Radu Jude é um dos cineastas mais inovadores e provocadores da cinematografia contemporânea. Com uma carreira marcada por filmes que desafiam normas sociais e estéticas tradicionais, o romeno conquistou uma legião de fãs e se tornou uma figura de referência no cinema de autor. Seus trabalhos mais recentes, como Eu Não Me Importo se Entrarmos para a História Como Bárbaros (2018) e Má Sorte no Sexo ou no Pornô Acidental (2020), não apenas receberam elogios pela crítica, mas também geraram debates profundos sobre a sociedade, a política e a cultura. Jude se caracteriza por sua capacidade de misturar humor ácido com questões sérias, criando filmes que, ao mesmo tempo, provocam e entretêm.
Agora, o cineasta se prepara para um novo projeto audacioso: Dracula Park. De forma inusitada, Jude decide revisitar a famosa lenda de Drácula, mas com um enfoque único. Em vez de seguir as tradicionais representações hollywoodianas, o diretor retorna às raízes da história, na Transilvânia, buscando reinterpretar o mito do vampiro em um formato totalmente novo. Neste artigo, exploramos o que podemos esperar de Dracula Park, um filme que promete ser uma mistura de humor, terror, ação e reflexão social, e o que isso significa para a carreira de um dos cineastas mais provocadores da atualidade.
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O projeto “Dracula Park”: uma visão inusitada da lenda
Em 2024, Radu Jude anunciou seu novo projeto durante o Festival de Cinema de Locarno: Dracula Park. Ao contrário das habituais adaptações de Hollywood, que colocam a lenda de Drácula sob a ótica do Ocidente, Jude decide devolver o icônico personagem à sua terra natal, a Transilvânia. A história será contada sob a perspectiva romena, trazendo uma nova camada de complexidade à mitologia do príncipe vampiro.
A transilvânia como cenário: Redefinindo a lenda
Com seu pai vindo da lendária região da Transilvânia, é natural que Jude busque devolver Drácula à sua terra de origem. A ideia de fazer do filme uma espécie de parque de diversões é um reflexo da abordagem irreverente e de humor do cineasta. Em vez de uma narrativa épica tradicional de horror, Dracula Park promete ser uma mistura de ação, comédia e elementos de terror, criando uma experiência cinematográfica única.
O filme supercomercial: Humor, sangue e vampiros
De acordo com o site romeno Films in Frame, Jude descreve o projeto como um “filme supercomercial”, incorporando muitos dos elementos clássicos dos filmes de vampiros, mas com sua marca pessoal. Dracula Park será repleto de emoções, sexo, nudez, muita ação, perseguições selvagens, zumbis, humor ácido e, claro, muito sangue.
Em suas declarações, o cineasta também promete 15 “histórias poderosas” e garante que o filme terá “piadas, piadas, piadas” capazes de fazer o público “mijar nas calças de tanto rir”. Esse humor irreverente, que já caracteriza seus filmes anteriores, promete ser um dos pilares da produção, com uma crítica social disfarçada de entretenimento.
A abordagem anárquica de Jude: mistura de estilos e gêneros
O cineasta romeno é conhecido por suas experimentações estilísticas e por subverter convenções cinematográficas. Dracula Park será uma extensão dessa abordagem, misturando elementos de diferentes gêneros para criar uma experiência inesperada. Além de vampiresco e comédia, o filme promete ser um campo fértil para a sátira e a crítica social.
Jude, também usuário ativo do TikTok, demonstra como sua abordagem de cinema transcende as fronteiras tradicionais. A liberdade criativa e a capacidade de transitar entre o mainstream e o cinema de autor tornam sua obra instigante e imprevisível. Espera-se que Dracula Park não seja apenas um filme de vampiros, mas uma reflexão irônica sobre a cultura contemporânea, a política e as expectativas do público.
Elenco de peso: Uma parceria de sucesso

O elenco de Dracula Park conta com nomes já familiares aos fãs de Radu Jude. O ator Alexandru Dabija, com quem o cineasta trabalhou em Eu Não Me Importo se Entrarmos para a História Como Bárbaros, e Gabriel Spahiu, que participou de Má Sorte no Sexo ou no Pornô Acidental, serão estrelas do filme. A química entre o diretor e seus colaboradores é evidente, e isso garante que as atuações e a narrativa serão igualmente imprevisíveis e impactantes.
Continental ’25: O projeto secreto de Jude
Além de Dracula Park, Radu Jude também está trabalhando em um projeto secreto que só será lançado em 2025: Continental ’25. Filmado de maneira independente e com um orçamento reduzido, o filme será rodado nas cidades romenas de Cluj e Florești. Jude descreve este projeto como uma “modesta tentativa de diálogo” com o filme Europa ’51 de Roberto Rossellini, um clássico italiano sobre uma mulher rica que começa a apoiar incondicionalmente os pobres em Roma, após a morte de seu filho.
Com Continental ’25, Jude busca explorar um dilema moral, confrontando a santidade com a loucura e desafiando as ideologias dominantes. O filme promete ser uma obra autoral, com elementos que questionam as estruturas de poder e as normas sociais, temas recorrentes na filmografia do cineasta romeno.
Considerações finais: O futuro do cinema com Radu Jude
Com Dracula Park e Continental ’25, Radu Jude confirma sua posição como um dos cineastas mais inovadores e provocadores da atualidade. Sua abordagem única do cinema, combinando humor, crítica social e uma estética visual irreverente, tem conquistado fãs e críticos ao redor do mundo.
Ao explorar a lenda de Drácula sob uma perspectiva romena e ao fazer uso de uma narrativa cheia de experimentação e humor, Jude desafia as convenções dos filmes de vampiro e nos oferece uma visão fresca e audaciosa do gênero. Além disso, com Continental ’25, o cineasta continua a expandir seu universo cinematográfico, desafiando as fronteiras entre arte e política.
Se você é fã de cinema que provoca, que instiga e que desafia o status quo, não pode perder o que Radu Jude tem a oferecer. Prepare-se para uma nova era do cinema de vampiros e para reflexões que vão muito além da tela.













