A cidade do Recife recebe uma das mostras mais impactantes já realizadas sobre o universo marinho. A exposição Sharks & Cia estreou no RioMar Recife, na Praça de Eventos 1, Piso L1, consolidando-se como a maior exposição do Brasil dedicada aos tubarões. Com 25 réplicas em tamanho realista, modelos animatrônicos e recursos tecnológicos que simulam o fundo do mar, a experiência alia entretenimento, educação e conscientização ambiental.
A iniciativa vem despertando o interesse de crianças, jovens e adultos, principalmente daqueles que desejam compreender melhor a importância dos tubarões para o equilíbrio dos oceanos. Muito além do imaginário popular que associa esses animais ao perigo, a mostra propõe uma abordagem científica e informativa, ressaltando sua relevância ecológica.
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Uma experiência imersiva no fundo do mar
Ao entrar na exposição, o visitante é transportado para um ambiente cenográfico que simula os mistérios das profundezas marinhas. Sons ambientes, iluminação azulada e movimentos realistas dos tubarões animatrônicos contribuem para uma sensação de imersão que reforça o caráter educativo do espaço.
A proposta vai além da observação passiva. Telas interativas, painéis explicativos e recursos visuais permitem que o público compreenda aspectos biológicos, anatômicos e comportamentais desses predadores marinhos.
O papel da ciência na exposição
Para aprofundar o conteúdo científico da mostra, a organização contou com a participação de especialistas da área, incluindo a bióloga Karina Massei, profissional com vasta experiência em estudos marinhos. Com mestrado em Estudos Marinhos em Ambientes Costeiros pela Universidade do Algarve, em Portugal, e doutorado pelo Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPB, Karina contribuiu para elucidar curiosidades e informações essenciais sobre os tubarões.
Segundo a pesquisadora, compreender a biologia da espécie é fundamental para combater mitos e fortalecer a preservação dos ecossistemas marinhos.
Exposição gratuita e com acesso facilitado
Outro ponto de destaque é que a Sharks & Cia é gratuita, mediante inscrição pelo App do RioMar Recife. A mostra segue aberta ao público até o dia 31 de julho e conta com o patrocínio do Colégio Damas e da Mood, empresa da Moura Dubeux.
Essa acessibilidade amplia o alcance da iniciativa, permitindo que mais pessoas tenham contato com conhecimentos científicos de forma didática e atrativa.
5 curiosidades sobre os tubarões reveladas na exposição
A partir da orientação científica de Karina Massei e das informações apresentadas na exposição, reunimos cinco curiosidades que surpreendem até mesmo quem já se interessa por vida marinha.
1. Tubarões são mais antigos que os dinossauros
Os tubarões surgiram há cerca de 400 milhões de anos, enquanto os dinossauros apareceram aproximadamente 233 milhões de anos atrás. Isso faz com que os tubarões sejam considerados uma das criaturas mais antigas ainda existentes no planeta.
Essa longevidade é resultado de uma evolução contínua, moldada por condições ambientais extremas e transformações profundas nos oceanos ao longo das eras.
Uma linhagem sobrevivente de grandes extinções
A espécie atravessou diversas extinções em massa, adaptando-se a mudanças climáticas, variações na composição dos mares e alterações nas cadeias alimentares, o que explica sua complexidade evolutiva.
2. O gigante dos mares: o megalodon
Entre todos os tubarões que já existiram, o mais impressionante foi o Megalodon (Otodus megalodon). Esse predador pré-histórico podia atingir mais de 20 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de aproximadamente sete andares.
Embora não existam registros atuais de sua existência, fósseis de dentes e mandíbulas comprovam que ele foi um dos maiores caçadores da história marinha.
Dentes maiores que a mão humana
Os dentes fossilizados do megalodon podem ultrapassar 7 polegadas, evidenciando a potência de sua mordida e seu papel como predador dominante nos antigos oceanos.
3. Dentes que nunca param de crescer
Diferente dos humanos, os tubarões possuem múltiplas fileiras de dentes que são constantemente substituídas. À medida que dentes antigos se desgastam ou caem, novos surgem e tomam seu lugar.
Essa característica é essencial para sua sobrevivência, pois garante eficiência contínua na alimentação e na caça.
Uma adaptação evolutiva estratégica
A substituição constante dos dentes é resultado de milhões de anos de adaptação, permitindo que os tubarões mantenham sua capacidade predatória ao longo da vida.
4. Tubarões que regulam a própria temperatura
Embora a maioria das espécies seja ectotérmica, ou seja, tenha sua temperatura corporal regulada conforme o ambiente, alguns tubarões desenvolveram a capacidade de manter o corpo mais aquecido do que a água ao seu redor.
Entre eles estão o tubarão-branco, o mako e o tubarão-salmão, classificados como endotérmicos ou mesotérmicos.
Vantagem em águas frias
Essa adaptação permite que essas espécies habitem regiões mais frias, ampliando seu território e diversificando suas estratégias de caça.
5. O menor tubarão do mundo
Nem todos os tubarões são gigantes. O menor deles é o tubarão-lanterna-anão (Etmopterus perryi), que mede apenas 20 centímetros de comprimento e vive em águas profundas na região da Colômbia e Venezuela.
Além do tamanho reduzido, ele apresenta capacidade bioluminescente, emitindo luz pela região ventral.
Função da bioluminescência
Essa característica é utilizada para orientação, comunicação e atração de presas no ambiente escuro das profundezas oceânicas.
Importância dos tubarões para o equilíbrio marinho
Os tubarões são predadores de topo e exercem papel fundamental na manutenção da saúde dos ecossistemas. Eles controlam populações de outras espécies e ajudam a manter o equilíbrio da cadeia alimentar.
Segundo Karina Massei, a presença dos tubarões é um indicador da qualidade ambiental dos oceanos, reforçando a necessidade de políticas de preservação e educação ambiental.
Conservação e conscientização
A Sharks & Cia atua não apenas como entretenimento, mas como ferramenta de conscientização, alertando sobre ameaças como pesca predatória, poluição e destruição de habitats naturais.
Esse esforço educativo contribui para formar uma nova geração mais consciente e engajada com a preservação da vida marinha.













