O ícone da televisão Fausto Silva, o Faustão, que está internado na UTI desde do início de agosto, ainda aguarda um transplante de coração. O quadro do apresentador vem se agravando e, por critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o jornalista terá prioridade na fila de espera.
Internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Faustão, que sofre de insuficiência cardíaca, está sendo submetido a diálise e tomando medicamentos para ajudar no bombeamento do coração.
“Por exemplo, o Faustão está hoje na UTI. Ele está tomando medicamentos na veia para fazer o coração bater mais forte. Só que isso é momentâneo. Isso não é eterno. Então como ele está com uma gravidade maior, ele ‘fura a fila’, mas tem que estar na UTI e ser justificado”, João Vicente da Silveira, médico e especialista em cardiologia.
Fila única
No Brasil, pacientes que necessitam de transplante de órgãos entram para uma fila única gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
De acordo com João, para o paciente passar na frente, é necessário apresentar laudos comprovando o quadro grave.
“O médico dele tem que colocar todos os critérios online, no sistema de transplante, que demonstra que ele está grave. Tem protocolos que ele precisa seguir”, disse.
O especialista ainda explicou que esses dados laboratoriais são inseridos no sistema e passam por uma análise rigorosa, ou seja, ninguém fura a fila de transplante no Brasil, é tudo uma questão do quadro de saúde do paciente.
No caso do Faustão, em específico, a preferência na fila de transplante se dá principalmente pelos medicamentos que o apresentador vem usando.
“Quando o paciente está internado necessita de medicação inotrópica para ajudar na contração do coração ou algum dispositivo de assistência circulatória, ele passa na frente de pacientes que estão em casa. Ele recebe uma priorização”, disse Silvia Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco do Sírio-Libanês.
O transplante
Delicado, o transplante cardíaco pode demorar mais de 1 ano. Primeiro é preciso encontrar um doador que tenha compatibilidade sanguínea entre o receptor.
Já a compatibilidade genética, não é necessária em todos os casos, mas quando preciso, exames laboratoriais são realizados.
Outro fator muito importante no momento de realizar o procedimento é a localização de ambas as pessoas envolvidas no processo.
É preciso entender o tempo de duração do órgão fora do corpo, por exemplo. Caso seja um risco, um avião, ou até mesmo helicóptero, auxilia no transporte.
O Governo Federal disponibiliza um site para consultar a posição na lista de espera para os mais diversos transplantes de órgãos e córneas.
