“Pensaram que eu era analfabeta”, diz a ex-faxineira do STF, Marinalva Luiz.
Marinalva não é uma mulher qualquer. Com muita determinação, ela deu um tapa no preconceito de pessoas que não acreditavam na sua força de vontade, e venceu na vida.
Por ter trabalhado na faxina do tribunal, ninguém poderia imaginar que ela pudesse ser aprovada em quatro concursos públicos: STF, STJ (Superior Tribunal de Justiça), Ministério do Trabalho e MPU (Ministério Público da União).
“O preconceito está enraizado na sociedade brasileira ainda”, diz Marinalva. “Eu sempre gostei de ler. Lia desde gibi a Karl Max. Na minha casa tinha mais livros e revista do que em qualquer casa do meu bairro. As pessoas não entendiam por que eu e minha irmã líamos tanto. Hoje vejo que isso foi fundamental e um diferencial na minha vida.”
Ela conquistou a 29º posição! O salário será de R$ 3 mil, praticamente 500% a mais do que ela ganhava fazendo faxinas.
“A primeira dica é: decida onde você quer trabalhar. Eu só fiz concurso para o judiciário porque as matérias são as mesmas e somente o regimento interno que muda. Fiz do Ministério do Trabalho porque queria incentivar uma amiga a estudar e acabei fazendo a inscrição no último dia. Caí aqui de paraquedas”, revela.
“Segundo: estude por livros e sites, nunca compre apostilas. Além de resumidas demais, são caríssimas. Um exemplo: quando estudava ainda para o STF, já tinha tudo quanto era exercício feito. Uma amiga comprou uma apostila na banca de revista e fui dar uma olhada apenas nos exercícios sobre a legislação do tribunal.”
Essa é o tipo de história que nos faz parar por alguns minutos, levantar a cabeça e tentar mudar o futuro sem tantas reclamações. Que inspiração!













