de jantar.
E foi por meio de denúncias que autoridades do país deram seguimento a investigações que revelaram situações chocantes envolvendo as aves:
– Tamanho gigante: Super-dimensionadas e “jogadas” dentro do armazém, as aves ganharam o apelido de “Frankenstein” devido o tamanho imenso que atingiam.– Sobrepeso: Pesando mais de 9 quilos, as galinhas chegavam a se curvar sobre seu próprio peso e viviam sem nunca ter contato com a luz do sol.– Cenário abominável: Antes de atingirem a idade adulta, muitas galinhas morriam devido às condições de onde viviam. Muitas delas ficavam cobertas pelas próprias fezes em um espaço que envolvia dezenas de aves por metro quadrado. Doenças se tornaram constantes.

Diferentemente do Reino Unido e da Europa em Geral, nos Estados Unidos não existe requisito mínimo de espaço para manter as galinhas. O país também não apresenta nenhuma regra em relação à iluminação de galpões e há pouco controle sobre os níveis de amônia, que indicam a quantidade de material fecal e de urina presentes. E após o abate, 97% dos frangos são lavados em cloro ou desinfetantes.

A indústria agrícola do país, mesma tomada por visões perturbadoras dentro de granjas, movimenta mais de 70 bilhões de dólares. O fazendeiro Craig Watts, da Carolina do Norte, comenta que “os pássaros são extremamente pesados e passam a vida agachados, pois mal conseguem suportar o seu próprio peso, o que faz com que vivam apenas para morrer”. Além disso, Watts conta que “as aves gastam mais de 95% de seu tempo sentadas no lixo e nas próprias fezes”, o que leva dezenas de milhares de frangos à morte por doenças e contaminação.
Pai de três filhos, o fazendeiro revela que deixou de atuar em abatedouros por estar enojado com a prática. Os descuidos levavam frangos a serem embalados com a carne apodrecida ou até mesmo com ferimentos no corpo do animal. As práticas anti-higiênicas não só afetam diretamente no bem-estar dos animais, como também se torna um risco ao consumidor da ave. Além disso, seguindo contrato com grandes empresas, agricultores chegam a trabalhar até 16 horas por dia.

Nos últimos anos, organizações de ativistas vêm se infiltrando nas fazendas de frango a fim de, secretamente, registrarem todo o abuso contra os animais. De acordo com relatos, muitas aves eram espancadas, depenadas a mão e algumas nem eram alimentadas.
Em razão de toda a engenharia genética empregada, os frangos se tornaram quase ‘mutantes’, fazendo com que percam sua naturalidade, mas que rendam maiores pedaços de carne, como mostra o gráfico abaixo, que ilustra o tamanho das aves consumidas com o passar dos anos.

A questão do cloro utilizado para lavar as galinhas também é alvo de muitos debates e de polêmicas. Há quem defenda o método alegando que a lavagem torna a ave consumível, a ponto de não apresentar nenhum risco à saúde. No entanto, por outro lado, muitos criticam a necessidade do banho com cloro argumentando que se a necessidade em descontaminar os frangos é tão grande, é porque algo está muito errado no processo da criação.
Fotos: Daily Mail / Reprodução













