Exposição que permitiu crianças tocarem um artista nu, gera polêmica. Entenda o caso
Após o acontecido com a exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, do Santander Cultural em Porto Alegre (que teve seu lançamento cancelado após diversas pessoas alegarem que as obras ali expostas incitavam a pedofilia e zoofilia), os brasileiros voltam a debater o assunto: O que é arte?
Nessa semana internautas do Brasil inteiro resolveram discutir sobre conceitos, crenças e análises artísticas com uma fervura inédita.
O ápice foi a performance do artista Wagner Schwartz, que em uma exposição ao Museu da Arte Moderna (MAM), no bairro Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo, ficou completamente nu e deixou que todas as pessoas ali presentes tocassem e mexessem em seu corpo – inclusive crianças.

Um vídeo que viralizou no Facebook mostra quando uma criança de aproximadamente quatro anos toca nos pés, braços e mãos do homem. Criança a qual estava acompanhada de uma mulher que, aparentemente, era sua mãe.
A apresentação do artista ocorreu apenas na terça-feira (26), na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, uma exposição tradicional da bienal que aborda a arte no país e propõe reflexão sobre a identidade brasileira.
O MAM declarou que o evento era aberto a visitantes que estivessem no local. O museu também ressaltou que havia sinalizações sobre a nudez na sala onde a performance ocorria, e que nenhuma criança poderia entrar sem o acompanhamento de um adulto ou responsável.
A exposição “La Bête” tinha como intenção que a arte passasse os limites dos quadros, e a performance de Schwartz era o exemplo de que a sexualidade está superestimada e que a maldade está na cabeça de adultos e pessoas já maldosas, não no corpo humano ou na sexualidade.
De um lado, pessoas que discriminam a exposição e apontam ela como extremamente perigosa. “Isso é incentivar a pedofilia! Onde já se viu? Uma criança que toca no corpo nu de um homem? Isso só faz com que ela ache normal tocar em outros corpos nus no mundo a fora!” escreveu uma das internautas pelo seu perfil do Facebook.

“Canalhas! Mil vezes canalhas” comentou o deputado Jair Bolsonaro na sua página pessoal. “A sexualidade está na cabeça dos adultos, criança não vê maldade.” Disse um rapaz que é a favor da exposição continuar.
Confira aqui o vídeo que viralizou no Facebook (lembrando que é um conteúdo sensível, e para a preservação da criança o rosto dela foi censurado).
Entre tantas opiniões, qual é a sua? Realmente é uma afronta ao Estatuto da Criança e Adolescentes (ECA) e uma apologia a pedofilia? Ou realmente não há maldade na sexualização? Será que “vale tudo pela arte”?
Foto: Reprodução – Internet

