“Sou mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré.” Diante da descrição feita a si própria pela vereadora Marielle Franco, morta a tiros dentro de um carro na Região Central do Rio de Janeiro, podemos facilmente incluir guerreira, lutadora e toda e qualquer alcunha elogiosa que não costumamos atribuir a políticos no nosso país.
A morte da vereadora foi um verdadeiro baque e resultou em diversas manifestações e protestos pelo Brasil. E quem não se calou diante do ocorrido foi a filha de Marielle, a estudante de 19 anos Luyara Santos. Em seu Facebook, a jovem desabafou: “Mataram a minha mãe e mais 46 mil eleitores! Nós seremos resistência porque você foi luta! Te amo, escreveu.

Marielle, que sempre foi caracterizada por sua luta por igualdade, foi assassinada na última quarta-feira, 14, assim como o motorista do carro, Anderson Pedro Gomes. A principal suspeita é que o crime se trata de uma execução. Antes do ataque, a vereadora havia participado de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”.
O corpo de Marielle foi velado na tarde da quinta-feira (15) na Câmara dos Vereadores no Rio. O enterro será realizado no Cemitério do Caju.
Um pouco sobre Marielle Franco
Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marielle Francisco da Silva, a Marielle Franco, se tornou referência na luta pelos direitos humanos. Nascida no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, Marielle foi vereadora eleita pelo PSOL com pouco mais de 46 mil votos.
Em sua trajetória ela trabalhou em diversas organizações sociais como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Além disso, ao lado de Marcelo Freixo, ela foi a coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

A vida política de Marielle sempre foi direcionada à luta pela defesa dos direitos humanos e contra ações violentas dentro de favelas. Crítica ferrenha da intervenção federal na segurança pública do Estado, ela havia assumido há duas semanas a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, um projeto criado especificamente para acompanhar de perto o trabalho das tropas durante a intervenção.
No último dia 10, a vereadora utilizou seu perfil no Facebook para denunciar publicamente casos de abuso de autoridade cometidos por policiais do 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, alegando que os moradores do Acari estavam sendo “aterrorizados e violentados”.
Fonte: G1













